tag:blogger.com,1999:blog-60159357016055014552023-07-19T03:48:02.904-03:00FilosofiaAFPAnderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-27098801741878848052019-08-20T15:43:00.000-03:002020-05-27T19:05:39.730-03:00A Verdade<br />
<div style="text-align: center;">
<b>Ignorância e Verdade</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<br /></div>
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Ignorância, incerteza e insegurança</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Ignorar é não saber alguma coisa. A ignorância pode ser tão profunda que sequer a percebemos ou a sentimos, isto é, não sabemos que não sabemos, não sabemos que ignoramos. Em geral, o estado de ignorância se mantém em nós enquanto as crenças e opiniões que possuímos para viver e agir no mundo se conservam como eficazes e úteis, de modo que não temos nenhum motivo para duvidar delas, nenhum motivo para desconfiar delas e, consequentemente, achamos que sabemos tudo o que há para saber.</div>
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<br /></div>
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A incerteza é diferente da ignorância porque, na incerteza, descobrimos que somos ignorantes, que nossas crenças e opiniões parecem não dar conta da realidade, que há falhas naquilo em que acreditamos e que, durante muito tempo, nos serviu como referência para pensar e agir. Na incerteza não sabemos o que pensar, o que dizer ou o que fazer em certas situações ou diante de certas coisas, pessoas, fatos, etc. Temos dúvidas, ficamos cheios de perplexidade e somos tomados pela insegurança.</div>
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<br /></div>
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Outras vezes, estamos confiantes e seguros e, de repente, vemos ou ouvimos alguma coisa que nos enche de espanto e de admiração, não sabemos o que pensar ou o que fazer com a novidade do que vimos ou ouvimos porque as crenças, opiniões e ideias que possuímos não dão conta do novo. O espanto e a admiração, assim como antes a dúvida e a perplexidade, nos fazem querer saber o que não sabemos, nos fazem querer sair do estado de insegurança ou de encantamento, nos fazem perceber nossa ignorância e criam o desejo de superar a incerteza. Quando isso acontece, estamos na disposição de espírito chamada busca da verdade.</div>
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<br /></div>
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Desejo da verdade</div>
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<br /></div>
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O desejo da verdade aparece muito cedo nos seres humanos como desejo de confiar nas coisas e nas pessoas, isto é, de acreditar que as coisas são exatamente tais como as percebemos e o que as pessoas nos dizem é digno de confiança e crédito. Ao mesmo tempo, nossa vida cotidiana é feita de pequenas e grandes decepções e, por isso, desde cedo, vemos as crianças perguntarem aos adultos se tal ou qual coisa “é de verdade ou é de mentira”.</div>
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<br /></div>
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Quando uma criança ouve uma história, inventa uma brincadeira ou um brinquedo, quando joga, vê um filme ou uma peça teatral, está sempre atenta para saber se “é de verdade ou de mentira”, está sempre atenta para a diferença entre o “de mentira” e a mentira propriamente dita, isto é, para a diferença entre brincar, jogar, fingir e faltar à confiança.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando uma criança brinca, joga e finge, está criando um outro mundo, mais rico e mais belo, mais cheio de possibilidades e invenções do que o mundo onde, de fato, vive. Mas sabe, mesmo que não formule explicitamente tal saber, que há uma diferença entre imaginação e percepção, ainda que, no caso infantil, essa diferença seja muito tênue, muito leve, quase imperceptível – tanto assim, que a criança acredita em mundos e seres maravilhosos como parte do mundo real de sua vida.</div>
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<br /></div>
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Por isso mesmo, a criança é muito sensível à mentira dos adultos, pois a mentira é diferente do “de mentira”, isto é, a mentira é diferente da imaginação e a criança se sente ferida, magoada, angustiada quando o adulto lhe diz uma mentira, porque, ao fazê-lo, quebra a relação de confiança e a segurança infantis.</div>
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<br /></div>
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Quando crianças, estamos sujeitos a duas decepções: a de que os seres, as coisas, os mundos maravilhosos não existem “de verdade” e a de que os adultos podem dizer-nos falsidades e nos enganar. Essa dupla decepção pode acarretar dois resultados opostos: ou a criança se recusa a sair do mundo imaginário e sofre com a realidade como alguma coisa ruim e hostil a ela; ou, dolorosamente, aceita a distinção, mas também se torna muito atenta e desconfiada diante da palavra dos adultos. Nesse segundo caso, a criança também se coloca na disposição da busca da verdade.</div>
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<br /></div>
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Nessa busca, a criança pode desejar um mundo melhor e mais belo que aquele em que vive e encontrar a verdade nas obras de arte, desejando ser artista também. Ou pode desejar saber como e por que o mundo em que vive é tal como é e se ele poderia ser diferente ou melhor do que é. Nesse caso, é despertado nela o desejo de conhecimento intelectual e o da ação transformadora.</div>
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<br /></div>
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A criança não se decepciona nem se desilude com o “faz-de-conta” porque sabe que é um “faz-de-conta”. Ela se decepciona ou se desilude quando descobre que querem que acredite como sendo “de verdade” alguma coisa que ela sabe ou que ela supunha que fosse “de faz-de-conta”, isto é, decepciona-se e desilude-se quando descobre a mentira. Os jovens se decepcionam e se desiludem quando descobrem que o que lhes foi ensinado e lhes foi exigido oculta a realidade, reprime sua liberdade, diminui sua capacidade de compreensão e de ação. Os adultos se desiludem ou se decepcionam quando enfrentam situações para as quais o saber adquirido, as opiniões estabelecidas e as crenças enraizadas em suas consciências não são suficientes para que compreendam o que se passa nem para que possam agir ou fazer alguma coisa.</div>
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<br /></div>
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Assim, seja na criança, seja nos jovens ou nos adultos, a busca da verdade está sempre ligada a uma decepção, a uma desilusão, a uma dúvida, a uma perplexidade, a uma insegurança ou, então, a um espanto e uma admiração diante de algo novo e insólito.</div>
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<br /></div>
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Dificuldades para a busca da verdade</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em nossa sociedade, é muito difícil despertar nas pessoas o desejo de buscar a verdade. Pode parecer paradoxal que assim seja, pois parecemos viver numa sociedade que acredita nas ciências, que luta por escolas, que recebe durante 24 horas diárias informações vindas de jornais, rádios e televisões, que possui editoras, livrarias, bibliotecas, museus, salas de cinema e de teatro, vídeos, fotografias e computadores.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ora, é justamente essa enorme quantidade de veículos e formas de informação que acaba tornando tão difícil a busca da verdade, pois todo mundo acredita que está recebendo, de modos variados e diferentes, informações científicas, filosóficas, políticas, artísticas e que tais informações são verdadeiras, sobretudo porque tal quantidade informativa ultrapassa a experiência vivida pelas pessoas, que, por isso, não têm meios para avaliar o que recebem.</div>
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<br /></div>
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Bastaria, no entanto, que uma mesma pessoa, durante uma semana, lesse de manhã quatro jornais diferentes e ouvisse três noticiários de rádio diferentes; à tarde, frequentasse duas escolas diferentes, onde os mesmos cursos estariam sendo ministrados; e, à noite, visse os noticiários de quatro canais diferentes de televisão, para que, comparando todas as informações recebidas, descobrisse que elas “não batem” umas com as outras, que há vários “mundos” e várias “sociedades” diferentes, dependendo da fonte de informação.</div>
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<br /></div>
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Uma experiência como essa criaria perplexidade, dúvida e incerteza. Mas as pessoas não fazem ou não podem fazer tal experiência e por isso não percebem que, em lugar de receber informações, estão sendo desinformadas. E, sobretudo, como há outras pessoas (o jornalista, o radialista, o professor, o médico, o policial, o repórter) dizendo a elas o que devem saber, o que podem saber, o que podem e devem fazer ou sentir, confiando na palavra desses “emissores de mensagens”, as pessoas se sentem seguras e confiantes, e não há incerteza porque há ignorância.</div>
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<br /></div>
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Uma outra dificuldade para fazer surgir o desejo da busca da verdade, em nossa sociedade, vem da propaganda.</div>
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<br /></div>
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A propaganda trata todas as pessoas – crianças, jovens, adultos, idosos – como crianças extremamente ingênuas e crédulas. O mundo é sempre um mundo “de faz-de-conta”: nele a margarina fresca faz a família bonita, alegre, unida e feliz; o automóvel faz o homem confiante, inteligente, belo, sedutor, bem-sucedido nos negócios, cheio de namoradas lindas; o desodorante faz a moça bonita, atraente, bem empregada, bem vestida, com um belo apartamento e lindos namorados; o cigarro leva as pessoas para belíssimas paisagens exóticas, cheias de aventura e de negócios coroados de sucesso que terminam com lindos jantares à luz de velas.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A propaganda nunca vende um produto dizendo o que ele é e para que serve. Ela vende o produto rodeando-o de magias, belezas, dando-lhe qualidades que são de outras coisas (a criança saudável, o jovem bonito, o adulto inteligente, o idoso feliz, a casa agradável, etc.), produzindo um eterno “faz-de-conta”.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma outra dificuldade para o desejo da busca da verdade vem da atitude dos políticos nos quais as pessoas confiam, ouvindo seus programas, suas propostas, seus projetos enfim, dando-lhes o voto e vendo-se, depois, ludibriadas, não só porque não são cumpridas as promessas, mas também porque há corrupção, mau uso do dinheiro público, crescimento das desigualdades e das injustiças, da miséria e da violência.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em vista disso, a tendência das pessoas é julgar que é impossível a verdade na política, passando a desconfiar do valor e da necessidade da democracia e aceitando “vender” seu voto por alguma vantagem imediata e pessoal, ou caem na descrença e no ceticismo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No entanto, essas dificuldades podem ter o efeito oposto, isto é, suscitar em muitas pessoas dúvidas, incertezas, desconfianças e desilusões que as façam desejar conhecer a realidade, a sociedade, a ciência, as artes, a política. Muitos começam a não aceitar o que lhes é dito. Muitos começam a não acreditar no que lhes é mostrado. E, como Sócrates em Atenas, começam a fazer perguntas, a indagar sobre fatos e pessoas, coisas e situações, a exigir explicações, a exigir liberdade de pensamento e de conhecimento.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para essas pessoas, surge o desejo e a necessidade da busca da verdade. Essa busca nasce não só da dúvida e da incerteza, nasce também da ação deliberada contra os preconceitos, contra as ideias e as opiniões estabelecidas, contra crenças que paralisam a capacidade de pensar e de agir livremente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Podemos, dessa maneira, distinguir dois tipos de busca da verdade. O primeiro é o que nasce da decepção, da incerteza e da insegurança e, por si mesmo, exige que saiamos de tal situação readquirindo certezas. O segundo é o que nasce da deliberação ou decisão de não aceitar as certezas e crenças estabelecidas, de ir além delas e de encontrar explicações, interpretações e significados para a realidade que nos cerca. Esse segundo tipo é a busca da verdade na atitude filosófica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Podemos oferecer dois exemplos célebres dessa busca filosófica. Já falamos do primeiro: Sócrates andando pelas ruas e praças de Atenas indagando aos atenienses o que eram as coisas e ideias em que acreditavam. O segundo exemplo é o do filósofo Descartes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Descartes começa sua obra filosófica fazendo um balanço de tudo o que sabia: o que lhe fora ensinado pelos preceptores e professores, pelos livros, pelas viagens, pelo convívio com outras pessoas. Ao final, conclui que tudo quanto aprendera, tudo quanto sabia e tudo quanto conhecera pela experiência era duvidoso e incerto. Decide, então, não aceitar nenhum desses conhecimentos, a menos que pudesse provar racionalmente que eram certos e dignos de confiança. Para isso, submete todos os conhecimentos existentes em suas época e os seus próprios a um exame crítico conhecido como dúvida metódica, declarando que só aceitará um conhecimento, uma ideia, um fato ou uma opinião se, passados pelo crivo da dúvida, revelarem-se indubitáveis para o pensamento puro. Ele os submete à análise, à dedução, à indução, ao raciocínio e conclui que, até o momento, há uma única verdade indubitável que poderá ser aceita e que deverá ser o ponto de partida para a reconstrução do edifício do saber.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa única verdade é: “Penso, logo existo”, pois, se eu duvidar de que estou pensando, ainda estou pensando, visto que duvidar é uma maneira de pensar. A consciência do pensamento aparece, assim, como a primeira verdade indubitável que será o alicerce para todos os conhecimentos futuros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://filosofiaafp3.blogspot.com/search/label/A%20Verdade" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="117" data-original-width="400" height="93" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP7I-CLKijRMy3Yid7pj7Q-NtU0EASoyXbR2HELhpDz26pOVhabUZa7nrVqwA8mmFKNz9LmUjEf44uxdIQSVmYjncMHGDm0L_zR68kk0mirgFVO7uwlZBIz3cyZ99jL3eoVyshMiICvN4/s320/Question%C3%A1rio.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgolr0GMzwspCPiYzd8u0HwZQyDj__nOZBA0he6JhQpP8-kPczad9NXqUS3phPIw0KyK5A4f1a9lNgn0FJF88uvmGbuWRaSSssCrKbu-fRhznkapOLF7tnmpc_t-ARmz0M9Z5PVWo-BzUU/s1600/Question%C3%A1rio.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="117" data-original-width="400" height="92" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgolr0GMzwspCPiYzd8u0HwZQyDj__nOZBA0he6JhQpP8-kPczad9NXqUS3phPIw0KyK5A4f1a9lNgn0FJF88uvmGbuWRaSSssCrKbu-fRhznkapOLF7tnmpc_t-ARmz0M9Z5PVWo-BzUU/s320/Question%C3%A1rio.png" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-65659625487495753412019-08-20T15:26:00.000-03:002019-08-20T15:50:32.445-03:00Período Helenístico<br />
<div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center; text-indent: 27.5pt;">
<br />
<div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center; text-indent: 27.5pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-size: 11.0pt;">As quatro Escolas do Helenismo<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center; text-indent: 27.5pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A morte de
Alexandre III em 323 assinala, tradicionalmente, o fim da polis como modelo de
unidade política e o começo da difusão da cultura grega no Oriente. Nem mesmo a
meteórica expansão de Roma e a conquista das monarquias helenísticas foi capaz
de afetar, posteriormente, a predominância cultural do helenismo em todo o
Mediterrâneo Oriental.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Durante o
conturbado Período Helenístico, o homem deixou de ser o componente mais
importante de uma comunidade restrita para se tornar um simples cidadão de
vastos impérios. A perda da importância política individual fez muitos se
dedicarem cada vez mais à busca da felicidade pessoal através da religião, da
magia ou da Filosofia.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>As principais
escolas filosóficas do Período Helenístico foram o cinismo, o ceticismo, o
epicurismo e o estoicismo. Todas procuravam, basicamente, estabelecer um
conjunto de preceitos racionais para dirigir a vida de cada um e, através da
ausência do sofrimento, chegar à felicidade e ao bem-estar.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Das antigas
escolas filosóficas, a Academia envolveu-se durante algum tempo com o
ceticismo, e depois voltou ao caminho original, traçado por Platão; o Liceu,
fundado por Aristóteles, afastou-se cada vez mais da filosofia e da erudição e
se devotou, principalmente, à literatura.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O Período
helenístico caracterizou-se por um processo de interação entre a cultura grega
clássica e a cultura dos povos orientais conquistados. Substituiu-se a vida
pública pela vida privada como centro de reflexões filosóficas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A reflexão
política foi abandonada pela Filosofia.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Na filosofia Greco-romana, que corresponde à fase militar de Roma, não
houve grandes novidades, pois o principais pensadores dedicaram-se basicamente
à tarefa de assimilar e desenvolver as contribuições culturais herdadas da Grécia
Clássica.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>As principais
correntes filosóficas desse período vão tratar da intimidade, e da vida
interior do ser humano. Entre as principais tendências desse período destaca-se
o epicurismo, o estoicismo, o pirronismo e o cinismo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;">CINISMO:
ALÉM DAS CONVENÇÕES<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">O termo cinismo vem do grego kynos, que significa
"cão", e designa a corrente dos filósofos que se propuseram a viver
como os cães da cidade, sem qualquer propriedade ou conforto. Levavam ao
extremo a filosofia de Sócrates, segundo a qual o homem deve procurar conhecer
a si mesmo e desprezar todos os bens materiais. Por isso Diógenes, o pensador
mais destacado dessa escola, é conhecido como o “Sócrates demente”, ou o
“Sócrates louco”, pois questionava os valores e as tradições sociais e procurava
viver estritamente conforme os princípios que considerava moralmente corretos.
Sãos inúmeras as histórias e acontecimentos na vida desse filósofo que o
tornaram uma figura instigante da história da filosofia.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Cínico, do
grego kynicos, significa “como um cão”. Designa assim a corrente dos filósofos
que se propuseram viver como os cães da cidade, sem qualquer propriedade e
conforto.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Levavam ao
extremo a tese socrática<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de que o ser
humano deve procurar conhecer a si mesmo e desprezar todos os bens materiais.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">O cínico mais conhecido era “Diógenes”, um discípulo
de Antístenes. Conta-se que morava num tonel e que só possuía um manto, um
bastão e um saco para o pão. (Não era fácil roubar-lhe a sua felicidade!). Há
histórias que afirmam que ele chegou a viver dentro de um barril, nu, e
ridicularizava todos os cidadãos e seus hábitos com um humor implacável.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Certo dia, estava a tomar um banho de sol à frente do
seu tonel quando Alexandre Magno o visitou. Alexandre apresentou-se ao sábio e
disse-lhe que lhe daria o que ele desejasse. Diógenes pediu a Alexandre que não
lhe tapasse o sol. Foi assim que Diógenes demonstrou que era mais rico e mais
feliz do que o grande homem. Tinha tudo o que desejava.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;">EPICURISMO:
O PRAZER<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">O epicurismo, de Epicuro (324-271 a.C.) – propunha a
ideia de que o ser humano deve buscar o prazer da vida. No entanto, distinguia,
entre os prazeres, aqueles que são duradouros e aqueles que acarretam dores e
sofrimentos, pois o prazer estaria vinculado a uma conduta virtuosa. Para
Epicuro, o supremo prazer seria de natureza intelectual e obtido mediante o
domínio das paixões. Os epicuristas procuravam a ataraxia, termo grego que
usavam para designar o estado em que não havia dor, de quietude, serenidade,
imperturbabilidade da alma. O epicurismo, posteriormente, serviu de base ao
hedonismo, filosofia que também defende a busca do prazer, mas que não
diferencia os tipos de prazeres, tal como faz Epicuro. Defendia que o prazer é
o princípio e o fim de uma vida feliz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Epicuro acreditava que o maior bem era a procura de
prazeres moderados de forma a atingir um estado de tranquilidade (ataraxia) e
de libertação do medo, assim como a ausência de sofrimento corporal (aponia)
através do conhecimento do funcionamento do mundo e da limitação dos desejos. A
combinação desses dois estados constituiria a felicidade na sua forma mais
elevada. Embora o epicurismo seja doutrina muitas vezes confundida com o
hedonismo (já que declara o prazer como o único valor intrínseco), a sua
concepção da ausência de dor como o maior prazer e a sua apologia da vida
simples tornam-no diferente do que vulgarmente se chama “hedonismo”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;">Hedonismo</span></b><span style="font-size: 11.0pt;">: Doutrina segundo a qual o prazer é o único
verdadeiro bem. Há três tipos de hedonismo: o psicológico, que sustenta que as
pessoas procuram inevitavelmente o prazer; o ético (ver ÉTICA), que considera
que a obrigação dos seres humanos é procurar o prazer; e o reflexivo, que
afirma que aquilo que dá VALOR a qualquer ocupação é o prazer.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Epicuro
defendia dois grandes grupos de prazeres. O primeiro reúne os prazeres mais
duradouros, que encantam o espírito, como a boa conversação, a contemplação das
artes, a audição da música etc. O segundo inclui os prazeres mais imediatos,
muitos dos quais são movidos pela explosão das paixões e que, ao final, podem
resultar em dor e sofrimento.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Para desfrutar
dos prazeres do intelecto é necessário dominar os prazeres exagerados da
paixão.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;">Ataraxia</span></b><span style="font-size: 11.0pt;">: significa tranquilidade da alma, ausência de
perturbação. É um conceito fundamental da filosofia epicurista e dos céticos, e
pode traduzir-se como imperturbabilidade, ausência de inquietação ou serenidade
do espírito.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;">Aponia:</span></b><span style="font-size: 11.0pt;"> é um conceito filosófico que significa a ausência de
dor, e foi considerado pelos epicuristas ser o ápice do prazer corporal.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;">ESTOICISMO:
O DEVER<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">O estoicismo, de Zenão de Cício (334-262 a.C.) – os
representantes desta escola, conhecidos como estoicos, defendiam uma atitude de
completa austeridade física e moral, baseada na resistência do homem ante os
sofrimentos e os males do mundo. Seu ideal de vida, designado pelo termo grego
apathéia (que costuma ser mal traduzido por "apatia"), era alcançar
uma serenidade diante dos acontecimentos fundada na aceitação <i style="mso-bidi-font-style: normal;">da "lei universal do cosmos"</i>,
que rege toda a vida. Fundado pelas ideias de Zenão de Cício, Defendiam a noção
de que toda a realidade existente é uma realidade racional.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">O que chamamos de Deus, nada mais é do que a fonte dos
princípios racionais que regem a realidade.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Zenão propõe o dever, vinculado à compreensão da ordem
cósmica, como o melhor caminho para a felicidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">contudo, observamos que estoicismo propõe se viver de
acordo com a lei racional da natureza e aconselha a indiferença (apathea) em
relação a tudo que é externo ao ser. O homem sábio obedece à lei natural,
reconhecendo-se como uma peça na grande ordem e propósito do universo, devendo,
assim, manter a serenidade perante tanto as tragédias quanto as coisas boas. A
partir disso, surgem duas consequências éticas: deve-se "viver conforme a
natureza": sendo a natureza essencialmente o logos, essa máxima é
prescrição para se viver de acordo com a razão. Sendo a razão aquilo por meio
do que o homem torna-se livre e feliz, o homem sábio não apreende o seu
verdadeiro bem nos objetos externos, mas usando estes objetos através de uma sabedoria
pela qual não se deixa escravizar pelas paixões e pelas coisas externas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;">CETICISMO: A
SUSPENSÃO DO JUÍZO<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">O ceticismo (pirronismo), de Pirro de Élis (365-275
a.C.) - segundo suas teorias, nenhum conhecimento é seguro, tudo é incerto. O
pirronismo defendia que se deve contentar com as aparências das coisas,
desfrutar o imediato captado pelos sentidos e viver feliz e em paz, em vez de
se lançar à busca de uma verdade plena, pois seria impossível ao homem saber
se as coisas são efetivamente como aparecem. Assim, o pirronismo é considerado
uma forma de ceticismo, que professa a impossibilidade do conhecimento, da
obtenção da verdade absoluta.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Fundado a partir das ideias de Pirro de Élis, foi uma
corrente filosófica que defendia a ideia de que tudo é incerto, nenhum
conhecimento é seguro, qualquer argumento pode ser contestado.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Desse modo, aceitando que das coisas só se podem
conhecer as aparências e desfrutando o imediato captado pelos sentidos, as
pessoas viveriam felizes e em paz.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://filosofiaafp3.blogspot.com/search/label/Per%C3%ADodo%20Helen%C3%ADstico" target="_blank"><img border="0" data-original-height="117" data-original-width="400" height="93" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgrVCy1eJxFO8yJj0FeV_0KZzOUTvt9Opw-zO1_rY13MKl8scULuHO0D72R-bUTGzwUjINZSiOPjX0Qvsawg6WUk-_ST9vXeylIvjBN0QCixXdTESSr9apDaUpC9D6LEac1QhJAnwFjLU/s320/Question%C3%A1rio.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6kNMH8Jrr-mDKZ2esERObA7e6JwfuLtFz-fEx9lStKbqN3Naz-j8foGujEYsQHy3GyQFVZ4xEyRYBcHvuLpY8cbmnqG10gII2c5ZtR5fZnfU4jrmNYM-NooVGT1TPs6UNk5FKH9vdNnU/s1600/Question%C3%A1rio.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="117" data-original-width="400" height="92" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6kNMH8Jrr-mDKZ2esERObA7e6JwfuLtFz-fEx9lStKbqN3Naz-j8foGujEYsQHy3GyQFVZ4xEyRYBcHvuLpY8cbmnqG10gII2c5ZtR5fZnfU4jrmNYM-NooVGT1TPs6UNk5FKH9vdNnU/s320/Question%C3%A1rio.png" width="320" /></a></div>
<br /></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-78118186646443436492016-11-22T12:24:00.002-02:002018-03-02T19:16:39.314-03:00Ética aristotélica<div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -7.2pt; margin-top: 0cm; text-align: center;">
<b><u><span style="color: windowtext; font-family: inherit; font-size: large; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Ética
a Nicômaco<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -7.2pt; margin-top: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -7.2pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmZMFsaMEMq_-YFsVYyDUkETOLnWW7QouH0G-DHcEw1Tf_grT3T7IIpWMVfu7S_LKb2aNRwm08bMdBktNZUd3pwAAFD8leinYk3NEzI_hkUwniycvQNK55dCe1Jn_7ZlTxRjW420a9Ak8/s1600/448px-Aristotle_Altemps_Inv8575-224x300.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmZMFsaMEMq_-YFsVYyDUkETOLnWW7QouH0G-DHcEw1Tf_grT3T7IIpWMVfu7S_LKb2aNRwm08bMdBktNZUd3pwAAFD8leinYk3NEzI_hkUwniycvQNK55dCe1Jn_7ZlTxRjW420a9Ak8/s1600/448px-Aristotle_Altemps_Inv8575-224x300.jpg" /></a></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Aristóteles, em sua obra Ética a
Nicômacos, discute a finalidade de toda arte, indagação, ação e propósito da
vida humana e conclui que é sempre o bem a que todas visam. Ao discutir qual
seria este bem que é a finalidade da vida humana, Aristóteles nos apresenta a
felicidade. Só que ao mesmo tempo em que afirma que a felicidade é o bem
supremo, pergunta-se pela função própria do homem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: -7.2pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">[...] o bem para o homem vem a ser o exercício ativo
das faculdades da alma de conformidade com a excelência, e se há mais de uma
excelência, de conformidade com a melhor e mais completa entre elas. Mas
devemos acrescentar que tal exercício ativo deve estender-se por toda a vida,
pois uma andorinha não faz verão [...]; da mesma forma um dia só, ou um certo
lapso de tempo, não faz um homem bem-aventurado e feliz. (ARISTÓTELES, 2001, p.
24-25).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Pressupondo que a felicidade é a
finalidade de nossa vida, Aristóteles preocupa-se em demonstrar que a vida
humana possui em si uma finalidade, ou seja, uma função para a qual está dada.
E, portanto, tal finalidade se objetiva dentro da função a que a vida acontece.
Sendo assim, a felicidade resultará do atendimento a esta função. O que está
pressuposto não é a felicidade em si mesma, mas a relação da mesma com a arte
de viver, com o saber viver que estamos discutindo desde o início. E aqui cabe
então atentarmos para o que Aristóteles nos apresenta como sendo a felicidade:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: -7.2pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">[...] Parece que a felicidade, mais que qualquer outro
bem, é tida como este bem supremo, pois a escolhemos sempre por si mesma, e
nunca por causa de algo mais; mas as honrarias, o prazer, a inteligência e
todas as outras formas de excelência, embora as escolhamos por si mesmas,
escolhemo-las por causa da felicidade, pensando que através delas seremos
felizes. Ao contrário, ninguém escolhe a felicidade por causa das várias formas
de excelência, nem, de um modo geral, por qualquer outra coisa além dela mesma.
(ARISTÓTELES, 2001, p. 23).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Aristóteles fundamenta a ética, arte de
bem viver, tendo como referência a função do homem, ou seja, da vida humana,
pois não se trata da vida de um homem, mas do ser humano, e aponta para a
felicidade como sendo a busca, em si mesma, da vida humana, ou seja, o bem
supremo a que toda arte, indagação, ação e propósito devam ter em vista. A
partir da obra Ética a Nicômaco busca-se entender o que, segundo Aristóteles, é
preciso para ser feliz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: -7.2pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">[...] Devemos observar que cada uma das formas de
excelência moral, além de proporcionar boas condições à coisa a que ela dá
excelência, faz com que esta mesma coisa atue bem; por exemplo, a excelência
dos olhos faz com que tanto os olhos quanto a sua atividade sejam bons, pois é
graças à excelência dos olhos que vemos bem. De forma idêntica a excelência de
um cavalo faz com que ele seja ao mesmo tempo bom em si e bom para correr e
levar seu dono e para sustentar o ataque do inimigo. Logo, se isto é verdade em
todos os casos, a excelência moral do homem também será a disposição que faz um
homem bom e o leva a desempenhar bem a sua função (ARISTÓTELES, 2001, p. 41).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">O termo excelência utilizado por
Aristóteles é corriqueiramente entendido também por virtude. Há duas espécies
de excelência: a intelectual e a moral. A intelectual nasce e se desenvolve com
a instrução, ou seja, com o processo educativo e formativo. Por isso,
desenvolve se com o tempo e a experiência. É o que de certa forma estamos
fazendo desde que iniciamos nossa vida escolar e que vai se aprimorando à
medida em que nos dedicamos mais aos estudos. Cada um de nós pode perceber o
quanto se aprimorou desde o dia em que esteve pela primeira vez em uma sala de
aula.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Já a excelência moral é produto do
hábito, é tudo aquilo que pode mos alterar pelo hábito. Observe que a palavra
ética tem sua raiz grega – ethiké e ethos - que significam hábito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Então a excelência moral é adquirida
através da prática, assim como as artes, por exemplo, você toca violão na
medida em que passa a praticar e quanto mais tempo praticar, maior será sua
habilidade e chances de se tornar um exímio tocador. o sofrimento. E disso
resultará o bom uso que faremos ou não do prazer e do sofrimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Para Aristóteles “toda a preocupação,
tanto da excelência moral quanto da ciência política, é com o prazer e com o
sofrimento, porquanto o homem que os usa bem é bom, e o que os usa mal é mau”.
Mas o fato de a excelência estar relacionada ao domínio que fará do prazer e
sofrimento implica que a excelência garantirá atingir o alvo do meio-termo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Vamos retomar o que ele entende por
disposição de caráter para que<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Por que o desenvolvimento da excelência
moral é tão importante para nós? Porque está relacionada com as ações e
emoções, que por sua vez estão relacionadas com o prazer ou sofrimento e por
isso, a excelência moral se relaciona com os prazeres e sofrimentos. Pode-se
dizer que a excelência moral é a capacidade que vamos desenvolver para lidar
com nossas emoções e ações na relação direta com o prazer e <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">possamos entender o que seja a excelência
moral ou virtude do homem. Ora, disposições de caráter são “os estados de alma
em virtude dos quais estamos bem ou mal em relação às emoções” (ARISTÓTELES,
2001, p. 40). Isto nada mais seria que a nossa disposição em relação às coisas,
ou melhor como sentimos, encaramos a realidade que nos cerca, com certo grau de
intensidade e/ou indiferença.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: -7.2pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Por exemplo, pode-se sentir medo, confiança, desejos,
cólera, piedade, e de um modo geral prazer e sofrimento, demais ou muito pouco,
e em ambos os casos isto não é bom; mas experimentar estes sentimentos no
momento certo, em relação aos objetos certos e às pessoas certas, e de maneira
certa, é o meio termo e o melhor, e isto é característico da excelência.
(ARISTÓTELES, 2001, p. 41-42)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Fala-se que a excelência moral é o
desenvolvimento de hábitos que nos farão escolher nossas ações e emoções, que
são marcadas pelo excesso, falta e meio termo. Mas o que é o meio termo?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: -7.2pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">De tudo que é contínuo e divisível é possível tirar uma
parte maior, menor ou igual, e isto tanto em termos da coisa em si quanto em
relação a nós; e o igual é um meio termo entre o excesso e a falta. Por “meio
termo” quero significar aquilo que é equidistante em relação a cada um dos
extremos, e que é único e o mesmo em relação a todos os homens; por “meio termo
em reação a nós” quero significar aquilo que não é nem demais nem muito pouco,
e isto não é único nem o mesmo para todos. (ARISTÓTELES, 2001, p. 41).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Portanto, para Aristóteles a busca é pelo
meio termo, ou seja, o equilíbrio entre o excesso e a falta. É o desafio e
enfrentamento diante de cada ação e emoção. É por isso, que a formação da
excelência moral é uma busca constante e depende da capacidade racional, pois
exige a todo o momento reflexão e escolha. A mediania não é algo pronto e dado,
mas escolhido e que precisa ser entendido para que se chegue a atingi-la.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Porém, uma pergunta que se pode fazer é:
sei que para ser virtuoso devo buscar o meio termo, mas sabendo isso percebo
que não é tão simples assim como parece. O que preciso fazer para isso? A
resposta está em que temos que escolher nossas ações e emoções e como há em
relação a elas o excesso, a falta e o meio termo, temos que acertar o meio
termo. E para isso precisamos refletir, pensar e analisar para fazer a escolha
de forma acertada. Além disso, Aristóteles ressalta que a mediania é relativa a
nós, ou seja, o que é bom para mim pode não ser para o meu colega. Vou dar um
exemplo: você já fez curso de inglês e a partir das aulas de inglês você estuda
15 minutos por semana e consegue a nota máxima. Se um colega seu que <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">não estudou seguir o seu conselho de que
basta estudar apenas 15 minutos por semana é o suficiente, ele irá conseguir
assim como você a nota máxima?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">É bom destacar que a ética aristotélica
não se apresenta de forma alguma como algo imperativo, ou seja, faça isto, não
faça aquilo. Mas joga a opção a cada um de nós para que façamos as escolhas e
seja mos assim sujeitos de nossos próprios atos e escolhas. Sendo assim, não há
uma verdade pré-estabelecida e que nos cabe apenas seguí-la, sem reflexão e/ou
questionamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Assim nos deparamos com a necessidade de,
a cada ação, fazer a escolha e o desafio é fazer a escolha certa. É portanto,
mais difícil, pois exige de nós uma atitude ativa e não simplesmente passiva
diante da <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">vida, das coisas e escolhas que nos
cercam. Veja como poder escolher e, portanto, poder errar é sempre o que acaba
por inibir as pessoas. Precisamos refletir e desenvolver nossa capacidade de
análise da realidade, pois isso depende exclusivamente de nós. E como o mundo
que nos cerca é também o mundo das relações humanas, saber escolher é um
desafio constante e que diante das escolhas que fizermos não há retrocesso.
Para o pensamento aristotélico, tudo isso diretamente relacionado com o fato de
eu viver na pólis, ou seja, viver em sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Para o mundo grego a ética e a política
estão juntas, pois entendem que a comunidade social é o lugar necessário para a
vivência ética. O homem só pode viver e buscar sua finalidade, que para
Aristóteles é a felicidade, na comunidade social, pois é um animal político, ou
seja, social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Portanto, não pode o homem levar uma vida
moral como indivíduo isolado, pois vive e é membro de uma comunidade. E como a
vida moral não é um fim em si mesmo, mas um meio para se alcançar a felicidade,
não se pensa a ética fora dos limites das relações sociais, ou seja, não se
pressupõe a ética sem a política.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">É por isso que, segundo Savater, “(...)
os antigos gregos chamavam quem não se metia em política de idiotés, palavra
que significava pessoa isolada, sem nada a oferecer às demais, obcecada pelas
mesquinharias de sua casa e, afinal de contas, manipulada por todos”. (SAVATER,
1996, p. 16).<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -7.2pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 11.0pt;"><span style="font-size: large;">Não sei se isto responde a questão: como
fazer para atingir o meio termo? Mas penso que traduza o que está pressuposto
em Aristóteles no sentido de orientar os homens, daquele momento histórico,
Grécia, no século IV a.C., a atingirem a finalidade de suas vidas, que para
Aristóteles é a felicidade.</span><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: 11.0pt;"><br /></span>
<span style="font-size: 11.0pt;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://filosofiaafp3.blogspot.com.br/search/label/%C3%89tica%20e%20Moral" target="_blank"><img border="0" height="93" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhur5SVHuH6rmojRTYl5gZNOR2f-CRZlVauBr9JBm3kMRux1RcP-fkcXOdCGQHDuohqGjYEITUj4uAqrwxl2ll2ksDOUqY1rwuyPwYhi4L7hDVq-64vNRLGBn8Qrtob3GIZDgFYL7gaZ24/s320/Question%C3%A1rio.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdVp8eneLZmAq8m0UgCB0woSBJpc76hlSCbOnEnu6_mbv2X5A/viewform" target="_blank"><img border="0" height="92" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB7geC56_kKATKLcxm83R_U7BqAVf5yRM7iCzo9lL_VXmlb7OiCblKfOVPXP0QcnN0Kfnan4-8vRlVxZJNkK_cMmxAFe9eeYmnZ0FMz7A0GkesOBWE-dGu2OTs7UZ5jP8YUEYQoV-FqmU/s320/Question%C3%A1rio.png" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
</div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-44325150896380524432016-03-11T14:47:00.001-03:002018-03-04T11:49:04.480-03:00Thomas Hobbes<div align="center" style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .75pt; margin-left: .75pt; margin-right: -49.7pt; margin-top: .75pt; text-align: center; text-indent: -.75pt;">
<div align="center" style="line-height: 15pt; margin: 0.75pt 21.2pt 0.75pt 0.75pt; text-indent: -0.75pt;">
<div align="center" style="line-height: 15pt; margin: 0.75pt 42.45pt 0.75pt 0.75pt; text-indent: -0.75pt;">
<b>O ESTADO
ABSOLUTISTA<o:p></o:p></b></div>
<div style="line-height: 15.0pt; margin-bottom: .75pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .75pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .85pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0zsogWQ7N5F9ngLb3grRbfbobXhqEmS7nhLnaja_NnmiPe0UsLgscF2jhR-wHoacafbrzPCJNTfLR-W-aW_rNMBGuSenTr39j47waGYYnbZt_Qlcn6dlRECUguNt0L7-w54KGEpqXgmI/s1600/200px-Thomas_Hobbes_%28portrait%29.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="211" data-original-width="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0zsogWQ7N5F9ngLb3grRbfbobXhqEmS7nhLnaja_NnmiPe0UsLgscF2jhR-wHoacafbrzPCJNTfLR-W-aW_rNMBGuSenTr39j47waGYYnbZt_Qlcn6dlRECUguNt0L7-w54KGEpqXgmI/s1600/200px-Thomas_Hobbes_%28portrait%29.jpg" /></a>Nascido em 1588, numa pequena aldeia no interior da
Inglaterra, o empirista Thomas Hobbes destacou-se na história da filosofia como
um pensador político. Muito cedo, já aprendia as primeiras palavra do grego e
do latim. completou seus estudos superiores em Oxford, logo após, preceptor de
algumas famílias abastadas e influentes na Inglaterra. Entre seus alunos mais
famosos esta Carlos Stuart (Carlos II), de quem recebia vultuosa pensão. Thomas
Hobbes teve um final de vida conturbado, sob acusações de crimes contra fé. No
âmbito da política, suas principais obras são <i>De Cive e <b>Leviatã.</b></i>
Durante toda sua vida, Hobbes mostrou-se ser um ferrenho defensor do
absolutismo, posição que se evidencia principalmente em <i>Leviatã</i>.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .85pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
O Estado de Natureza<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
Estado de natureza é a condição em que se encontram os
homens antes da formação de uma comunidade política (ou sociedade), em que eles
disputam todas as coisas por direito natural e absoluto, posto que são iguais
entre si. Em outras palavras, todos tem igual direito à sobrevivência e à
autopreservação. Justamente por isso, trata-se de um momento periclitante em
que há um perigo iminente de morte violenta, posto que existe uma guerra
declarada de todos contra todos.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
Nessa guerra, nada pode ser justo um injusto, e tudo é
permitido, pois não existe distinção entre o que é bom e o que é mau, entre a
justiça e a injustiça. Onde não existe a dimensão do bem comum, não existe lei,
e onde esta não existe não há obrigação e, certamente, não haverá justiça. Nesse
estado, a força, a coerção e o egoísmo são considerados trunfos para manutenção
da vida.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .85pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.5pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<span style="font-size: 10pt;">Portanto tudo
aquilo que é válido para um tempo de guerra em que todo homem é inimigo de todo
homem, o mesmo é válido também para o todo o tempo durante o qual os homens
vivem sem outra segurança senão as que lhes pode ser oferecida pela sua própria
força e sua própria invenção. Numa tal situação não há industria, pois seu
fruto é incerto [...] não há sociedade; e o que é pior do que tudo, há um constante
temor e perigo a morte violenta. E a vida do homem é solitária, pobre, sórdida,
embrutecida e curta (HOBBES, 1997. p. 109).<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
Nessa perspectiva, a teoria hobbesiana constitui inversão
da clássica posição de Aristóteles, segundo a qual seria da própria natureza
humana o exercício da política. Para o filósofo inglês, "o homem é o lobo
do homem, ou seja, a vida do ser humano no estado de pré-civil é solitária e
embrutecida, fazendo do mesmo um ser egoísta, razão pela qual nenhum homem esta
ligado ao outros homens por consenso espontâneo" (REALI e ANTISERI, 2005,
p. 81).<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
O Contrato Social<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
Diante da periclitância (instabilidade) do estado de
natureza e com o firme objetivo de construir a paz, os homens renunciam a sua
liberdade em troca de sua segurança. A saída do estado de natureza coincide,
portanto, com o advento da paz e da segurança social. Todas as leis e
estruturas de uma sociedade seriam, de acordo com Hobbes, elementos
constituintes de um contrato social estabelecidos entre os homens cujo objetivo
primeiro seria a preservação da vida dos contratantes.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<span style="font-size: 10pt;">O fim último,
causa final do desígnio dos homens [...] ao introduzir aquela restrição sobre
si mesmo sobre a qual os vemos viver nos Estados é o cuidado com sua própria conservação
e com uma vida mais satisfeita. Quero dizer o desejo daquela mísera condição de
guerra que é a consequência necessária das paixões naturais (HOBBES, 1997, p.
141).<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
Esse acordo não é natural, é artificial e trata-se de uma
espécie de transferência mútua de direitos em prol da edificação de um sistema
social. Enquanto outros animais são norteados por acordos naturais, os
contratos sociais edificados entre os seres humanos tem caráter não natural.
Para que tal artifício seja durável e a paz, de fato, seja implantada, os
membros do grupo contratante devem, entre si, renunciar livre e espontaneamente
a todas as suas vontades, força e direitos (com exceção da vida), em prol de um
poder comum capaz de fazer com que todas as ações dos membros da sociedade
possam confluir para o bem comum.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<span style="font-size: 10pt;">Por último, o
acordo vigente entre essas criaturas (abelhas) é natural, ao passo que ao dos
homens surge apenas através de um pacto, isto é, artificialmente. Portanto não
é de se admirar que seja necessária algumas coisas a mais, além do pacto, para
tornar constante e duradouro seu acordo: ou seja, um poder comum que os
mantenham em respeito, e que dirija suas ações no sentido do benefício comum
(HOBBES, 1997, p. 143).<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
As Bases
do Poder Absoluto<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
A
precariedade e artificialidade do pacto incipiente fazem com que tal pacto não
seja suficiente para manter a
observância dos homens com relação a ele. Por isso, faz-se necessário a
implantação de um poder que os obrigue a respeitar os acordos firmados entre
si, "pois, sem a espada que lhes imponha respeito, os acordos não servem
para atingir os objetivos a que se propõem" (REALI e ANTISERI, 2005, p.
84).<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
Por
isso, é preciso que todos os súditos deleguem a um homens ou assembleia de
homens o poder de governá-los de maneira absoluta. O poder dado a esse homem
(ou assembleia) é indivisível e absoluto, e ele permanece fora do pacto, pois,
se estivesse dentro, não alcançaria os objetivos próprios de sua função, que é
manter a paz e a segurança entre os homens. Uma vez que recebeu um suas mãos os
direitos, as vontades e as aspirações dos cidadãos, o governante se aposso
deles de forma irrevogável. Essa é uma das mais contundentes e radicais
teorizações (sem caráter religioso) sobre o poder absoluto dos governantes.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<span style="font-size: 10pt;">A única maneira de instruir um tal poder
comum, capaz de defendê-los das invasões dos estrangeiros e das injúrias uns
dos outros [...] é conferir toda a sua força e poder a um homem, ou assembleia
de homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos a
uma só vontade [...] Esta é a geração daquele grande Leviatã, ou antes daquele
Deus Mortal, ao qual devemos, abaixo do Deus Imortal, a nossa paz e defesa.
pois graças a essa autoridade que lhe é dada [...] é-lhe conferido o uso de
tamanho poder e força que o terror assim inspirado o torna capaz de conformar
as vontades de todos [...] (HOBBES, 1997, p. 143-144).<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
Dentre
as várias características, direitos e prerrogativas daquele que é depositário
do poder e das vontades de todos, existem algumas que seriam a essência da
soberania, elas seriam uma espécie de marcas sociais que apontariam em que o
homem ou assembleia se localizaria e residiria o poder do soberano. Vejamos
algumas delas:<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
- o
governante absoluto é colocado no poder por meio do voto da maioria, e aqueles
que perderem, imediatamente, devem concordar com o resultado;<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
- se
existir alguma coisa anterior ao pacto que o contrarie, ela estará
automaticamente descartada;<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
- a
sujeição política dos súditos é soberana;<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
- se
cada súdito é, por instituição, autor de todos os atos do soberano, em hipótese
alguma os atos deste poderão ser considerados injuriosos;<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
-
compete ao soberano ser a autoridade e o juiz máximo em todas as matérias
sociais (legalidade, religião, política, guerra, paz, etc.);<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
- compete
ao soberano a escolha de seu corpo de ministros e secretários.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .85pt; margin-left: .75pt; margin-right: 42.45pt; margin-top: .85pt; text-align: justify; text-indent: 27.6pt;">
Então,
concluímos que o papel do soberano deve ser garantir a segurança, a paz e a
prosperidade a seus súditos, assim, a legitimação do poder exercido pelo
governante está diretamente legada à estabilidade civil que ele pode gerar e
manter. O <i>Leviatã </i>hobbesiano é a
máxima personificação do poder político em homem ou assembleia, inspirada na
imagem da bíblia (Jó 40, 41) de um monstro marinho. Thomas Hobbes é categórico
quanto à necessidade que o governante tem de inspirar temor e terror para a
instituição e manutenção da paz civil, tarefa irrenunciável do soberano.<o:p></o:p></div>
<br /></div>
<br /></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><a href="http://filosofiaafp3.blogspot.com.br/search/label/Thomas%20Hobbes" target="_blank"><img alt="http://filosofiaafp3.blogspot.com.br/search/label/Thomas%20Hobbes" border="0" height="93" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8JLSg55QZEj7nZVQ27iHTUG0BMKHm1AkhyYF4vIR6oVnTf44NbZMJVtMOMUG0kJIqqAi7-XIr6-mUOSpKVVMVztrMB6QuhZFrl62ANr9LpIi2O5xgHguJsibTVyx9Lvwm32_Mo_kY6hk/s320/Question%C3%A1rio.jpg" title="Thomas Hobbes" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="http://filosofiaafp3.blogspot.com.br/search/label/Thomas%20Hobbes" target="_blank"><br /></a></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><a href="https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeXlDzqBGNvUABp8Qzre17OZuUehh-pHrmsmwpgCeQOutuvtA/viewform" target="_blank"><img border="0" height="92" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho7sHlufeMrq3zOC2Gnj0GoQQN1gJZWJVxqyinekBPEuwNX4uor5ewV358CKqC2CSSDfOi56RBwzZaQ-Opcjx5-wVLcZ-gu3q_mMRVqlERbjEKB9i19uQhTSwyaySkTDoJT4DwDI2oURI/s320/Question%C3%A1rio.png" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeXlDzqBGNvUABp8Qzre17OZuUehh-pHrmsmwpgCeQOutuvtA/viewform" target="_blank"><br /></a></td></tr>
</tbody></table>
<br />Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-15177243702753680882015-09-06T01:02:00.001-03:002018-03-04T11:55:09.794-03:00Biblioteca<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwTScfqB5hK75ChDOzqaJ93T1wn1kFegjCEZt8qjv9-chsLFo87kZhXpmeHmj3A4UAB6EXy2M3B_16cHm-rKz4zJboE1VQ-8nxtjiozhcZfQmgjAB9LXQopeF-Rp8L1x_vIQwsEv0f2ic/s1600/Biblioteca.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="637" data-original-width="657" height="193" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwTScfqB5hK75ChDOzqaJ93T1wn1kFegjCEZt8qjv9-chsLFo87kZhXpmeHmj3A4UAB6EXy2M3B_16cHm-rKz4zJboE1VQ-8nxtjiozhcZfQmgjAB9LXQopeF-Rp8L1x_vIQwsEv0f2ic/s200/Biblioteca.jpg" width="200" /></a></div>
<b><span style="font-size: large;">Platão</span></b><br />
<a href="http://livros01.livrosgratis.com.br/cv000065.pdf" target="_blank"><span style="color: black;">Apologia de Sócrates</span></a><br />
<a href="http://livros01.livrosgratis.com.br/cv000015.pdf" target="_blank"><span style="color: black;">Critão</span></a><br />
<a href="http://livros01.livrosgratis.com.br/cv000031.pdf" target="_blank"><span style="color: black;">Fedão</span></a><br />
<a href="http://livros01.livrosgratis.com.br/cv000033.pdf" target="_blank"><span style="color: black;">Filebo</span></a><br />
<a href="http://livros01.livrosgratis.com.br/cv000034.pdf" target="_blank"><span style="color: black;">Górgia</span></a><br />
<a href="http://livros01.livrosgratis.com.br/cv000048.pdf" target="_blank"><span style="color: black;">O Banquete</span></a><br />
<a href="http://livros01.livrosgratis.com.br/eb000018.pdf" target="_blank"><span style="color: black;">O Sofista</span></a><br />
<a href="http://livros01.livrosgratis.com.br/cv000055.pdf" target="_blank"><span style="color: black;">Parmênides</span></a><br />
<a href="http://livros01.livrosgratis.com.br/cv000068.pdf" target="_blank"><span style="color: black;">Teeteto</span></a><br />
<br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">Diversos</span></b><br />
<a href="http://www.miniweb.com.br/literatura/Artigos/100_melhores_mitologia.pdf" target="_blank"><span style="color: black;">Mitologia Grega</span></a><br />
<br />
<br />Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-55976900833871009482014-05-13T14:33:00.001-03:002018-03-04T11:58:28.521-03:00Democracia<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -.05pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2jn_sqo1hmIMm0-2GUpjF4coVoaJEwrLDTtg8fL0GMFzWd26oMeQBhFsJlUL6myHjQhOFWBRoDLr0ED16iijQ60XdgEqnZsJXC55IyIQWIQe4GnN1Y3A0tvifaOQHruVerQY94cSoH4I/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="194" data-original-width="259" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2jn_sqo1hmIMm0-2GUpjF4coVoaJEwrLDTtg8fL0GMFzWd26oMeQBhFsJlUL6myHjQhOFWBRoDLr0ED16iijQ60XdgEqnZsJXC55IyIQWIQe4GnN1Y3A0tvifaOQHruVerQY94cSoH4I/s1600/download.jpg" /></a></div>
<span style="color: windowtext;">A história da democracia ateniense pode ser
compreendida à luz de uma série de transformações sofridas pela sociedade e
economia ateniense. Até os séculos VII e VI, o poder político ateniense era
controlado por uma elite aristocrática detentora das terras férteis de Atenas:
os eupátridas ou “bem nascidos”. Por meio de um longo processo histórico, os
eupátridas, reconhecidos pela questão da posse da terra, decidiam as mais
importantes questões políticas de Atenas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -.05pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="color: windowtext;">Nesse meio tempo, Atenas aproveitou de sua posição
geográfica privilegiada para firmar relações comerciais com outras
cidades-Estado do mundo grego. Com o passar do tempo, os comerciantes e
artesãos de tornavam cada vez mais ricos e importantes na economia ateniense.
Foi daí que o regime aristocrático dos eupátridas passou a ser questionado em
favor de um governo que abrisse portas à participação de outros grupos sociais.
Com isso, os eupátridas viram-se obrigados a reformular as instituições
políticas da cidade-Estado.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -.05pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="color: windowtext;">Um grupo de legisladores foi responsável por um
gradual processo de transformação política. Em 621 a.C., Drácon resolveu
estabelecer um conjunto de leis escritas que dariam lugar às leis orais
anteriormente conhecidas pelos eupátridas. Mesmo não enfraquecendo o poder da
aristocracia essa primeira medida possibilitou uma nova tradição jurídica que
retirava o total controle das leis invocadas pelos eupátridas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -.05pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="color: windowtext;">A partir de 594 a.C., Sólon, o novo legislador,
ampliou o leque de reformas políticas em Atenas, eliminou a escravidão por
dividas, a punição do roubo, que era a morte, passou a ser uma multa igual ao
dobro do valor roubado e resolveu dividir a população ateniense por meio do
poderio econômico de cada indivíduo. Dessa forma, os comerciantes enriquecidos
conquistaram direito de participação política. Além disso, novas instituições
políticas foram adotadas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -.05pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="color: windowtext;">A Bulé ou Conselho dos Quinhentos era um importante
órgão legislativo que dividia as funções antes controladas pelo Areópago
ateniense controlado pelos aristocratas. A Eclésia foi uma instituição mais
ampla onde os cidadãos poderiam aprovar ou rejeitar as leis elaboradas pela
Eclésia. Por último o Helieu seria composto por juízes incumbidos de julgar os
cidadãos atenienses de acordo com as leis escritas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -.05pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="color: windowtext;">Em resposta, as elites agrárias atenienses rivalizaram
com esse primeiro conjunto de mudanças. A agitação política do período deu
margem para que ações golpistas abrissem espaço para a ascensão dos governos
tirânicos. Os principais tiranos foram Psístrato, Hiparco e Hípias. No fim do
século VI a.C. a retração dos direitos políticos mais amplos incentivou uma
mobilização popular que levou à ascensão política de Clístenes, em 510 a.C.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -.05pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="color: windowtext;">Em seu governo, os atenienses passavam a ser divididos
em dez tribos que escolhiam seus principais representantes políticos. Todo
ateniense tinha por direito filiar-se a uma determinada tribo na qual ele
participaria na escolha de seus representantes políticos no governo central.
Dessa maneira, o grau de participação entre os menos e mais abastados sofreu um
perceptível processo equalização.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -.05pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="color: windowtext;">Outra ação importante, a medida de Clístenes foi a
ampliação do poder da assembleia, e permitiu a existência da isonomia e
isegoria. A democracia ateniense é fundamentada pelos princípios da isonomia e
isegoria. A isonomia é o princípio em que todos os cidadãos têm os mesmos
direitos e deveres perante a lei. Já o princípio de isegoria garante que todos
os cidadãos tenham a oportunidade de serem ouvidos nas assembleias. Por meio desta,
todo e qualquer indivíduo considerado uma ameaça ao governo democrático seria
banido por dez anos. Apesar de seu isolamento, o punido ainda teria direito de
posse sobre suas terras e bens. De forma geral, esse foi um importante
dispositivo que impedia o surgimento de novos tiranos em Atenas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -.05pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="color: windowtext;">Aparentemente, podemos concluir que Clístenes foi o
reformador capaz de estabilizar o regime democrático ateniense. Alem disso,
ficamos com a ligeira impressão de que a igualdade entre os cidadãos de Atenas
fora realmente alcançada. Porém, o conceito de cidadania dos atenienses não
englobava, de fato, a maioria da população.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -.05pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="color: windowtext;">Somente os homens livres, de pai e mãe ateniense,
maiores de 18 anos e nascidos na cidade eram considerados cidadãos. As
mulheres, escravos e estrangeiros não desfrutavam de nenhum tipo de
participação política. Dessa forma, a democracia ateniense era excludente na
medida em que somente um décimo da população participava do mundo político
ateniense. <o:p></o:p></span><br />
<span style="color: windowtext;"><br /></span>
<span style="color: windowtext;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><a href="http://filosofiaafp3.blogspot.com.br/search/label/Democracia" target="_blank"><img alt="" border="0" height="93" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWzx3HJ1D6zggqnhcYQp1Gy_3j9N1bPK3RNS7_Cm5Y44oimcypROMx0umwvdsEbNl86DNBBvx4zOLvKEBYhmb5TQQ0PD4xig38pJnZarDXJRizNX_1RSASEbmEA--f3cqZazpAhChSbtQ/s320/Question%C3%A1rio.jpg" title="http://filosofiaafp3.blogspot.com.br/search/label/Democracia" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="http://filosofiaafp3.blogspot.com.br/search/label/Democracia" target="_blank"><br /></a></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfactV8lSe0bQuwSNHLVY7xd_Pvp_2ZdzW8mIXT6zGlJbZaHA/viewform" target="_blank"><img border="0" height="92" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig5lZDc_O4WSUJ2cRxJeGXv7Wl7fiBjse0H4vLaPqlrBHaWIy4KGkWPXNjxChUpqRMbHQHgfJC16MU73iE0kaTeavUPUv82mhUG467N_5BPlsp2ar2RQad-KG3Wmdvu8W7k5Z-u77FpuU/s320/Question%C3%A1rio.png" width="320" /></a></div>
<span style="color: windowtext;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -.05pt;">
<br /></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-84144242905345651252014-03-01T13:16:00.003-03:002018-03-04T12:01:05.066-03:00Sócrates<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip0YzY7CQTtc-XJ88xKt9n0C9BSz5y8DTg49SLZ-MGxNOkrgMfOQpeR40O--mBUJNAesw2AALhtx2Q_Ivmk9mGHLhY5b74zsfjEhrN9JVlYJp1ZNRnDyLHhlr3Z45o9WHJkinCvOf1ieE/s1600/socrates.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip0YzY7CQTtc-XJ88xKt9n0C9BSz5y8DTg49SLZ-MGxNOkrgMfOQpeR40O--mBUJNAesw2AALhtx2Q_Ivmk9mGHLhY5b74zsfjEhrN9JVlYJp1ZNRnDyLHhlr3Z45o9WHJkinCvOf1ieE/s1600/socrates.jpg" /></a></div>
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";">O filósofo Sócrates (<st1:metricconverter productid="470 a" st="on">470 a</st1:metricconverter>.C.-<st1:metricconverter productid="399 a" st="on">399 a</st1:metricconverter>.C.), considerado o patrono da Filosofia, rebelou-se contra os sofistas, dizendo que não eram filósofos, pois não tinham amor pela sabedoria nem respeito pela verdade, defendendo qualquer ideia, se isso fosse vantajoso. Corrompiam o espírito dos jovens, pois faziam o erro e a mentira valer tanto quanto a verdade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";">Como homem de seu tempo, Sócrates concordava com os sofistas em um ponto: por um lado, a educação antiga do guerreiro belo e bom já não atendia às exigências da sociedade grega, e, por outro lado, os filósofos cosmologistas defendiam ideias tão contrárias entre si que também não eram uma fonte segura para o conhecimento verdadeiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";">Discordando dos antigos poetas, dos antigos filósofos e dos sofistas, o que propunha Sócrates?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";">Propunha que, antes de querer conhecer a Natureza e antes de querer persuadir os outros, cada um deveria, primeiro e antes de tudo, conhecer-se a si mesmo. A expressão “conhece-te a ti mesmo” que estava gravada no pórtico do templo de Apolo, patrono grego da sabedoria, tornou-se a divisa de Sócrates. Por fazer do autoconhecimento ou do conhecimento que os homens têm de si mesmos a condição de todos os outros conhecimentos verdadeiros, é que se diz que o período socrático é antropológico, isto é, voltado para o conhecimento do homem, particularmente de seu espírito e de sua capacidade para conhecer a </span><span style="color: black; font-family: "timesnewroman"; font-size: 13pt;">verdade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman"; font-size: 13pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";">Sócrates fazia perguntas sobre as ideias, sobre os valores nos quais os gregos acreditavam e que julgavam conhecer. Suas perguntas deixavam os interlocutores embaraçados, irritados, curiosos, pois, quando tentavam responder ao célebre “o que é?”, descobriam, surpresos, que não sabiam responder e que nunca tinham pensado em suas crenças, seus valores e suas ideias. Mas o pior não era isso. O pior é que as pessoas esperavam que Sócrates respondesse por elas ou para elas, que soubesse as respostas às perguntas, como os sofistas pareciam saber, mas Sócrates, para desconcerto geral, dizia: “Eu também não sei, por isso estou perguntando ”. Donde a famosa expressão atribuída a ele: “Sei que nada sei”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";">A consciência da própria ignorância é o começo da Filosofia. O que procurava Sócrates? Procurava a definição daquilo que uma coisa, uma ideia, um valor é verdadeiramente. Procurava a essência verdadeira da coisa, da ideia, do valor. Procurava o conceito e não a mera opinião que temos de nós mesmos, das coisas, das ideias e dos valores. Qual a diferença entre uma opinião e um conceito? A opinião varia de pessoa para pessoa, de lugar para lugar, de época para época. É instável, mutável, depende de cada um, de seus gostos e preferências. O conceito, ao contrário, é uma verdade intemporal, universal e necessária que o pensamento descobre, mostrando que é a essência universal, intemporal e necessária de alguma coisa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";">Sócrates perguntava: Que razões rigorosas você possui para dizer o que diz e para pensar o que pensa? Qual é o fundamento racional daquilo que você fala e pensa? Ora, as perguntas de Sócrates se referiam a ideias, valores, práticas e comportamentos que os atenienses julgavam certos e verdadeiros em si mesmos e por si mesmos. Ao fazer suas perguntas e suscitar dúvidas, Sócrates os fazia pensar não só sobre si mesmos, mas também sobre a polis. Aquilo que parecia evidente acabava sendo percebido como duvidoso e incerto. Para os poderosos de Atenas, Sócrates tornara-se um perigo, pois fazia a juventude pensar. Por isso, eles o acusaram de desrespeitar os deuses, corromper os jovens e violar as leis. Levado perante a assembleia, Sócrates não se defendeu e foi condenado a tomar um veneno - a cicuta - e obrigado a suicidar-se.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";">Sócrates nunca escreveu. O que sabemos de seus pensamentos encontra-se nas obras de seus vários discípulos, e Platão foi o mais importante deles. Se reunirmos o que esse filósofo escreveu sobre os sofistas e sobre Sócrates, além da exposição de suas próprias ideias, poderemos apresentar como características gerais do período socrático:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";">- A Filosofia se volta para as questões humanas no plano da ação, dos comportamentos, das ideias, das crenças, dos valores e, portanto, se preocupa com as questões morais e políticas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";">- O ponto de partida da Filosofia é a confiança no pensamento ou no homem como um ser racional, capaz de conhecer-se a si mesmo e, portanto, capaz de reflexão. Reflexão é a volta que o pensamento faz sobre si mesmo para conhecer-se; é a consciência conhecendo-se a si mesma como capacidade para conhecer as coisas, alcançando o conceito ou a essência delas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";">-Como se trata de conhecer a capacidade de conhecimento do homem, a preocupação se volta para estabelecer procedimentos que nos garantam que encontramos a verdade, isto é, o pensamento deve oferecer a si mesmo caminhos próprios, critérios próprios e meios próprios para saber o que é o verdadeiro e como alcançá-lo em tudo o que investiguemos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "timesnewroman";">-É feita, pela primeira vez, uma separação radical entre, de um lado a opinião e as imagens das coisas, trazidas pelos nossos órgãos dos sentidos, nossos hábitos, pelas tradições, pelos interesses, e, de outro lado, as ideias. As ideias se referem à essência íntima, invisível, verdadeira das coisas e só podem ser alcançadas pelo pensamento puro, que afasta os dados sensoriais, os hábitos recebidos, os preconceitos, as opiniões.</span></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-72149779491178887992014-03-01T13:10:00.002-03:002014-03-01T13:12:05.960-03:00Acusação de Sócrates<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"></span><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Foi condenado em <st1:metricconverter productid="399 a" st="on">399 a</st1:metricconverter>.C, Janeiro, com 71 anos, por uma acusação de "impiedade": foi acusado de ateísmo e de corromper os jovens com a sua filosofia, mas na realidade, estas acusações encobriam ressentimentos profundos contra Sócrates por parte dos poderosos da época. O tribunal era constituído por 501 cidadãos. Entre as acusações houve uma que se referia à introdução de novas entidades divinas negando os Deuses da pátria. Os acusadores foram: Ânito, Meleto e Lícon.</span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Ânito que era um líder democrático tinha um filho discípulo de Sócrates que ria dos deuses do pai e voltava-se contra eles. Representava a classe dos políticos. Era um rico tanoeiro que representava os interesses dos comerciantes e industriais, era poderoso e influente não sendo um homem de escrúpulos e finezas da moral interior. Foi o mais importante dos acusadores e foi aquele que deu a impressão de conhecer Sócrates, que a ele alude como de Meleto fosse seu subordinado, como se deste tivesse originado a ideia de pena de morte para persuadir Sócrates a abandonar a cidade antes que o processo tivesse seguimento.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Meleto era um poeta trágico novo e desconhecido de cabelo raro, barba escassa e nariz adunco, era o acusador oficial, porém nada exigia que ele como acusador oficial fosse o mais respeitável, hábil ou temível, mas somente aquele que assinava a acusação. Representava a classe dos poetas e adivinhos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Pouco se sabe de Lícon. Era um retórico obscuro e o seu nome teve pouca importância e autoridade no decorrer da condenação de Sócrates.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Representava a classe dos oradores e professores de retórica. Talvez Lícon pretendesse a condenação de Sócrates, devido ao seu filho ter-se deixado corromper moralmente, filosoficamente e sexualmente por Callias, e Callias era um associado de Sócrates.<u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<u1:p></u1:p><br />
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Meleto assim disse:<b></b></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"></span><b><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><span class="apple-converted-space"><i></i></span><i>"...Sócrates é culpado do crime de não reconhecer os deuses reconhecidos pelo Estado e de introduzir divindades novas; ele é ainda culpado de corromper a juventude.<o:p></o:p></i></span></b></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<b><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><i><br /></i></span></b></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<b><i><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Condenação de Sócrates<span style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></i></b></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<b><i><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial; font-size: 14pt;"><br /></span></i></b></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">O acusador tinha pedido a morte e o tribunal havia reconhecido Sócrates culpado por maioria, era portanto do interesse de Sócrates propor uma pena aceitável como adequada. A lei ateniense permitia que Sócrates propusesse uma pena inferior. O tribunal tinha de escolher entre a pena da sentença e a proposta pela defesa.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Então Sócrates interrogou o acusador Melitus acerca de quem é que melhorava a cidade. Melitus citou primeiro os juízes; depois gradualmente, acabou por dizer que todos, excepto Sócrates, melhoravam a cidade. Então Sócrates felicitou a cidade pela sua boa sorte e referiu que era melhor viver entre homens bons do que entre maus; e portanto não podia ser tão louco que corrompesse os concidadãos intencionalmente; mas se era sem intenção, Meleto devia instruí-lo e não persegui-lo. Sócrates também realçou que entre os presentes havia discípulos seus e pais e irmãos deles; nenhum foi chamado a testemunhar que ele corrompia a juventude. Recusou seguir o costume de apresentar os filhos chorosos para comover os juízes. Tais cenas tornavam ridículos o acusado e a cidade. A sua tarefa era convencer os juízes e não pedir-lhes um favor.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Sócrates propôs uma multa de trinta minas, de que qualquer dos amigos (incluindo Platão) tomaria a responsabilidade. Mas o castigo era tão pequeno que o tribunal irritou-se e o condenou à morte por maioria superior à que o declarara culpado, ou seja a sua condenação à morte foi votada por 281 contra 220, com mais 80 votos do que havia sido votada a sua culpabilidade. Sem dúvida ele previra o resultado; é claro que não queria evitar a pena de morte por concessões que pareceriam reconhecimento da culpa.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Depois da sentença e rejeitada a alternativa da pena de 30 minas, Sócrates fez uma última exposição, legando aos juízes a responsabilidade da sua morte para a eternidade e ao mesmo tempo realizou uma profecia:<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<u1:p></u1:p><br />
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><span class="apple-converted-space"></span><b><i></i></b><span class="apple-converted-space"></span><b><i>"Eu predigo-vos portanto, a vós juízes, que me fazeis morrer, que tereis de sofrer, logo após a minha morte, um castigo muito mais penoso, por Zeus, que aquele que me infligis matando-me. Acabais de condenar-me na esperança de ficardes livres de dar contas da vossas vida; ora é exatamente o contrário que vos acontecerá, asseguro-vos (...) Pois se vós pensardes que matando as pessoas, impedireis que vos reprovem por viverem mal, estais <st1:personname productid="em erro. Esta" st="on">em erro. Esta</st1:personname> forma de se desembaraçarem daqueles que criticam não é nem muito eficaz nem muito honrosa.<o:p></o:p></i></b></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><b><i><br /></i></b></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Platão considerou que não foi por razões religiosas que Sócrates recebeu a condenação, mas sim por questões evidentemente políticas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">No<span class="apple-converted-space"> </span><i>Ménon</i><span class="apple-converted-space"> </span>Ânito,<span class="apple-converted-space"> </span>já havia ameçado Sócrates <b>dizendo-lhe que com muita facilidade se dedicava à maledicência, e que o aconselhava, se o quisesse ouvir, que tivesse cuidado.</b></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><b><br /></b></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">De facto, Sócrates mostrou mediante palavras e actos, a sua obstinada repulsa aos governos democráticos. Xenofonte, também atribui a acusação a Sócrates por Ânito,a uma facto de ordem pessoal, pelo desejo de vingança, pois Sócrates havia recriminado Ânito publicamente, por não pensar na educação do seu filho senão para fazer dele um tanoeiro, capaz de seguir as pisadas da empresa paternal. O propósito não era a morte de Sócrates mas sim afastá-lo de Atenas e se isso não ocorreu deveu-se à demasiada teimosia de Sócrates que em vez de escolher o exílio preferiu a proposta duma multa irrisória, vindo a ser por conseguinte, condenado.</span><span style="color: black; font-family: Arial;"><u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Há filósofos que acreditam que Sócrates recusou-se a defender perante o tribunal popular indo de encontro à sua condenação porque o seu demónio nada lhe disse para se afastar da condenação.</span><span style="color: black; font-family: Arial;"><u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial;">Morte de Sócrates<span style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial; font-size: 14pt;"><br /></span></b></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Sócrates deixou os juízes e foi para a prisão, teve que esperar mais de um mês a morte no cárcere, pois uma lei vedava as execuções capitais durante a viagem votativa de um navio sagrado a Delos. Este navio sagrado ía todos os anos à ilha natal de Apolo para celebrar a ajuda que o Deus Apolo havia dado a Teseu para vencer um minotauro (monstro) que obrigou durante anos Atenas a pagar um cruel contributo. A lei exigia que nenhuma execução tivesse lugar antes do regresso do navio. Por isso, Sócrates ficou a ferros 30 dias, sobre custódia dos Onze, magistrados encarregados, em Atenas, da polícia e da administração penitenciária.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Durante estes 30 dias recebeu os seus amigos e conversou com eles. Uma manhã o discípulo Criton preparou e propôs a fuga ao Mestre, porém Sócrates recusou, declarando não querer absolutamente desobedecer às leis da pátria.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">E passou o tempo preparando-se para o passo extremo em palestras espirituais com os amigos. Especialmente famoso é o diálogo sobre a imortalidade da alma que se teria realizado pouco antes da morte e foi descrito por Platão no</span></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"> </span></span><span class="apple-style-span"><i><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Fédon</span></i></span><span class="apple-converted-space"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"> </span></span><span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">com arte incomparável. </span></span><span style="font-family: Arial; line-height: 18pt;">Após 3 dias a proposta de Críton, deu-se o dia da execução. Estiveram presentes todos os amigos de Sócrates excepto Aristipo, Xenofonte (estava na Ásia) e Platão (estava doente), Xantipa e seus filhos.</span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Recusou ser vestido depois de morto por uma rica túnica que Apolodoro lhe havia trazido, preferia o seu manto que havia sido suficientemente bom até ali e que continuaria a sê-lo depois da sua morte. Passou os seus últimos momentos a conversar sobre a imortalidade da alma. Tomou um banho, e antes que o sol tivesse inteiramente desaparecido no horizonte pediu o veneno.</span></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></span><span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Críton argumentou proferindo que Sócrates ainda tinha tempo pois o sol ainda ía sobre as montanhas. No entanto Sócrates não quis adiar o inevitável uma vez que não valia apena economizar quando já não lhe sobrava mais nada. Pediu o veneno e pegou na taça de cicuta com uma mão firme e bebeu sem desgosto nem hesitação até ao fundo.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Nesta altura todos os seus amigos romperam num amargurado pranto. Choravam descontroladamente, mas Sócrates encorajou-os:</span><span style="color: black; font-family: Arial;"><u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><span class="apple-converted-space"></span><b><i>"Estejam calmos, então, tenham firmeza"</i></b></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><b><i><br /></i></b></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Explicou-lhes que havia mandado embora as mulheres para evitar da parte delas essa mesma atitude de pranto. Era com palavras felizes que devia terminar. </span><span style="font-family: Arial; line-height: 18pt;">Assim que começou a sentir as pernas pesadas deitou-se, tal como lhe havia recomendado o carcereiro. O veneno iria subindo progressivamente, até que quando chegasse ao coração seria o fim. Sócrates proferiu então:</span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial; line-height: 18pt;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><span class="apple-converted-space"></span><b><i>"Críton, somos devedores de um galo a Asclépio; pois bem pagai a minha dívida, pensai nisso".</i></b></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><b><i><br /></i></b></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;">Críton ainda lhe perguntou se não teria mais nada a dizer, mas estas foram as suas últimas palavras. Sócrates após um último sobressalto morreu e o seu amigo Críton fechou-lhe os olhos.<span class="apple-converted-space"><u1:p></u1:p></span></span><span lang="PT" style="color: black; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 18pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-family: Arial;"><span class="apple-converted-space"><u1:p><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Fonte: </span></u1:p></span></span><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><a href="http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/socrates/mortedesocrates.htm#Morte 1">http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/socrates/mortedesocrates.htm#Morte 1</a></span></span></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-42464050844309839022014-02-27T22:51:00.001-03:002014-03-04T00:45:16.698-03:00Período pré-socrático<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Os pré-socráticos: primeiros filósofos.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O período pré-socrático ou cosmológico é compreendido do fim do século VII a. C. ao fim do século V a.C., quando a filosofia se ocupa fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das transformações na natureza.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A filosofia nasceu gradualmente e, embora tenha mantido o naturalismo e o apreço pelo forma já observada nos mitos, mostrou-se capaz de superar essa estrutura pré-reflexiva com a edificação de uma racionalidade lógica-argumentativa. Ora, as narrativas míticas não se importavam com as contradições, com os exageros sobrenatural e com fantasia, mas o pensamento filosófico deve primar pela coerência explicativa, por isso é incompatível com a incompreensão, com a incoerência e com a fabulação, tão presentes no universo mítico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A lenta passagem do mito para a filosofia não aconteceu de maneira mágica ou automática. No século VI a. C., entre os primeiros elementos que propiciaram o nascimento da filosofia podem-se citar as viagens marítimas, a potencialização do comércio com outros povos, o surgimento (invenção) da política pública e a escrita alfabética, entre outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os primeiros filósofos surgiram na Jônia, conjunto de colônias gregas da Ásia Menor, hoje atual Turquia, e, mais tarde, ao sul da Itália, no então chamada Magna Grécia. Esses filósofos acatavam apenas parcialmente os mitos, pois acreditavam que havia uma explicação racional para os fenômenos. A maior preocupação deles era encontrar a <b>Arché</b> (em grego - princípio fundamental) do Universo, isto é, <i>queriam saber qual o elemento que dera início ao Cosmos</i> (Universo). Assim, dizemos que os primeiros filósofos eram <b><i>cosmológicos</i></b> (cosmos - universo; lógica, explicação) e também físico (ou fisicista), pois queriam explicação para o mundo físico "a natureza". Foram chamados de pré-socráticos porque com Sócrates tem inicio o período clássico da filosofia e o surgimento dos grandes sistemas filosóficos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os principais pré-socráticos são:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Tales de Mileto, Heráclito de Éfeso, Parmênides de Eleia, Pitágoras de Samos, Empédocles de Agrigento, Demócrito de Abdera, Anaximandro, Anaxímenes, Anaxágoras, </b>entre outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para saber mais sobre estes filósofos pré-socráticos acima mencionados, pesquise em outros posts no blog.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-79958673311861034642014-02-27T21:18:00.001-03:002014-02-27T21:20:19.227-03:00Tales de Mileto<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Foi conhecido em todos os tempos
como havendo sido o primeiro filósofo e proponente de um sistema da natureza,
em que o elemento fundamental é a água, bem como sempre citado como o primeiro
entre os sete sábios da Grécia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Também foi sempre citado como tendo
sido o primeiro a prever um eclipse do sol e por dar nome a um teorema da
matemática.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Por tantos títulos é conveniente a
todo filósofo e cientista conhecer algo mais do referido Tales de Mileto,
também porque foi o primeiro sábio a superar as explicações míticas, com isto
encaminhando a ciência e a filosofia para seu verdadeiro curso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<b>Vida</b> - Filósofo, matemático, astrônomo, político Filho de pais
ricos e nobres: Exâmias e Cleobulina, Tales foi comerciante de sal e de azeite
de oliva, e enriqueceu como proprietário de prensas de azeitona durante uma
safra promissora. Muitos historiadores apontam o nascimento de tales na cidade
de Mileto na Ásia menor, mas o fato é que não pode se afirmar com toda certeza,
assim como sua data de nascimento e morte, muito embora seja o mais provável
que tenha nascido em Mileto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Dizem alguns, como Heródoto, que
ele veio da Fenícia e se fez cidadão de Mileto. "Tales de Mileto, fenício
por antiga origem "1.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Diógenes Laércio, reunindo mais
detalhes, se refere ao antigo uso de ligar, direta ou indiretamente, os homens
eminentes a algum fator sobrenatural, ou mítico: "Heródoto, Duris e
Demócrito dizem, que Tales, filho de Exâmias e Cleobulina, pertencia à família
dos Tálidas, uma das mais ilustres da Fenícia, oriunda ela mesma de Cadmo e
Agenor, segundo diz Platão" .<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Sabe-se, o que a lenda de então
dizia, que Agenor era filho de Posseidon (Deus dos Mares) e de uma Oceania. Rei
da Fenícia, Agenor teve uma filha, de nome Europa, amada de Zeus, e três
filhos, Cádmo, Fênix, Cinix.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Ora, Zeus teria roubado Europa e
se transferido ao outro continente. Partira então Cadmo em busca de sua irmã
Europa. Em Beócia fundou Cadméia, depois Tebas 4.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Embora o narrado seja uma lenda, o
fato de haver sido criada, mostra a importância dos personagens em torno dos
quais se criou. Os homens importantes da antiguidade apresentam alguma versão
sobre sua origem sobrenatural. Platão será dito divino, porque gerado por obra
de Deus Apolo, que engravidou à Periccione. O mesmo se dirá de fundadores de
religiões. Por esta razão, uns e outros são ditos Divinos, Filhos de Deus,
Sábios, etc.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Acrescentou Diógenes Laércio sobre
Tales:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 2cm; text-align: justify;">
<b><i>"Segundo
estes testemunhos, teria obtido o direito de cidadania em Mileto, quando aqui
chegou com Neleu, fugido da Fenícia. A opinião mais acreditada, porém, é a de
que era originário de Mileto e de uma família ilustre".<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Se fosse verdadeira esta
informação, ela apoiaria a opinião de que houvera alguma influência oriental no
despertar da filosofia grega. Mais firme é a opinião de que Tales tenha sido
tão jônico, quando os demais filósofos e sete sábios da Grécia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
As datas de nascimento e morte de
Tales se fixam pelo calendário dos jogos olímpicos, em combinação com
acontecimentos significativos:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Nascimento pelo ano <b>624 a.e.c.;</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Morte, cerca de <b>546 a.e.c.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<b>Jogos Olímpicos</b> - Os jogos olímpicos começaram a ser praticados em
776 a.e.c., em honra de Zeus, em torno do templo de Olímpia, na Península do
Peloponeso. Mas, somente em 264 a.e.c. Timeo da Sicília criou este sistema
cronológico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Ainda sobre a morte de Tales
informou Diógenes Laércio:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<i>"Tales, o sábio, presenciando um combate ginástico, sucumbiu por
causa do calor, da sede e do esgotamento da velhice</i>".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Continua o mesmo informante:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 2cm; text-align: justify;">
<b><i>"Sobre
a sua tumba se colocou a seguinte inscrição:<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 2cm; text-align: justify;">
<b><i>Contempla
aqui a tumba de um gênio poderoso, Tales!<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 2cm; text-align: justify;">
<b><i>Este
monumento pouco vale, sua glória, porém se eleva até aos céus"!<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Contam-se alguns episódios de Tales, referentes ao
casamento, estudo, riqueza. Sobre o casamento de Tales as informações não são
claras, havendo Diógenes Laércio reunido algumas delas:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 2cm; text-align: justify;">
<b><i>"Alguns
autores asseveram, que ele casou, e que teve um filho chamado Cibiso. Outros
dizem, que ele permaneceu sempre solteiro, e que adotou o filho de sua
irmã" .<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
No que concerne ao assunto do casamento,
conta-se o episódio:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
"Sua mãe insistia que ele
casasse, e ele lhe respondeu: Ainda não é tempo. Depois, quando já era de mais
idade, ao repetir ela a insistência, ele respondeu: já não é mais tempo".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Certa vez, "ao ser perguntado
por que não pensava em ter filho, ele respondeu, porque eu muito amo às
crianças". Considerado o "Pai" da filosofia ocidental, estudioso
da matemática, geometria e astronomia, alguns historiadores consideram,
todavia, que sua colocação pelos antigos entre os "sete sábios da
Grécia" deveu-se principalmente à sua atuação política: teria tentado unir
as polis gregas da Ásia Menor numa confederação, no intuito de fortalecer o
mundo helênico diante das ameaças de invasões de povos orientais. Foi
proclamado pelo Oráculo de Delfos como o primeiro dos sete sábios da
antigüidade. A formação cultural e científica de Tales de Mileto é proveniente
de suas constantes viagens. Teve contato com a Geometria no Egito e com a
Astronomia na Babilônia, onde os conhecimentos de Matemática datam de um
milênio antes dele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Como matemático, são atribuídos a
ele os seguintes teoremas: um círculo é bissectado por um diâmetro; os ângulos
da base de um triângulo isósceles são iguais; os pares de ângulos opostos
formados por duas retas que se cortam são iguais; se dois triângulos são tais
que dois ângulos e um lado de um são iguais respectivamente a dois ângulos e um
lado de outro, então os triângulos são congruentes; que todos os ângulos
inscritos no meio circulo são retos e que, em todo triângulo, a soma de seus
ângulos internos é igual a 180 graus.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<b>Tales e a Astronomia</b> - Conta-se que numa das viagens ao Egito,
Tales impressionou o Faraó, medindo a altura das pirâmides pela observação do
comprimento das sombras no momento em que a sombra de um bastão vertical é
igual à sua altura..Foi o primeiro astrônomo a explicar o eclipse do sol, ao
verificar que a Lua é iluminada por este astro. O que parece mostrar e provar
que as suas idéias eram, não somente conhecidas, mas também largamente
compartilhadas e discutidas. Tales aprendeu no Egito a teoria dos eclipses do
Sol e da Lua, ou, pelo menos, que esses fenômenos se repetem dentro de um ciclo
tal que sua previsão se torna possível. Previu assim em 585 a.e.c. um eclipse
solar que até hoje é discutido entre historiadores se foi um fato verídico ou
algo inventado para engrandecer ainda mais os suas obras.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Na época de Tales, a concepção do
Universo era vaga. Somente alguns séculos mais tarde a cultura grega elaboraria
a idéia de uma estrutura heliocêntrica do Universo e Erastóstenes ousaria medir
as dimensões da Terra, chegando a um resultado tão preciso que competiria com
aquele só alcançado no século XIX.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Para os contemporâneos de Tales, a
Grécia era o centro do Universo, e a Terra um globo flutuando nas águas. Tales
também pensava desta maneira. Mas, se essa concepção era suficiente para
explicar como estava colocada a Grécia em relação ao mar, certamente não era
suficiente para explicar como estavam dispostos os planetas no espaço e, muito
menos, como ocorriam os eclipses. Por isso, julga-se hoje que a previsão de
Tales sobre o eclipse de 585 a.e.c. se deve exclusivamente ao entusiasmo de
alguns historiadores, a fim de aumentar seus feitos e suas glórias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Todos os pensadores sentiam uma
necessidade fundamental de descobrir o princípio material segundo o qual tinha
evoluído todo o Universo, diferenciando-se depois em todos os seus aspectos.
Para Tales, o elemento básico, a partir do qual se tinha formado toda a matéria
do Universo, era a água. Um dia, pensava ele, seriam descobertas leis que
permitiriam compreender como a água era a origem de todas as coisas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Quando Tales foi para o Egito, a
penetração da cultura grega tinha apenas se iniciado, embora já existissem
colônias gregas e os faraós tivessem a seu serviço tropas auxiliares
constituídas por mercenários gregos. Os objetivos das viagens de Tales eram
provavelmente o estabelecimento de relações comerciais entre os dois povos.
Conciliando suas tarefas mercantis com o estudo, encontrou uma maneira de
aprender mais, entrando em contato com pensadores que poderiam ajudá-lo a
alargar seus conhecimentos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Para Tales, cada problema da vida
era interessante; provavelmente considerava igualmente importantes um negócio
comercial, um problema político, um teorema de geometria, ou ainda uma questão
que dissesse respeito à Terra. E suas viagens devem tê-lo levado, além do
Egito, à Pérsia e países do Mediterrâneo Oriental. Permitiram-lhe, portanto,
estudar as características dos povos com os quais entrava em contato,
assimilando suas tendências culturais e políticas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Tales aprendeu no Egito a calcular
a altura das pirâmides e medir as distâncias dos navios no mar. Estes
conhecimentos lhe vieram dos sacerdotes egípcios, depositários da Ciência. Mas,
ao contrário de seus mestres - que transmitiam esses conhecimentos como segredos
profissionais conquistados duramente e desligados uns dos outros, Tales
pretendeu encontrar neles ordem e razão, estabelecendo uma lógica. Quis, em
suma, procurar os caminhos de uma "geometria", como um conjunto
ordenado e coerente de proposições que contivesse, em uma sucessão objetiva, as
verdades geométricas conhecidas fragmentariamente pelos egípcios.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
É possível dizer, mesmo, que Tales
forneceu uma nova feição aos conhecimentos egípcios: transformou a geometria,
de uma ciência de noções apenas esparsas, num sistema lógico. Depois disso,
seguindo seus passos, outros geômetras e matemáticos gregos construíram um
sistema matemático e geométrico que permaneceu como a expressão máxima da
Ciência da antigüidade, só superada na época do Renascimento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Também os estudos astronômicos de
Tales, ainda que rudimentares, serviram para conduzir o pensamento grego em uma
direção mais racional em relação ao que tinha sido anteriormente. A astronomia
do período que precedeu a Tales era a de Homero e Hesíodo: uma descrição das
constelações e um amontoado de concepções vagas sobre a estrutura do Universo.
Se bem que a visão do mundo, segundo Tales, não tenha trazido nenhum progresso
decisivo para as concepções modernas, seu pensamento e modo de enfrentar o
problema ensinou e permitiu a seus sucessores - entre eles Anaximandro e
Anaxímenes - notáveis progressos, que levariam mais tarde ao reconhecimento do
Sol como centro do Universo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<b>Primeiro dos Sete Sábios</b> - Em 582 a.e.c., o Oráculo de Delfos
proclamou-o o primeiro dos sete sábios da antigüidade. Isso significava que
suas descobertas eram conhecidas, discutidas e aprovadas pelos sábios do mundo
grego.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
E também dessa mesma época é a
história das azeitonas. Parece que Tales se vangloriava de ser profundo
conhecedor de meteorologia (entre outras coisas), ciência que havia estudado
por longos anos, recolhendo dados sobre mudanças de tempo. Observava como, a
partir de indícios meteorológicos colhidos numa estação do ano, era possível
prever as características das seguintes. Tendo, além disso, observado
cuidadosamente como as estações influenciavam as safras, em certo ano (segundo
conta Aristóteles), prevendo uma excepcional colheita, serviu-se disso para
organizar uma colossal especulação, ganhando grande soma em dinheiro. E parece
que fazia isso não só por dinheiro, mas para mostrar que a mente do homem de
Ciência pode servir também para a solução de problemas práticos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Tales também tentou explicar as
inundações do Rio Nilo. A teoria levantada sobre estas inundações era a de que
"os ventos, soprando contra o Egito, elevam as massas de água do rio Nilo,
porque o adensamento do mar contra ele, não permite o escoamento" .<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Uma destas teorias diz, que os
ventos etéseos são a causa da elevação do rio, por causa do embaraço criado
contra o defluxo do Nilo para o mar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Tales não foi apenas matemático e
filósofo. Possivelmente foi também político, e dirigiu negócios públicos, mesmo
quando a partir de 612 a.e.c. em Mileto o poder estava com o tirano Trasibulo.
Este exterminou as famílias influentes dos partidos seus contrários e batalhou
contra os lídios. De outra parte, a tendência dos lídios foi a de conquistar as
cidades jônicas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Do oriente avança um inimigo comum
dos jônicos e lídios, o rei medo Ciáxares, que batalha em 585 a.e.c ao rei
Aliates da Lídia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Por causa do eclipse do sol (que
Tales predissera), as partes em luta suspenderam o combate, e se pacificaram,
porquanto haviam interpretado o fenômeno como uma advertência dos deuses. À
análise deste episódio se deve voltar, quando se tratar da natureza dos
conhecimentos de Astronomia de Tales e de sua época.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Desde 571 a.e.c. Creso reinava com
sucesso a Lídia. Ainda que tenha conquistado Éfeso, mantém relacionamento com
as outras cidades da Jônia. Neste tempo Creso recebeu as visitas de Sólon de
Atenas, Pitágoras de Samos e também Tales de Mileto, porquanto o rei da Lídia
se afamara pela sabedoria e benemerências.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Mas de novo surgiu do Oriente o
comum inimigo de jônicos e lídios. Desta vez é o rei Ciro, o qual conquistou,
em 546 a.e.c., Sardes, a capital da Lídia, bem como as cidades da Jônia. E toda
a região foi convertida em uma satrapia da Pérsia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Tales, em todo este episódio,
mostrou-se o político sábio, na interpretação de Diógenes Laércio:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
"Parece que também mostrou
grande sagacidade em assuntos políticos. Opôs-se à aliança política proposta
por Creso aos de Mileto, com isso havendo salvo a cidade depois do triunfo de Ciro".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Possivelmente Tales tenha
trabalhado algum tempo no exército lídio. Neste contexto apresentou Heródoto um
acontecimento sobre as habilidades de Tales, quando ele fez passar o exército
de Creso à outra margem do rio Halis. Mas o mesmo Heródoto duvidou do fato.
Contudo, mesmo que falte a verdade ao narrado, ele prova a fama de Tales.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 2cm; text-align: justify;">
<b>"Quando ele chegou ao rio Halis. Creso
passou o exército pelas pontes existentes, conforme a minha versão. Mas,
conforme a versão geral dos gregos, teria sido Tales de Mileto, que o teria
transposto”.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Diz-se que Creso não sabia como
fazer a passagem do exército, porque não existiam tais pontes, e estando Tales
no exército fez que o rio, fluindo à esquerda, também fluísse à direita, da
seguinte forma:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Ele ordenou que cavassem fundo
desde a parte superior do lugar do exército em forma crescente, para que o rio
fluísse por trás do mesmo, desviando-o do curso anterior pelo canal, de sorte
que, depois de passado o exército, ele refluísse ao seu leito anterior. O
resultado foi que, logo quando o rio se dividiu, ele se fez passável em ambas
as partes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<b>Obras</b> - Não deixou Tales de Mileto escritos que chegassem até nós,
nem sequer na forma de fragmentos. Possivelmente nada tenha escrito. Se por
ventura algo tivesse escrito, Aristóteles já não conheceu tal livro, porquanto
o Estagirita 11 menciona a doutrina de Tales, com aspecto de informação
recebida pela tradição, e com expressões acauteladoras:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 2cm; text-align: justify;">
<b><i>"Outros
dizem... estas é pois a mais antiga informação, que se diz, ser de Tales".<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Ainda hoje a principal informação
recebida sobre as doutrinas de Tales é a de Aristóteles, somente completada em
alguns detalhes por Suídas, Diógenes Laércio e Simplício. Se Aristóteles
tivesse tido em mãos o livro de Tales, ele teria deixado algumas citações, além
de mencioná-lo diretamente por algum título.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Doutrinas:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<b>Água como primeiro elemento na composição da matéria</b> - Segundo
Tales de Mileto a Terra seria um disco circular flutuando num oceano (``como um
pedaço de madeira'') que seria o princípio de todas as coisas. Todas as
substâncias seriam diferentes formas do elemento água: vapor, terra, água. É
possível que esta idéia de água como elemento essencial provenha dos
babilônios. Os corpos celestes seriam ``exalações aquosas'' em estado
incandescente, fenômenos físicos efêmeros, tal como os fenômenos meteorológicos.
Com todas as imperfeições que possa ter como explicação do Mundo, esta teoria
tem o mérito de não invocar nenhum poder alheio à natureza. Baseia-se em
observações ordinárias sobre os materiais como, por exemplo, a fusão do gelo, a
evaporação da água, os depósitos aluviais de sedimentos, que sugerem uma
``condensação'' da água em terra, e assim por diante. Esta é uma característica
marcante da escola jônica, que marca uma primeira ruptura com a sacralização da
natureza existente nas grandes civilizações anteriores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Para Tales a arché, a matéria
prima, a origem de tudo é a água, Tales diz: "Tudo é água". Segundo
Aristóteles, a contribuição de Tales é relevante enquanto investiga o porquê
das coisas. Para ele, "a terra flutua na água, que é de certo modo a origem
de todas as coisas".O filósofo alemão Nietzsche diz que Tales é um mestre
criador que, sem fabulação fantástica, começou a ver a natureza em suas
profundezas. Para isso, serviu-se da ciência e do demonstrável, mas logo foi
além deles, já que isso é uma característica típica da cabeça filosófica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Pra suportar as transformações e
permanecer inalterada, a água deveria ser um elemento eterno.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Tales também observou que o calor
necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são
úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a
água. Com essa afirmação deduz-se que a existência singular não possui
autonomia alguma, apenas algo acidental, uma modificação. A existência singular
é passageira, modifica-se. A água é um momento no todo em geral, um elemento.
Tales com essa afirmação queria descobrir um elemento físico que fosse
constante em todas as coisas. Algo que fosse o princípio unificador de todos os
seres.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
As razões que levaram a Tales a
estabelecer a água como princípio de todas as coisas podem ser examinadas sob
vários enfoques, desde o apoio dos mitos, passando pelas preocupações
científicas nascentes da época, até as tentativas de provas objetivamente
examinadas. Como elemento básico de tudo, é o de sua maior presença. Não tinham
todavia os antigos recursos técnicos para constatação mais exaustiva de suas
hipóteses, como se passou a ter no futuro. Podiam estar entretanto no caminho
certo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
O que Tales entendia exatamente
pela água? E como é que ela se transformava?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Parece que a advertência era para
o caráter líquido da água, o que parecia provocar sua onipresença. E por isso,
as informações doxográficas antigas usam, ora o termo água ora úmido. Quanto ao
modo de se transformar a água não chegaram detalhes até nós, se, por exemplo,
pelo processo alternativo de condensação e dilatação. Sobre estes modos de
transformação tratam mais vastamente os filósofos seguintes; ao menos se sabe
mais sobre o que disseram.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Mas teve Tales como firme, que a
água se move por movimento próprio e contínuo, sem que algo de diferente a ela
a movesse, ao modo por exemplo de um Demiurgo, ou outro qualquer ser mítico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<b>Materialismo monítico</b> - A matéria é, segundo Tales, a única
realidade de que tudo consiste. Evidentemente, a tese supõe que a matéria tudo
contém e que não é o pouco que dela se sabe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
A tendência da filosofia
pré-socrática foi o monismo metafísico, desde seu início, e este monismo,
sobretudo para os filósofos jônicos, é materialista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Tales concebeu toda a matéria como
tendo a função da vida. Este hilozoismo e pansiquismo não resulta da
convivência dualista de vida e espírito com a matéria, e sim na universalidade
da presença da vida e do espírito como elemento intrínseco à mesma matéria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Não se consegue determinar qual
foi a exata opinião deste ou daquele filósofo antigo, por falta de informações
doxográficas. E então importa apelar ao contexto genérico da escola a que
pertenceu o filósofo. Eis quando a advertência ajuda a firmar um conceito mais
preciso do sistema de um filósofo. Então o que importa atender, é que a
filosofia das escolas jônicas tendia para o monismo, quer no plano metafísico,
quer no plano da natureza.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Ante o conteúdo dos textos, não se
pode decidir taxativamente, - se toda a matéria é por si mesma animada, ainda
que este seja o contexto mais óbvio no contexto da filosofia da escola jônica,
- ou se apenas algumas matérias têm alma e movem as demais matérias. Em ambas
as hipóteses se admite dizer pelo menos o seguinte:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;">·<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt;">
</span></span><!--[endif]-->O mundo, num sentido monista, é vivo (pleno de
deuses);<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;">·<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt;">
</span></span><!--[endif]-->Que as almas, ou demônios, são força de
coordenação;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;">·<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt;">
</span></span><!--[endif]-->Que a vida é movimento por si mesmo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<i>“Aristóteles dizia que para Tales, a alma é uma força movente, se é
verdade, que ele asseverou que o magnete tem alma, porque ela atrai o ferro</i>"<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
O mesmo informará depois Aécio:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 2cm; text-align: justify;">
<b><i>"Tales
foi o primeiro que disse, que a alma é uma natureza sempre em movimento, ou que
se move por si mesma".<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Aristóteles indica claramente, que
Tales reuniu no mesmo elemento a capacidade de pensar e o poder de se mover.
Imediatamente antes ele fizera a exposição sobre Anaxágoras, que admitiu também
um elemento inteligente, que ao mesmo tempo move o universo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<b>Estudo do Homem</b> - Evidentemente os pré-socráticos não esqueceram
totalmente o homem, ainda que enfatizassem a investigação sobre a natureza.
Isso não fora mesmo possível, porque também o homem é parte da mesma.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Conforme sempre se adverte, muitas
informações se perderam. Não é, pois, possível uma avaliação precisa sobre as
preocupações de Tales sobre o ser humano como personalidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Foi Tales um profissional, que ao
mesmo tempo era político, eis o que já é dizer muito. Mais ainda é dizer que
foi colocado na lista dos sete sábios da Grécia, porquanto estes eram assim
considerados pelos seus conhecimentos sobre a lei e a poesia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<b>Matemática</b> - Aparentemente, foi Tales primeiramente um matemático e
engenheiro, o qual aos poucos passou às considerações da filosofia e da ciência
da natureza em geral.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Como matemático, Tales fundou a
geometria abstrata, a partir de conhecimentos empíricos já do domínio dos
agrimensores egípcios e babilônios. Progrediu a matemática entre os gregos, com
Tales, Pitágoras, Filolao, Árquitas, Euclides. A metodicidade de Tales deu
começo a esta ciência e que passou a progredir racionalmente entre os gregos,
mais do que até então.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Tinha a matemática o necessário de
racionalidade, para não ser afetada pelo pensamento mítico. Embora muitos dos
seus elementos permitissem a simbologia, mesmo dentro desta simbologia tudo
importava em raciocínios.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Importa, contudo não exagerar
sobre os progressos da matemática dos mais antigos pré-socráticos. Os
sucessores mais próximos de Tales não insistiram sobre a importância deste
mestre como um matemático. Somente os informantes mais distantes no tempo, como
Jerônimo de Rodes, Eudemo e Proclo, atribuem a Tales a formulação abstrata da
geometria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Mais prudente é interpretar a
Tales como usuário inteligente dos conhecimentos práticos da geometria do
Egito, acrescidos embora de algum progresso. Tales foi portanto apenas um
iniciador da geometria abstrata. Para que ele ganhasse a admiração dos gregos,
isto já fora o suficiente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
"Diz-se que Tales o foi o
primeiro que demonstrou, que o círculo está dividido pelo diâmetro em duas
partes iguais".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Possivelmente Tales tenha feito a
constatação por meio de uma experiência meramente empírica, portanto por um
simples arrazoado indutivo, não por uma demonstração mais complexa. Nem
Euclides (falecido em 365 a.e.c.), em seus Elementoshaveria ainda de atingir
tal demonstração. Também Proclo fala somente da sobreposição de uma parte sobre
a outra, para atingir a percepção da igualdade das duas partes do círculo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<b>Teorema de Tales</b> - "Quando duas retas se cortam, são iguais os
ângulos"<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Tales observou que, num mesmo
instante, a razão entre a altura de um objeto e o comprimento da sombra que
esse objeto projetava no chão era sempre a mesma para quaisquer objetos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
"Este teorema certamente
mostra, que de duas linhas retas, que se cortam, os ângulos contrários pelo
vértice são iguais. Contudo a questão se apresenta pouco clara, porque o
teorema supõe também outros conhecimentos mais simples, os quais possivelmente
Tales não tivesse. Por isso, melhor é supor que Tales se tenha valido de sua
experiência adquirida em cálculos práticos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
"Com referência à geometria,
Pânfilo diz, que:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 2cm; text-align: justify;">
<b><i>Tales,
- aprendiz dos egípcios, - foi o primeiro, que inscreveu no círculo o ângulo
reto, e que por isso ofereceu a Deus um boi.<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
O matemático Apolodoro e outros
atribuem isto a Pitágoras. Só, ou ambos, Tales e Pitágoras estudaram este
aspecto da matemática, e cada um com resultado Com referência ao sacrifício do
boi, por causa de uma descoberta matemática, eis uma assertiva não convincente,
gerada todavia dentro dos parâmetros do pensamento mítico, que faz o saber
derivar de uma inspiração externa superior.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Não é impossível, que entre muitos
sábios continuasse a haver um resto deste modo de pensar. Ainda o eminente
Descartes, apesar de seu espírito crítico, fez uma promessa a N. Sra. do Loreto
de visitar o seu santuário, se resolvesse as suas dúvidas, e como julgasse
havê-lo conseguido, foi especialmente à Itália pagar seu voto. Assim também o
saber de Platão gerou o mito, de que fora gerado por Apolo, o qual teria
engravidado sua mãe; então o seu saber estaria explicado, porquanto era filho
de um Deus, e dali porque passou a ser citado como o Divino Platão. O mesmo se
dirá de alguns dos fundadores de religiões. E assim também a descoberta do
teorema de Tales teria valido o sacrifício de um boi.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Tales ensinou sobre a descoberta
das propriedades do ângulo escaleno e das linhas em geral.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<b>Astronomia</b> - Conseguiu Tales desenvolver idéias sobre a terra e os
astros sem os procedimentos da mitologia. De outra parte, porém, suas idéias
não ultrapassaram em muito as imagens vulgares do seu tempo, desenvolvidas em
parte pelos babilônios, e que concebiam a forma da terra como plana, como um
disco, apoiada sobre a água, como navio, cujas bordas são mais altas e que por
isso não afunda.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
"Outros dizem, que a Terra
repousa sobre a água. Esta é a mais antiga teoria que nos foi transmitida, e
que foi atribuída a Tales de Mileto: a terra se mantém porque flutua, à maneira
como um pedaço de madeira, ou de outra coisa similar" .<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
A opinião de que a terra flutua
sobre a água pode relacionar-se com as conceituações semíticas sobre o antigo
mar, do qual aos poucos ela emergiu. Restos deste conceito mítico se encontram
também nas versões iniciais da Bíblia judaica e cristã:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
"O Espírito de Deus pairava
sobre as águas..."<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
A interpretação dos astros, como
sendo de natureza similar à da Terra, apresenta-se surpreendente, porque sem
caráter mítico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Segundo Aécio, Tales diz, que os
astros são semelhantes à Terra, todavia inflamados. Diz, que os astros são como
a terra, no que concerne à forma; de fogo, quanto à substância... ; que o sol é
semelhante à terra, quanto à natureza".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Ainda Segundo Aécio, Tales foi o
primeiro que afirmou, que a Lua é iluminada pelo Sol e que é 720 vezes menor
que o Sol.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Com este conceito primitivo sobre
o mundo, não parece ter podido Tales calcular os eclipses, senão a partir de
observações estatísticas, inteligentemente utilizadas. Estas ele possivelmente
recebeu em parte da Síria e Babilônia, onde sobretudo os sacerdotes observavam
os fenômenos celestes por razões religiosas. Tem-se notícias que desde 721
a.e.c., os sacerdotes babilônios anotavam os fenômenos astronômicos, e de pouco
em pouco aumentavam os conhecimentos sobre eclipses e sobre os solstícios.
Possivelmente após mais de cento e cinqüenta anos, ou pouco mais, quando surge
Tales, já houvera a possibilidade deste predizer o eclipse do ano 585 a.e.c.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Contudo, com estes limitados
recursos, não conseguiam os homens de então prever o lugar onde o eclipse
ocorreria, como também não o dia exato. Quando ocorria a possibilidade de um
eclipse ou outro fenômeno, distribuíam-se os sacerdotes a diferentes lugares,
para aguardarem uma constatação, muitas vezes sem resultado. Se Tales predisse
um eclipse para o ano 585 a.e.c. , esta predição talvez não houvesse sido
quanto ao dia, e nem quanto ao lugar. Felizmente, o fenômeno aconteceu na mesma
região e em momento oportuno, durante uma batalha sustentada pelos lídios,
contra os medos invasores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
De acordo com os cálculos da
moderna astronomia, o eclipse predito por Tales aconteceu a 28 de maio de 585
a.e.c., no 3º. ano da 48ª. olimpíada. Por meio desta moderna identificação do exato
momento do fenômeno, foi possível ajustar a cronologia de toda uma época.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Eis o informe histórico, vindo de
um importante historiador quase contemporâneo:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<i>"A guerra entre eles [Aliates, rei dos lídios e Ciáxares, rei dos
medos] se demorava sem solução já durante seis anos. No sexto ano, ao estarem
em combate, o dia subitamente se fez noite. Que esta mudança do dia se iria
acontecer, o predissera ao jônicos o milesiano Tales, o que antecipou o término
da guerra quando ocorreu"<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
"O primeiro entre os gregos,
que investigou a causa dos eclipses, foi o milésio Tales, que predisse o
eclipse do sol que aconteceu, durante o reinado de Aliates, no 4º. ano da 48ª.
olimpíada, ano 170 desde a fundação de Roma".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Se a natureza destes fenômenos já
era em parte conhecida dos babilônios, deve-se aceitar, que também Tales os
conhecesse. Se ele mediu a altura das pirâmides pela sombra, devia ter também a
suficiente experiência para compreender, que a sobra do bastão muda conforme o
movimento do Sol em cada estação do ano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Possivelmente logo depois
Anaximandro continuou a aperfeiçoar estes conhecimentos, e melhor construiria o
gnomo dos relógios solares, os quais pela sombra do ponteiro faziam conhecer as
horas de acordo com a altura do Sol. Tales, Pitágoras e seus seguidores
dividiram a esfera do céu em cinco circlos, que eles chamaram zonas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;">·<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt;">
</span></span><!--[endif]-->Árctica [ urso, ursa, polo norte, árctico],
sempre visível;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;">·<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt;">
</span></span><!--[endif]-->Trópico estival;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;">·<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt;">
</span></span><!--[endif]-->Equinóxio [igualdade do dia, equinócio,
equador];<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;">·<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt;">
</span></span><!--[endif]-->Trópico invernal;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;">·<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt;">
</span></span><!--[endif]-->Antárctica.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
Obliquamente às três zonas
centrais, vê-se o zodíaco, que toca as três do meio. O meridiano corta a todas
em linha reta desde o árctico até o polo oposto .<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1cm;">
<b>Terremotos</b> - Foram explicados por Tales como flutuação pouco firme
da terra sobre a água que a sustenta nos fundamentos. Diz um texto, cujo
informe deriva da tradição de Teofrasto, através da escola estóica de
Possidônio: "Porque diz Tales, que o mundo está apoiado sobre a água, e
que ela viaja como navega ao modo de navio, e que ela flutua movente" . O
terrífico fenômeno do terremoto, que as narrativas míticas apresentavam como
punição divina, passa, a partir de Tales, a ter uma explicação racional, ainda que
com falta de acerto. A explicação de Tales significa ao menos um bom começo.
Estimulado certamente por esta teoria, Anaximandro tentará outra melhor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fonte: <span style="font-size: 9.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">http://www.templodeapolo.net/civilizacoes/grecia/filosofia/presocraticos/filosofia_presocraticos_tales.html</span></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-64457369113674788602013-11-01T00:03:00.000-02:002013-11-01T00:04:09.714-02:00Período Helenístico<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Período Helenístico<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A palavra “helenística” deriva de
helenismo, termo que corresponde ao período que vai de Alexandre Magno, o
macedônico, até o da dominação romana (fim do séc. IV a. C. ao fim do séc. I
d.C.). Alexandre foi o grande responsável por estender a influência grega desde
o Egito até a Índia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A filosofia helenística
corresponde a um desenvolvimento natural do movimento intelectual que a
precedeu e torna a defrontar-se muitas vezes com temas pré-socráticos; porém,
sobretudo ela é profundamente marcada pelo espírito socrático. A experiência
com outros povos também lhe permitiu desempenhar certo papel no desenvolvimento
da noção de cosmopolitismo, isto é, da ideia de homem como cidadão do mundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As escolas helenísticas têm em
comum a atividade filosófica, como amor e investigação da sabedoria, sendo esta
um modo de vida. Elas não se diferenciavam muito na escolha da forma de
sabedoria. Todas elas definiam a sabedoria como um estado de perfeita
tranquilidade da alma. Nesse sentido, a filosofia é uma terapêutica dos
cuidados, das angústias e da miséria humana, miséria resultante das convenções
e obrigações sociais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todas as escolas helenísticas
trazem certa herança socrática ao admitir que os homens estão submersos na
miséria, na angústia e no mal, porque estão na ignorância; o mal não está nas
coisas, mas no juízo de valor que os homens atribuem a elas. Disso decorre uma
exigência: que os homens cuidem de mudar radicalmente seus juízos de valor e
seu modo de pensar e ser. E isso só é possível mediante a paz interior e a
tranquilidade da alma.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Cinismo<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O Cinismo foi uma corrente
filosófica fundada por um discípulo de Sócrates, chamado Antístenes, e cujo
maior nome foi Diógenes de Sínope, por volta de 400 a.C., que pregava
essencialmente o desapego aos bens materiais e externos. O termo passou à
posteridade como caracterização pejorativa de pessoas sem pudor, indiferentes
ao sofrimento alheio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A palavra deriva do grego
kynismós, chegando até o presente pelo latim cynismu. A origem do termo, porém,
é incerta: Alguns autores afirmam que o nome originou-se do local onde
Antístenes teria fundado sua Escola, o Ginásio Cinosarge, ao passo que outros
afirmam ser um termo derivado da palavra grega para cachorro: kŷőn, kynós, numa
analogia com o fato de os cínicos pregarem uma vida como a dos cães, na ótica
das pessoas contemporâneas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os “cínicos” defendiam que a
verdadeira felicidade não dependia de coisas exteriores, como o luxo material,
o poder político e uma boa saúde. A verdadeira felicidade significava não se
tornar dependente dessas coisas casuais e passageiras. Precisamente por não
repousar sobre essas coisas, a felicidade podia ser alcançada por todos. E uma
vez alcançada não se podia voltar a perder.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O cínico mais conhecido era
“Diógenes”, um discípulo de Antístenes. Conta-se que morava num tonel e que só
possuía um manto, um bastão e um saco para o pão. (Não era fácil roubar-lhe a
sua felicidade!). Há histórias que afirmam que ele chegou a viver dentro de um
barril, nu, e ridicularizava todos os cidadãos e seus hábitos com um humor
implacável.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Certo dia, estava a tomar um
banho de sol à frente do seu tonel quando Alexandre Magno o visitou. Alexandre
apresentou-se ao sábio e disse-lhe que lhe daria o que ele desejasse. Diógenes
pediu a Alexandre que não lhe tapasse o sol. Foi assim que Diógenes demonstrou
que era mais rico e mais feliz do que o grande homem. Tinha tudo o que
desejava.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Epicurismo<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Epicuro acreditava que o maior
bem era a procura de prazeres moderados de forma a atingir um estado de
tranquilidade (ataraxia) e de libertação do medo, assim como a ausência de
sofrimento corporal (aponia) através do conhecimento do funcionamento do mundo
e da limitação dos desejos. A combinação desses dois estados constituiria a
felicidade na sua forma mais elevada. Embora o epicurismo seja doutrina muitas
vezes confundida com o hedonismo (já que declara o prazer como o único valor
intrínseco), a sua concepção da ausência de dor como o maior prazer e a sua
apologia da vida simples tornam-no diferente do que vulgarmente se chama
“hedonismo”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Epicuro vê na filosofia o caminho
para alcançar a felicidade, entendida como libertação das paixões. O valor da
filosofia é, pois, puramente instrumental: o seu fim é a felicidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mediante a filosofia o homem
liberta-se de todo o desejo inquieto e molesto; liberta-se também das opiniões
irracionais e vãs e das perturbações que delas procedem. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A investigação científica
destinada a investigar as causas do mundo natural não tem um fim diferente.
"Se não estivéssemos perturbados pelo pensamento das coisas celestes e da
morte e por não conhecermos os limites das dores e dos desejos, não teríamos
necessidade da ciência da natureza" (Máximas capitais, 11). O valor da
filosofia está, pois, inteiramente em dar ao homem um "quádruplo
remédio":<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Libertar os homens do temor dos
deuses, demonstrando que pela sua natureza feliz, não se ocupam das obras
humanas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Libertar os homens do temor da
morte, demonstrando que ela não é nada para o homem: "quando nós
existimos, não existe a morte; quando a morte existe, não existimos nós"
(Ep. a Men., 125).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Demonstrar a acessibilidade do
limite do prazer, isto é, o alcançar fácil do próprio prazer;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Demonstrar a distância do limite
do mal, isto é, a brevidade e a provisoriedade da dor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os epicuristas e a morte:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para os epicuristas, simplesmente
não faz sentido se preocupar com ela. Acompanhe, leitor, o raciocínio: quando
um ser humano existe, a morte não existe para ele. Quando ela existe, ele é que
não existe mais. Assim, nós nunca nos encontramos com nossa morte – nossa
existência nunca se dá ao mesmo tempo da existência dela. Logo, ocupemos nossas
mentes com a vida e desfrutemos dela. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E qual é o maior bem que podemos
usufruir? O prazer. Ah, o prazer! Mas, calma lá. A noção de prazer, no
epicurismo, é extremamente refinada. Não se trata de uma busca desenfreada pela
fruição do momento presente, como era para outro grego, Aristipo de Cirene
(435-366 a.C.), conhecido por pregar o hedonismo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O prazer do epicurismo é calmo e
sereno. O sábio deve evitar a dor e as perturbações, levando uma vida isolada
da multidão, dos luxos e excessos. Colocando-se em harmonia com a natureza, ele
desfruta da paz. Epicuro condena a renovação a qualquer preço e a ânsia pela
mudança, pregando uma espécie de prazer tranquilo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para vivenciar esse prazer, é
fundamental evitar a dor, como ensina o quarto remédio de Diógenes. A tarefa
não é difícil para Epicuro. Diferentemente da postura desapegada em relação ao
passado e ao futuro, característica dos seguidores do estoicismo – corrente
filosófica contemporânea e rival à de Epicuro –, os epicuristas afirmavam que,
para amenizar momentos dolorosos, nada como se lembrar de alegrias passadas ou
criar expectativas felizes em relação ao futuro. E não pense que o mestre
ensinava sem conhecimento de causa: ele mesmo sofria dores constantes, em
virtude de uma grave doença que o acompanhou em grande parte da vida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Estoicismo<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O estoicismo é uma escola de
filosofia helenística fundada em Atenas por Zenão de Cítio, no início do século
III a.C.. Os estóicos ensinavam que as emoções destrutivas resultavam de erros
de julgamento, e que um sábio, ou pessoa com "perfeição moral e
intelectual" não sofreria dessas emoções.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os estóicos preocupavam-se com a
relação activa entre o determinismo cósmico e a liberdade humana, e com a
crença de que é virtuoso manter uma vontade (denominada prohairesis) que esteja
de acordo com a natureza. Por causa disso, os estóicos apresentaram a sua
filosofia como um modo de vida, e pensavam que a melhor indicação da filosofia
de uma pessoa não era o que teria dito mas como se teria comportado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eles enfatizavam a ética como o
foco principal do conhecimento humano, embora suas teorias lógicas fossem de
mais interesse para os filósofos posteriores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O estoicismo ensina o
desenvolvimento do auto-controle e da firmeza como um meio de superar emoções
destrutivas, a filosofia defende que tornar-se um pensador claro e imparcial
permite compreender a razão universal (logos). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um aspecto fundamental do
estoicismo envolve a melhoria da ética do indivíduo e de seu bem-estar moral:
"A virtude consiste em um desejo que está de acordo com a Natureza".
Este princípio também se aplica ao contexto das relações interpessoais;
"libertar-se da raiva, da inveja e do ciúme", e aceitar até mesmo os
escravos como "iguais aos outros homens, porque todos os homens são
igualmente produtos da natureza".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma característica distintiva do
estoicismo é o seu cosmopolitismo: todas as pessoas são manifestações do
espírito universal único, e devem, de acordo com os estóicos, em amor
fraternal, e ajudarem-se uns ao outros de maneira eficaz.</div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-35792238054217133792011-09-26T00:09:00.001-03:002016-11-24T02:34:57.454-02:00Homero, o Primeiro Educador Grego<span class="Apple-style-span" style="background-color: #fff1ca; font-family: "arial" , "verdana" , sans-serif;"></span><br />
<div style="margin-bottom: 0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></div>
<div style="font-size: 13px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Considerando que há dois períodos na história da educação grega: um período antigo, que compreende a educação homérica e a educação antiga de Esparta e Atenas, e um novo período, o da educação no "século de Péricles", correspondendo este ao período áureo da civilização grega, o qual se inicia com os Sofistas e se desenvolverá com os filósofos gregos do período socrático: Sócrates, Platão e Aristóteles. Depois, com período helenístico, já de decadência, em que a Grécia é conquistada pelos macedônios. A Grécia triunfou pela sua cultura, que se difundiu e universalizou. Somos herdeiros dos gregos e fiéis depositários do seu legado cultural; na sua atividade racional e nos seus ideais se encontram algumas das nossas raízes culturais mais profundas. Enfim, a nossa cultura ocidental é estruturada pela ética, a moral, o saber e por fim a razão grega.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Desde os tempos mitológicos os gregos importavam-se com valores éticos e morais o que nos possibilita afirmar que história da educação, começa na Grécia, porque é com os gregos que a compreensão da subjetividade e da introspecção ganham sentido pragmático. A preocupação com o problema educativo é a preocupação dominante na Atenas do século V a.C. Os sinais disso são bem evidentes: aparecimento dos Sofistas que se apresentam com novas propostas e soluções educativas, com um novo plano de estudos e como outros e novos mestres, em nada semelhantes aos do passado; o saudosismo grego a sua época áurea fica evidente nos anseios dos filósofos que em suas obras mostram a importância homérica na educação, principalmente para moldar o espírito grego. A preocupação de Sócrates no que é a virtude e pode a virtude ser ensinada? Uma pergunta bastante reveladora quando pensamos em educação numa Grécia que não está mais em seu apogeu; Platão que na República propõe as suas respostas a estes mesmos problemas; Aristóteles em Ética a Nicômaco constitui também uma visão do problema educativo.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Para Platão, a questão central e decisiva tratando-se de educação se resume, a saber, o que é a virtude. O tema de todos os diálogos platônicos é bem a prova disso; é verdade que se questiona e se procura saber o que é a coragem, a sabedoria, o amor, o belo, a justiça... E tantas outras virtudes! O problema é que esses valores são, ao fim e ao cabo, apenas exemplos de virtudes ou atributos do homem virtuoso, mas não é a virtude. Mas é a virtude a estrutura principal no modelo educativo dos gregos e seu espírito.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">É em Homero e nos chamados poemas homéricos, a Ilíada e a Odisséia, que tal ideal educativo aparece originalmente formulado e explicitado. E se, em ambos os poemas, o ideal homérico de homem (o herói). Define-se pela virtude, o modo de a conceber não é, contudo, igual nos dois poemas. Assim, na Ilíada, entre todas as suas muitas heróicas personagens, (Agamêmnon, Ájax, Pátroclo, Diomedes, Menelau, Nestor, Ulisses - do lado dos Aqueus - Heitor, Páris, Príamo, Hécuba e Andrômaca - estes do lado dos troianos, constituindo as duas últimas às figuras femininas, em conjunto com Helena), todas com as suas qualidades, destacam-se claramente a figura de Aquiles, o herói modelo, nobre, valente e corajoso, o melhor entre todos. Aquiles encarna, pois, a virtude e é na sua figura que se caracteriza esse ideal. Para além do guerreiro valoroso, valente, corajoso e honrado, Aquiles é o protótipo do perfeito guerreiro da época homérica. Mas se é em Aquiles que melhor se realiza este ideal, é evidente que não se chega lá espontaneamente, antes se pressupõe uma educação apropriada. É dessa educação que Homero nos fala no canto IX, esse ponto é o modelo que influencia a todos os gregos e principalmente os filósofos socráticos na construção de um espírito grego. A virtude da Ilíada e consagram o ideal educativo nela presente. Mas ser virtuoso como superlativo que é, é ser, de entre todos, o mais valente, o mais conceituado, e comportar-se como o primeiro. Esta virtude nos poemas homéricos, algo que não é dado, mas sim conquistado, algo conscientemente procurado, por isso mesmo um ideal de cuja realização nos queremos aproximar o máximo possível. Contudo, não está apenas possuir um atributo próprio da nobreza, mas sim um conjunto de qualidades físicas, espirituais e morais tais como: a bravura, a coragem, a força e a destreza do guerreiro, a eloqüência e a persuasão, e, acima de tudo, ter o espírito de herói, entendida esta como a fusão da força com o sentido moral.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Aquiles é o ideal do homem corajoso, e o Odisseu homem de sabedoria, e este é espírito grego, mesmo durante a época clássica. Homero é, entre todos os poetas gregos, considerado o maior e, a crer nos testemunhos que são citações dos socráticos, a opinião corrente ao tempo indica-o também como o educador de toda a Grécia. De fato, a tradição homérica e o ideal educativo que nela se propõe são transmitidos oralmente, de geração em geração, pelas eras e contos. Também só assim se podemos compreender que em Homero, a Grécia atinge sua unidade que é determinada pelo espírito da virtude.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Podemos compreender que os gregos possuem particularidades políticas na organização das cidades-estado independentes, os gregos, contudo, são espiritualmente unidos. Homero é sem duvida alguma, o primeiro educador da Grécia e mesmo de todo o mundo antigo. Tanto que ser culto era, na antiguidade, saber Homero de cor e ser capaz de citá-lo em qualquer ocasião. É o que podem constatar-se em fontes várias, as mais importantes das quais são Platão e Aristóteles. Assim, Homero, o poeta foi o educador da Grécia e que, no que toca a administração e educação (Paidéia) humana, é digno de ser tomado como modelo para aprender com ele e regular toda a vida segundo as normas deste poeta. Assim acreditava Platão e podemos comprovar isso por todo conteúdo da República.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Portanto podemos afirmar que uma verdadeira Paidéia, conscientemente procurada, é, portanto, uma cultura geral de caráter superior, entendida como um alimento para construção do espírito, em uma busca pela virtude. Podemos entender por Paidéia, palavra esta que conceitua o ideal grego de educação, Platão, defenderia a idéia que toda a verdadeira educação ou Paidéia, a que é educação na aretê, que enche o homem do desejo e da ânsia de se tornar um cidadão perfeito, e o ensina a mandar e a obedecer, sobre o fundamento da justiça. (JAEGER, Werner. Paidéia. A formação do homem grego. São Paulo. Martins Fontes, 1989.).</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Com a desfragmentação da polis a falta da ética fez os filósofos repensarem muito sobre o descaso e o egoísmo em que a sociedade ateniense estava vivendo. Essa tal ética tão exclamada por todos é esquecida no cotidiano quando muitas vezes faz-se uma ação política, não se importando se esta prejudicará um outro ser humano ou todo o meio em que se vive.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Porém, desde os tempos mitológicos a ética no mundo grego é um conceito muito abordado e utilizado na relação entre eles, podendo ser observado nas obras A Ilíada e A Odisséia, de Homero, que retratam o rapto de Helena, no qual sai da Grécia boa parte dos heróis, e vão à busca de Helena, tendo como base o auxílio de muitos guerreiros, sendo coordenados pelo Rei Ulisses, e estes vencem a Cidade de Tróia. Todavia, ele desafia os deuses e por causa disso, deixam-no perdido por muitos anos, nos quais ficou uma boa parte no mar durante seu regresso para Ítaca e, após o retorno, revê as suas atitudes.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Como Ulisses, os gregos tinham a noção de que uma falta de respeito com outra pessoa e acima de tudo com os deuses, acarretaria numa grande conseqüência para sua vida, essas questões éticas relacionadas com a virtude eram de interesses dos filósofos preocupados com os novos rumos da polis ateniense temendo aqueles que prejudicam o que for preciso, tanto a natureza quanto o próprio homem para conseguirem o que ambicionam. Talvez por esse motivo o saudosismo dos filósofos pelos tempos antigos e pela virtude heróica, e a ética dos tempos Homéricos.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"> Os filósofos socráticos fazendo uma abordagem sobre as obras de Homero como auxílio para explicar a sua utilização no cotidiano do conceito filosófico, que é a Ética, no qual tem em vista um melhoramento do comportamento humano em relação às pessoas e o meio em que vive.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Homero foi o primeiro educador na Grécia, a virtude dos heróis fazem parte do espírito grego inseridos na formação de consciência e, ao mesmo tempo, pelo conceito tão importante da filosofia a ética e moral.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A importância da ética não é somente um pensar filosófico e sim uma atitude que todas os cidadãos gregos deviam tomar e ao mesmo tempo. A educação com um foco no entendimento subjetivo do homem, somada as virtudes dos heróis gregos seriam o modelo para construção de uma polis perfeita.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A educação é uma função tão natural e universal da comunidade humana e tão auto-evidente, que tem exigido, por isso mesmo, muito tempo para ser plenamente compreendida, tanto pelos que a recebem, quanto pelos que a praticam. Daí, com efeito, a tardia literatura especifica e hoje a profusão de teorias, doutrinas e acerca do tema. Já nos gregos o conceito aretê (cuja tradução para atualidade não é fácil) a virtude da tempera heróica, ética e da nobreza que caracterizava a bravura guerreira dos cavaleiros, eis talvez o primeiro conceito de educação, de formação do homem. O Homem vulgar, assim, não tem aretê. A aretê é, então, um atributo da excelência humana, a beleza de caráter que orienta a práxis (a ação cotidiana) humana para o bem, é enfim a unidade suprema de todas as excelências.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">É essa virtude que os filósofos almejam e que o conceito restrito de educação se amplia e se eleva até a mais alta aretê humana, transcendendo o conceito, primeira referência ao conceito educação que já agora abarca o conjunto de todas as exigências ideais, físicas e espirituais que conduzem à formação humana mais ampla e consciente é esta virtude homérica que influenciou não apenas os filósofos socráticos, mas todos os gregos. É bem expressivo, por outro lado, que Platão, considera o defeito especifico da retórica - a arte maior dos sofistas - o falar para agradar aos homens e não para atender o “bem eterno”, é corrupção do discurso crise da aretê. Platão aos sofistas (inclusive Górgias de Leontini e Protágoras os maiores dentre os muitos sofistas da Antigüidade Clássica): porque eles reduzem o conhecimento à opinião e o bem à utilidade, relatividade de valores e princípios absolutos para a vida humana, não ostentam mais que “sapiência aparente”. Devemos também estar atentos às mudanças na organização política da polis, algo que incomodava os filósofos socráticos descrentes com os novos rumos da fragilizada democracia.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A formação do caráter, na perspectiva da aretê, da perfeição humana, deve ser levada a efeito desde cedo, assim acreditavam os gregos desde os tempos mitológicos; educar a todos para serem dignos. Já que temos de viver inexoravelmente em sociedade e organizada minimamente, é então indispensável, que desenvolvamos as virtudes públicas esse era o viés de Platão em sua República. Todavia a sementeira desta Paidéia deveria contribuir com a perfeição humana, a aretê.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Quando tratamos de cultura grega e educação, invariavelmente observamos que é impossível considerar os ideais de formação humana entre os gregos da antiguidade sem referir um conceito da mais alta importância para eles arete. paideia propriamente dita refere-se ao período que se inicia após os sete primeiros anos, quando a criança é enviada às escolas. Aliás, o primeiro sentido do verbo trepho (tre/fw) é tornar compacto, engrossar, nutrir, criar e, por extensão, instruir, aplicando-se, com o sentido originário, a animais e plantas.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">É muito comum traduzir-se a palavra areté por virtude e o seu plural, aretai, por virtudes. No entanto, isso pode induzir a se pensar que o sentido original de areté é de natureza ética. Ora, esse não é o sentido original exclusivo nem de areté, que melhor se traduziria por excelência,talves do que por virtude.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A palavra arete desígna o mérito ou qualidade pelo qual algo ou alguém se mostra excelente. Esta qualidade pode referir-se ao corpo e aplicar-se a coisas, como terra, vasos, móveis; pode referir-se à alma. Pode ter o sentido particular de coragem ou atos de coragem ou o sentido moral de virtude.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">No livro I da República Platão introduz algumas reflexões acerca do conceito de areté. É verdade que ela vai direcioná-las para o objetivo principal que tem em mente, qual seja, discutir a idéia de justiça: sua natureza, se é vício e ignorância ou sabedoria e virtude; se é mais vantajosa a injustiça do que a justiça. Platão parte da verificação de que cada coisa tem sua função, e uma areté própria a preencher. Mas nesse diálogo Platão está interessado em uma areté, a justiça, que ele procura definir. Assim, no mesmo livro I, mais adiante, aplicando esses ensinamentos ao conhecimento do homem, raciocina com vista a chegar à areté do homem. Platão quer saber se é possível prejudicar a um homem em sua excelência. Para isso é preciso saber em que o homem e só o homem é excelente, isto é, qual a sua areté. O que permite ao homem cumprir o seu mais alto grau de perfeição?</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Para conhecer a areté humana, ensina Platão, é preciso saber o que é o homem. Embora não trate especificamente desse ponto no livro I, Platão pensa o homem como um ser de corpo e alma, sendo à alma destinada a função de governar, deliberar, dirigir o corpo. E considerando que o homem vive na polis, isto é, de forma associada, Platão considera a justiça a maior de todas as virtudes, porque é a mais social, como diria Aristóteles. Assim, se a arete do homem é a justiça, todo ideal educativo deverá ser alcançar essa perfeição. Em contraponto, um homem injusto age em sentido contrário à excelência.Como vemos, no século IV a. C., com Platão, ainda encontramos uma idéia de areté empregada no sentido amplo, não restritamente moral, mesmo que a preocupação do autor de A República seja de ordem moral.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Originalmente, o sentido de arete nos é dado pela poesia heróica, de que Ilíada e Odisseia são dois grandes paradígmas. Esses dois grandes poemas, vemos que o sentido básico de arete. Do ponto de vista de práticas educativas, essa vinculação do conceito de virtude aos valores da aristocracia não durará para sempre. Haverá, sim, algumas permanências de matiz claramente aristocrático, por exemplo, na educação ateniense clássica. Veja-se o que vai ocorrer com os jogos atléticos, prática bem do gosto da nobreza, desde Homero. Por outro lado, com o tempo, a polis afirma-se como categoria existencial predominante para o homem grego. A ética individualista de Homero vai ser superada por éticas centradas em valores cívicos. Por outro lado, vai se delineando o objetivo formador do ser humano. Ocorrem, então, algumas divergências quanto à questão de se saber qual areté é mais importante na formação do homem ideal. As virtudes são amplas em seu conceito.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"> </span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Se pensarmos no Sócrates platônico ele amplia os horizontes da ética grega, argumentando, naquele diálogo, que a justiça é o maior bem, para si próprio e para a comunidade e que é preferível sofrer uma injustiça a cometê-la. Pois aquele que a pratica comete uma violência contra sua própria alma em primeiro lugar, antes de cometê-la contra terceiros. A alma injusta, doente e desarmônica, não pode ser feliz.A idéia de que a justiça tem valor em si, que vale independentemente das vantagens que acarreta, na terra e no além, é o grande tema da República. Todo esforço de Platão nesse notável diálogo é provar que a justiça deve ser praticada sempre e a injustiça sempre evitada, ainda que não haja testemunha alguma disso. Os desdobramentos éticos desse imperativo é magnificamente tratado por Platão em um mito, o do anel de Giges. Giges era um pastor que, tendo encontrado um anel que tinha o poder de o tornar invisível, quando descobriu isso matou o rei, usurpou o trono, casando-se com a rainha.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">O que Platão ou o Sócrates platônico nos leva a perguntar é eticamente crucial: Se voce tivesse um anel que lhe permitisse ficar invisível e não ser alcançado pelo castigo, voce seria sempre justo ou se entregaria a atos injustos? Ora, nesse nível, de nenhum outro pensador grego o tema da areté recebeu um desdobramento ético tão denso e complexo. Platão também merece um destaque por sua criação de uma teoria da areté, em razão da qual o tema recebeu o mais profundo tratamento ético. Platão põe uma questão simples mas devastadora: pode um homem excelente ser excelente em uma areté e não o ser relativamente a outra? Quem possui uma possui todas? Como pode alguém ser justo e ímpio, ou corajoso e intemperante? Ou sábio e injusto?</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Diante da tradição Homerica que valorizava tanto a justiça, a temperança, a coragem, a justiça, a piedade, a sabedoria, diante dos usos e costumes que submetiam a juventude grega a códigos de conduta estribados em valores nunca discutidos, Platão (ou o Sócrates platônico) quer saber se a excelência pode ser ensinada ou é um dom natural, ou uma graça divina. Essa questão pode a excelência ser ensinada ou o bom já nasce feito, acompanha a cultura grega desde Homero e antes de Platão os personagens de Eurípides já se perguntam a esse respeito. Mas Platão é quem elabora uma reflexão filosófica sistemática e cerrada acerca do tema, desde os primeiros diálogos. A seu ver, tudo se resume em saber se aquelas aretai são conhecimento, pois só nessa hipótese poderiam ser aprendidas. Apesar de na idade madura, com a República, parecer ter chegado a uma "doutrina" da areté que a identifica com conhecimento. Pode a areté ser ensinada? Prudência, sabedoria, justiça, coragem são uma e mesma coisa, e, pois, em se tendo uma se terá todas as demais, ou não? É a areté múltipla ou una?</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Se, como Platão parece crer apenas o sábio filósofo tem o conhecimento e, no que toca à areté, pode legislar a respeito do que deve ser procurado ou evitado Com outros fundamentos, Aristóteles chegou a mesmos resultados até certo ponto semelhantes. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles apresenta a sua teoria das virtudes, distinguindo dois tipos de virtudes: as qualidades de inteligência e as de caráter. Aquelas se desenvolvem no sábio, cujo objeto de investigação são os objetos imutáveis, acerca dos quais se pode gerar um conhecimento epistêmico, passível de juízos de verdade e de erro e de ensino. Alcançar essas virtudes é o auge da vida contemplativa.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">As disciplinas do espírito que as cultivam não se voltam para a vida prática nem são produtivas. As virtudes referentes ao caráter são acessíveis à grande maioria das pessoas, desenvolvem-se em torno de objetos mutáveis, opináveis, que supõem decisões voltadas para a ação, tomadas após deliberação com cálculo e reflexão. Se tiverem mérito, isto é, obedecerem a retas tendências, essas decisões revelarão o homem prudente. O que alcançar essas virtudes terá uma vida ativa plena.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Diferindo de Platão, Aristóteles ressalta que tais decisões voltam -se para a vida prática, a saber, para a vida na polis, a vida política. Elas formam o caráter do homem e são filhas do hábito. Logo, não comportam verdade ou falsidade, mas valores: mais úteis, mais convenientes.</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Aristóteles estabelece que o bem é o alvo da vida feliz, que esse bem se alcança com a prática das excelências, que ninguém nasce virtuoso e nem aprende teoricamente o que a virtude é. Mas que o ser humano vai incorporando em sua natureza uma disposição para a areté, e, com o treino e o tempo, a constância e disciplina, pode torna-se um homem de bem. Quanto aos fundamentos de suas idéias acerca da areté, afasta-se de Platão, para o qual tanto a vida moral como a vida propriamente científica desenvolvem-se em torno de objetos cuja representação sensível encontra uma correspondência ontológica transcendental no plano do imutável e do eterno.</span></div>
<div style="font-size: 13px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div style="font-size: 13px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div style="font-size: 13px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><b>eaneto</b></span></div>
<div style="font-size: 13px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Publicado no Recanto das Letras em 07/04/2011</span></div>
<div style="font-size: 13px; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="font-size: small;">Código do texto: T2894585</span></div>
<div style="margin-bottom: 0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="font-size: x-small;">Texto original: <a href="http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2894585">http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2894585</a></span></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-4545138427257701082011-08-03T18:11:00.000-03:002016-11-03T00:05:10.583-02:00Nicolau Maquiavel<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;">Maquiavel<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">“Mais de quatro séculos nos separam da época em que viveu Maquiavel. Muitos leram e comentaram sua obra, mas um número consideravelmente maior de pessoas evoca seu nome ou pelo menos os termos que aí tem sua origem. “Maquiavélico e maquiavelismo” são adjetivo e substantivo que estão tanto no discurso erudito, no debate<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>político, quanto na fala do dia-a-dia. Seu uso estrapola o mundo da política e habita sem nenhuma cerimônia o universo das relações<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>privadas. Em qualquer de suas acepções , porém , o maquiavelismo está associado a<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>idéia de perfídia , a um procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro. Estas expressões pejorativas sobreviveram de certa forma incólumes no tempo e no espaço, apenas alastrando-se da luta política para as desavenças do cotidiano.” <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Assim , hoje em dia , na maioria das vezes, Maquiavel é mal interpretado. Maquiavel, ao escrever sua principal obra, O PRÍNCIPE, criou um “manual<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>da política”, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;">que pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes. Talvez por isso sua frase mais famosa:<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>-”Os fins justificam os meios”- seja tão mal interpretada. Mas para entender Maquiavel em seu real contexto, é necessário conhecer o período histórico em que viveu. É exatamente isso que vamos fazer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-list: skip;">
<b><span style="font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></b><b><span style="font-size: 14.0pt;">O panorama político</span></b><b><span style="font-size: 12.0pt;"> :<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Maquiavel viveu durante<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a Renascença Italiana , o que explica boa parte das suas<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>idéias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Na Itália do Renascimento reina grande confusão. A tirania impera em pequenos principados, governados despoticamente por casas reinantes sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis. A ilegitimidade do poder gera situações de crise instabilidade permanente, onde somente o cálculo político, a astúcia e a ação rápida e fulminante contra os adversários são capazes de manter o príncipe. Esmagar ou reduzir à impotência a oposição interna, atemorizar os súditos para evitar a subversão e realizar alianças com outros principados constituem o eixo da administração. Como o poder se funda exclusivamente em atos de força, é previsível e natural que pela força seja deslocado, deste para aquele senhor. Nem a religião nem a tradição, nem a vontade popular legitimaram e ele tem de contar exclusivamente com sua energia criadora. A ausência de um Estado central e a extrema multipolarização do poder criam um vazio, que as mais fortes individualidades têm capacidade para ocupar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Até 1494, graças aos esforços de Lourenço,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o Magnífico, a península experimentou uma certa tranqüilidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Entretanto, desse ano em diante, as coisas mudaram muito. A desordem e a instabilidade ficaram incontroláveis. Para piorar a situação, que já estava grave devido aos conflitos internos entre os principados, somaram-se as constantes <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e desestruturadoras invasões dos países próximos como a França e a Espanha. E foi nesse cenário conturbado, onde nenhum governante conseguia se manter no poder por um período superior a dois meses, que Maquiavel<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>passou a sua infância e adolescência. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 16.0pt;">Vida e obra<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Maquiavel nasceu em Florença em 3 de maio de 1469, numa Itália “esplendorosa mas infeliz”, segundo o historiador Garin. Sua família não mera aristocrática nem rica. Seu pai , advogado como um típico renascentista, era um estudioso das humanidades, tendo se empenhado em transmitir uma aprimorada educação clássica para seu filho. Maquiavel com 12 anos, já escrevia no melhor estilo e, em latim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Mas apesar do brilhantismo precoce, só<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>em 1498, com 29 anos Maquiavel exerce seu primeiro cargo na vida pública. Foi nesse ano que Nicolau passou a ocupar a segunda chancelaria. Isso se deu após a deposição de Savonarola, acompanhado de todos os detentores de cargos importantes da república florentina. Nessa atividade, cumpriu uma série<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de missões, tanto fora da Itália como internamente, destacando-se sua diligência em instituir uma milícia nacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Com a<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>queda de soverine, em 1512, a dinastia Médici volta ao poder, desesperando Maquiavel, que é envolvido em uma conspiração, torturado e deportado.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>É permitido que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>se mude para São Cassiano, cidade pequena próxima de Florença, onde escreve sobre a <b>Primeira década de Tito-Lívio</b> , mas interrompe esse trabalho para escrever sua obra prima: <b>O Príncipe , </b>segundo alguns , destinado a que se reabilitasse com os aristocratas, já que a obra era nada mais que um manual da política.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Maquiavel viveu uma vida tranqüila em S. Cassiano. Pela manhã, ocupava-se<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>com a administração da pequena propriedade onde está confinado. À tarde, jogava cartas numa hospedaria com pessoas simples do povoado. E à noite vestia roupas de cerimônia para conviver, através da leitura com pessoas ilustres do passado, fato que levou algumas pessoas a considerá-lo louco.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">A obra de Maquiavel é toda fundamentada em sua própria experiência, seja ela com os livros dos<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>grandes escritores que o antecederam, ou sejam os anos como segundo chanceler, ou até mesmo a sua capacidade de olhar de fora e analisar o complicado governo do qual terminou fazendo parte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Enfim, em 1527, com a queda dos Médici e a restauração da república, Maquiavel que achava estarem findos os seus problemas, viu-se identificado por jovens republicanos como alguém que tinha ligações com os tiranos depostos. Então viu-se vencido. Esgotaram-se suas forças. Foi a gota d’água que estava faltando. A república considerou-o seu inimigo. Desgostoso, adoece e morre em junho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Mas nem depois de morto, Maquiavel terá descanso. Foi posto no Index pelo concílio de Trento, o que levou-o, desde então a ser<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>objeto de excreção dos moralistas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 36.0pt;">
<b><span style="font-size: 16.0pt;">A nova ciência política</span></b><span style="font-size: 14.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Maquiavel faleceu sem ter visto realizados os ideais pelos quais se lutou durante toda a vida. A carreira pessoal nos negócios públicos tinha sido cortada pelo meio com o retorno dos Médicis e, quando estes deixaram o poder, os cidadãos esqueceram-se dele, “um homem que a <i>fortuna </i>tinha feito capaz de discorrer apenas sobre assuntos de Estado”. Também não chegou a ver a Itália forte e unificada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Deixou porém um valioso legado: o conjunto de idéias elaborado em cinco ou seis anos de meditação forçada pelo exílio. Talvez nem ele mesmo soubesse avaliar a importância desses pensamentos dentro do panorama mais amplo da história, pois “ especulou sempre sobre os problemas mais imediatos que se apresentavam”. Apesar disso, revolucionou a história das teorias políticas, costituindo-se um marco que modificou o fato das teorias do Estado e da sociedade não ultrapassarem os limites da especulação filosófica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">O universo mental de Nicolau Maquiavel é completamente diverso. Em São Casciano, tem plena consciência de sua originalidade e trilha um novo caminho. Deliberadamente distancia-se dos “ tratados sistemáticos da escolástica medieval” e, à semelhança dos renascentistas preocupados em fundar uma nova ciência física, rompe com o pensamento anterior, através da defesa do método da investigação empírica. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<b><o:p> </o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<b><o:p> </o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<b><o:p> </o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<b><o:p> </o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 36.0pt;">
<b><span style="font-size: 16.0pt;">O pensamento de Maquiavel<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Maquiavel nunca chegou<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a escrever a sua frase mais famosa: “os fins justificam os meios”. Mas com certeza ela é o melhor resumo para sua maneira de pensar. Seria praticamente impossível analisar num só trabalho , todo o pensamento de Nicolau Maquiavel , portanto, vamos analisá-lo baseados nessa máxima tão conhecida e tão diferentemente interpretada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Ao escrever O Príncipe, Maquiavel expressa nitidamente os seus sentimentos<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de desejo de ver uma Itália poderosa e unificada. Expressa também a necessidade ( não só dele mas de todo o povo Italiano ) de um monarca com pulso firme, determinado que fosse um legítimo rei e que defendesse seu povo sem escrúpulos e nem medir esforços. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Em O Príncipe, Maquiavel faz uma referência elogiosa a César Bórgia, que após ter encontrado na recém conquistada Romanha , um lugar assolado por pilhagens , furtos e maldades de todo tipo, confia o poder a Dom Ramiro de Orco. Este, por meio de uma tirania impiedosa e inflexível põe fim à anarquia e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>se faz detestado por toda parte. Para recuperar sua popularidade, só restava a Bórgia suprimir seu ministro. E um dia em plena praça , no meio de Cesena, mandou que o partissem ao meio. O povo por sua vez ficou , ao mesmo tempo, satisfeito e chocado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para Maquiavel , um príncipe não deve medir esforços nem hesitar, mesmo que diante da crueldade ou da trapaça, se o que estiver em jogo for a integridade nacional e o bem do seu povo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><i>“ sou de parecer<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de que é melhor ser ousado do que prudente, pois a fortuna( oportunidade) é mulher e, para conservá-la submissa, é necessário (...) contrariá-la. Vê-se , que prefere, não raramente, deixar-se vender pelos ousados do que pelos que agem friamente. Por isso é sempre amiga dos jovens, visto terem eles menos respeito e mais ferocidade e subjugarem-na com mais audácia”.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para Maquiavel, como renascentista que era, quase tudo que veio antes estava errado. Esse tudo deve incluir os pensamentos e as idéias de Aristóteles. Ao contrário deste, Maquiavel não acredita que a prudência seja o melhor caminho. Para ele, a coerência está contida na arte de governar. Maquiavel procura a prática. A execução fria das observações meticulosamente analisadas, feitas sobre o Estado, a sociedade. Maquiavel segue o espírito renascentista, inovador. Ele quer superar o medieval. Quer separar os interesses do Estado dos dogmas e interesses da igreja.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Maquiavel não era o vilão que as pessoas pensam. Ele não era nem malvado. O termo maquiavélico tem sido constantemente ml interpretado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;">“Os fins justificam os meios” .Maquiavel , ao dizer essa frase, provavelmente não fazia idéia de quanta polêmica ela causaria. Ao dizer isso, Maquiavel não quis dizer que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>qualquer atitude é justificada dependendo do seu objetivo. Seria totalmente absurdo. O que Maquiavel quis dizer foi que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>os fins determinam os meios. É de acordo com o seu objetivo que você vai traçar os seus planos de como atingi-los.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 16.0pt;">Conclusão<i> <o:p></o:p></i></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Assim, a contribuição de Nicolau Maquiavel para o mundo é imensa e fantástica. Maquiavel ensinou, através da sua obra , a vários políticos e governantes. Aliás, a obra de Maquiavel entrou para sempre não só na história, como na nossa vida cotidiana atual, já que é aplicável a todos os tempos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É possível perceber que “Maquiavel, fingindo ensinar aos governantes, ensinou também ao povo”. E é por isso que até hoje, e provavelmente para sempre, ele será reconhecido como um dos maiores pensadores da história do mundo.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 14.0pt;"><br /></span>
<span style="font-size: 14.0pt;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://filosofiaafp3.blogspot.com.br/search/label/Maquiavel" target="_blank"><img border="0" height="93" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixl2HS2kghaR0pet50aK8R2BSgKP5Tqc3sYD2SBrzB65JqysfRA6UA3kQCkoK1zhBIJMad4n8X1aRkORbDymQ0FG1ZmSp9G2DVL09NDp0R7st2ZyruTMDWYjjDVqae-OfC53mOut_pfDQ/s320/Question%C3%A1rio.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfnVpz2fFyt8uAx9SPxuNEFD5zgerRySHUk_upyby0uCFLyJw/viewform" target="_blank"><img border="0" height="92" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRoDVh-SyeuoBXwDfxYgFmy2WfSFYRFLUYMp_-md_13UDMPtNEsjlVvnkSbffHLV8Fw_mDEZyUbAtwKE60RcNSgvInvK9IGyF-MhWeE1H_CEwVxW4vpXtbiNvqlt02t79ioNu5sHt37_Q/s320/Question%C3%A1rio.png" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: 14.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 45.75pt;">
<b><span style="font-size: 16.0pt;"><o:p> </o:p></span></b></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-41972657952405160502010-12-25T20:24:00.003-02:002012-10-17T18:07:04.061-03:00Resumo do Livro - Consolando o Especialista de Paul Feyeraben<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><br /></span></div>
<div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Ao debruçarmos sobre o livro Consolando o Especialista, observamos que Paul Feyerabend diz ter tido a felicidade de discutir com Thomas Kuhn por diversas vezes, quando este, era membro do departamento de filosofia da Universidade da Califórnia, segundo ainda Feyerabend estas discussões foram para ele muito valiosas, e com elas, ele passa a olhar a ciência de um novo modo. Neste momento Feyerabend discorda da teoria da ciência proposta por Kuhn.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Para Feyerabend as ideologias propostas por Kuhn viriam a inibir o progresso do conhecimento, e aumentar as tendências anti-humanitárias, que ele diz serem características das ciências pós-newtonia.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Nosso autor em questão diz que por várias vezes Kuhn o interrompera em seus discursos, alegando que Feyerabend o interpretara mal e, suas discussões permaneceram sem conclusão, agora já em outro momento Feyerabend sente-se fortalecido porque todos os leitores do <i>Structure of</i> <i>scientific Revolutions</i> de Thomas Kuhn tem a mesma interpretação que ele.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Neste trecho Feyerabend faz vários questionamentos sobre o método de trabalho que Kuhn apresenta, inclusive vê um problema, que ele, acredita ser um problema no inicio, trata-se dos escritos de Kuhn, que não levam a uma resposta direta, há ai uma ambigüidade, suas respostas são compatíveis e dão apoio às duas interpretações, ele considera esta ambigüidade um assunto a ser primado<i>, (Tem tido um efeito definido sobre os leitores de Kuhn e fê-los olhar para o seu assunto e lidar com ele de maneira não de todo vantajosa. Mais de um cientista social me assinalou que agora, afinal, aprendeu a transformar seu campo em "ciência</i>”), com isto ele quer dizer que aprendeu a aperfeiçoar seu campo, me parece que a formula seria esta<i>: (restringir a crítica, reduzir a um o número de teorias compreensivas e criar uma ciência normal que tenha por paradigma essa teoria. Devem impedir-se os estudiosos de especular ao longo de linhas diferentes e os colegas mais irrequietos precisam ser induzidos a conformar-se e a “realizar trabalho sério”).</i><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Feyerabend que a ambigüidade de Kuhn é pretendida e que ele ira explorar em plenitude suas potencialidades propagandísticas, ele deseja dar apoio sólido, objetivo e histórico a julgamentos de valor, considerados por ele arbitrários e subjetivos, por outro lado deseja deixar para si mesmo uma “válvula de escape”, uma segunda linha segura de retirada.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Aqui Feyerabend supõe que o objetivo de Kuhn seja apenas uma descrição de acontecimentos históricos e instituições influentes.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Interpretando assim, é a existência de uma tradição de soluções de enigmas que separa a ciência de outras áreas, ou de outras atividades, este apartar-se é de modo mais seguro, mais direto, menos equivoca e mais fundamental, que outras propriedades que as ciências possuem, mas se é tão essencial a existência de uma tradição de soluções de enigmas, a ocorrência dessa propriedade, unifica e caracteriza uma disciplina especifica e bem reconhecível. Todo enunciado feito por Kuhn a respeito da ciência normal parece verdadeiro, ele quer substituir “ciência normal” por “crime organizado”, e compara o “cientista” individual com o arrombador de cofres, utiliza isto apenas com uma comparação para poder chegar a expor seu pensamento sobre a ciência de Kuhn. Ele diz assim <i>(de modo que é o indivíduo o arrombador de cofres e não a teoria vigente do eletromagnetismo, por exemplo: que está sendo posto à prova</i></span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">), </span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">assim sendo, <i>só o profissional é censurado, não os seus instrumentos</i></span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">, </span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">a situação não melhora pelo fato de assinalarmos a existência de revoluções<i> (primeiro, porque estamos lidando com a tese de que é a ciência normal que se caracteriza pela atividade de solução de enigmas. E, segundo, porque não há razão para acreditar que o crime organizado ficará para trás no domínio das principais dificuldades. </i>Assim sendo, podemos entender isto como</span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">: </span><i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">é a pressão derivada do número sempre crescente de anomalias que leva, primeiro a uma crise, depois a uma revolução; e quanto maior a pressão, tanto mais cedo ocorrerá a crise).<o:p></o:p></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Feyerabend diz que como interpretamos como Kuhn, e ele mesmo deseja ser interpretado assim, deixou de fazer uma coisa importante, deixou de discutir a finalidade da ciência e, ao final deste capitulo nos deixa mais uma pergunta. Qual é a finalidade do cientista?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Feyerabend procura considerar não só a estrutura real da ciência de Kuhn, mas também sua função. A atividade vulgar da ciência “madura” exerce efeitos não só sobre o conteúdo de nossas idéias, mas também sobre sua substancialidade, tal preocupação conduz ao ajustamento entre teoria e a realidade, e precipita o progresso, isto se da por varias razões. Em primeiro lugar o paradigma orienta o cientista, a tentativa de criar conhecimento necessita de orientação, não pode começar do nada, necessita de uma teoria, um ponto de vista que permita o pesquisador separar o relevante do irrelevante, e que lhe mostre as ares de maiores proveitos para a pesquisa.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Kuhn defende não só o uso de suposições teóricas, mas defende também a escolha exclusiva de um conjunto particular de idéias,( <i>E defende tal modo de proceder porque este último desempenha um papel na ciência real tal como ele a vê. Eis aí a ambigüidade entre a descrição e a recomendação, de que já tratamos)</i>. A segunda razão seria a defesa por acreditar que sua adoção fatalmente conduzira a derrubada do mesmíssimo paradigma (<i>então seremos forçados a procurar algo novo</i></span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">). </span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Aqui resume bem tudo o que esta se esperando deste capitulo, somos forçados a fazê-lo por processos que estabeleceram íntimo contato com a natureza e, portanto, em última instância, pela própria natureza. Os debates da pré-ciência com sua crítica universal e sua proliferação desinibida de idéias são "freqüentemente dirigidos assim aos membros de outras escolas como... à natureza". A ciência matura, sobretudo nos períodos tranqüilos que antecedem imediatamente a tempestade, parece dirigir-se tão-somente à natureza e pode, portanto, esperar uma resposta definida e objetiva. A fim de obter essa resposta precisamos de mais do que de uma coleção de fatos reunidos a esmo.<i> <o:p></o:p></i></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Mas também precisamos de mais do que de uma discussão interminável de ideologias diferentes. O que precisamos é a aceitação de uma teoria e a tentativa inexorável de ajustar a natureza ao seu padrão. Creio ser esta a principal razão por que a rejeição, por uma ciência madura, da batalha desinibida entre alternativas seria defendida por Kuhn não só como fato histórico, mas também como movimento racional<i>.</i> Ao final ainda nos deixa a pergunta se é aceitável essa defesa.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"><span class="Apple-style-span">A defesa é aceitável, contanto que as revoluções e que o modo particular que as ciências a conduzem, também seja desejável. As revoluções ocasionam uma mudança de paradigma, porém o relato de Kuhn diz ser impossível que essa mudança conduziria a algo melhor. É impossível dizê-lo, dado o fato de que os paradigmas tanto os pré-revolucionários como os pós-revolucionários, são incomensuráveis. E para Feyerabend é a primeira dificuldade do raciocínio funcional usado em conexão com o resto da filosofia de Kuhn.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"><span class="Apple-style-span">Em segundo lugar ele quer examinar o que o Lakatos chamou de “estrutura fina” da transição: ciência normal/revolução, que podem revelar elementos não desejáveis, tais elementos levam-nos a considerar maneiras diferentes de provocar uma revolução. É fácil imaginar que assim sendo os cientistas abandonem um paradigma feito por frustração e não por terem argumento contra ele. Como procedem e como gostaríamos que os cientistas realmente procedessem? Um exame dessa pergunta leva a uma segunda dificuldade do raciocínio funcional.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"><span class="Apple-style-span">Com a intenção de mostrá-la o mais claro possível, vamos considerar a principio os seguintes problemas metodológicos. É possível dar razões para proceder como Kuhn, tentando aferrar-se a uma teoria, apesar de refutadora de argumentos contrários lógicos e matemáticos? Imaginado que seja possível das tais razões, é possível abandonar a teoria sem deixar de violar as tais razões?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"><span class="Apple-style-span">Feyerabend recorre ao conselho para aferrar-se a essa teoria. Há um problema em defender o principio da tenacidade. Este problema é racional porque as teorias são capazes de desenvolvimento, podem ser melhoradas e podem acordar as mesmíssimas dificuldades, em sua forma original, são incapazes de explicar. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"><span class="Apple-style-span">Não sendo de muita prudência confiar em resultados ainda não confiáveis, cientistas diferentes estão sujeitos a cometer erros diferentes, é necessário que as teorias passem por muitos testes antes que sejam reduzidas a um denominador comum. A fim de manter o discurso racional o maior tempo possível, Kuhn ajunta que uma teoria fornece critérios de perfeição, de malogro, de racionalidade, e que deve ser sustentado o maior tempo possível, quase nunca acontece das teorias serem comparadas diretamente “aos fatos” ou “à evidencia”, o que conta ou o que não conta como evidencia relevante, depende da teoria, bem como de outros temas chamados de “ciências auxiliares”, as ciências auxiliares funcionam como ponto de partida a mais nas variações de teorias a serem testadas, porém por contaminar a linguagem de observação.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">As primeiras suposições funcionam como premissas, ao passo que as últimas determinam quais são as impressões verídicas, o que nos possibilita não só avaliar as suposições, mas também formular novas observações.</span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> </span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Adotando a tenacidade, não deveremos utilizar fatos recalcitrantes para remover uma teoria T, por maior clareza que os fatos nos tragam</span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">, </span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">assim sendo deveremos agir deste modo: (Mas podemos usar outras teorias, T’ T", T", etc., que acentuam as dificuldades de T se bem prometam, ao mesmo tempo, meios para a sua solução. Nesse caso, a eliminação de T é exigida pelo próprio princípio da tenacidade. T’ T", T", etc., que acentuam as dificuldades de T se bem prometam, ao mesmo tempo, meios para a sua solução. Nesse caso, a eliminação de T é exigida pelo próprio princípio da tenacidade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Feyerabend não se satisfaz com o pensamento de Kuhn, acredita que a ciência normal leva o cientista a um “fechamento da mente”, deixando com isso de ser um realizador de novas descobertas, assim só o cientista é censurado, seus métodos não. Para ele cada ciência deve seguir o seu próprio paradigma e encarar seus problemas individualmente. Ele quer dizer aqui que os cientistas devem se utilizar de diversas teorias. Acredito que aqui é um ponto forte de seu anarquismo epistêmico.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span">Kuhn Havia afirma em primeiro lugar que as teorias não podem ser refutadas a não ser com a ajuda de alternativas, em segundo afiançou que a proliferação também representa um papel histórico na queda de paradigmas, e mostrou que as anomalias existem em qualquer ponto da historia de um paradigma. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Logo após a metade deste século, três paradigmas diferentes existiam, e entre eles havia uma incompatibilidade mutua</span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> Eram eles</span><i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">: 1- o ponto de vista mecânico 2- o ponto de vista ligado à invenção de uma teoria do calor independente e fenomenológica, que finalmente se revelou incompatível com a mecânica; 3- o ponto de vista implícito na eletrodinâmica de Faraday e Maxwell</span></i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Estes paradigmas diferentes entre si, de dar classe independente, estavam muito longe, mas muito ao contrario, foi à ativa interação deles que veio acarretar a queda da física clássica. As dificuldades que conduziram à teoria especial da relatividade não poderiam ter nascido sem a tensão que existia entre a teoria de Maxwell, de um lado, e a mecânica de Newton, de outro o que o próprio Kuhn nos ensina, não foi essa atividade que originou o progresso, mas a atividade da minoria proliferado, vejamos o que o feyerabend nos diz sobre Thomas Kuhn <i>(o que o próprio Kuhn nos ensina, não foi essa atividade que originou o progresso, mas a atividade da minoria proliferado)</i>, porém se a maioria dos cientistas continuar solucionando os velhos enigmas através das próprias revoluções, e se isto for verdade, estará desmoronando o que Kuhn diz separar temporalmente períodos de proliferação e períodos de monismo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span">É essencial no desenvolvimento da ciência a interação entre a tenacidade e a proliferação que vimos a pouco, não é a atividade de solução de problemas a responsável pelo crescimento da ciência, mas a interação ativa de varias concepções que a tenacidade sustenta, também é motivo de derrubada de velhos paradigmas a invenção de novas idéias e a tentativa de assegurar-lhes um lugar digno na competição, durante o tempo todo ocorre à atividade inventiva, mas a atenção só é voltada para ela durante as revoluções, porém não é nada mais do que uma mudança de interesse e publicidade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span">Assim que Feyerabend vê a imagem da ciência normal que surge nesta analise. Na atualidade há certa dificuldade em abordar com o espírito certo essas questões.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">As ciências estão cercadas por uma aura de perfeição, que impede qualquer pergunta sobre o seu efeito benéfico. E assim <i>(</i></span><i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Usam-se com liberalidade frases como "busca da verdade" ou "o mais alto objetivo da humanidade". Elas enobrecem, sem dúvida, o seu objeto, mas também o afastam do terreno da discussão crítica), </span></i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Feyerabend, diz que Kuhn conferiu dignidade a mais corriqueira da atividade científica, a chamada ciência normal. Seus questionamentos continuam até que faz surgir a grandes perguntas<i>: (até que ponto aumentou a felicidade dos seres humanos e até que ponto aumentou a sua liberdade</i>?), <i>(que valores escolheremos para sondar as ciências de hoje?).<o:p></o:p></i></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">A felicidade, e o pleno desenvolvimento de um ser humano, ainda são do mais alto valor, mas aqui não se inclui os valores que fluem de formas institucionalizadas de vida, antes o encorajam, mas até o ponto em que contribuem para o avanço do individuo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">A ciência que tenta desenvolver nossas idéias, e utiliza meios racionais para eliminar até as conjecturas mais fundamentais, necessita de um principio de tenacidade</span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> (</span><i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">significa que não há necessidade de suprimir nem o mais estranho produto do cérebro humano. Todos podem seguir suas inclinações e a ciência, concebida como empreendimento crítico, aproveitará essa atividade).<o:p></o:p></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Com o principio da proliferação</span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> (</span><i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">significa que se estimula a pessoa não só a seguir apenas suas inclinações, mas também a desenvolvê-las, a erguê-las, com a ajuda da crítica), </span></i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">quando há a interação entre a tenacidade a proliferação, isto ira importar em um novo nível de desenvolvimento biológico, pode ser que seja o único meio possível para evitar a estagnação de nossa espécie. A isto Feyerabend vai dizer<i>: (Para mim, este é o argumento final e mais importante contra a "ciência madura" descrito por Kuhn.</i></span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> </span><i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Tal empreendimento não é só mal concebido e inexistente; sua defesa é também incompatível com uma visão humanitária).<b><o:p></o:p></b></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Agora Feyerabend nos apresenta a sua imagem de ciência, que para ele deve substituir o que Kuhn relata como ciência, ela é a síntese de duas descobertas, a descoberta de Popper que a ciência tem progresso pela discussão critica de visões alternativas, e segundo pela descoberta de Kuhn, pela função de tenacidade que ele havia expressado de modo errado<i>.</i></span><i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> (A síntese consiste na afirmação de Lakatos, de que a proliferação e a tenacidade não pertencem a períodos sucessivos da história da ciência, mas estão sempre co-presentes).<o:p></o:p></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"><span class="Apple-style-span">Ele não se refere em descobertas, como idéias inteiramente novas, estas idéias, algumas delas são dos pré-socráticos, como a idéia de o conhecimento progride através de uma luta de visões alternativas, há também a idéia de que a luta de alternativas é decisiva para a ciência, esta defendida por Mach e Boltzmann. A necessidade de tenacidade foi enfatizada pelos materialistas dialéticos. E a síntese é a própria essencial do materialismo dialético.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span"> Kuhn entende que, a ciência madura é uma seqüência<i> </i>de períodos normais e revoluções. Os períodos normais são monísticos, e as revoluções são pluralísticas até que emerge um novo paradigma que ganha apoio suficiente para que venha alicerçar um novo período normal. Feyerabend diz que<i>: (Na seção n° 6 indicamos que a transição pode ser conseguida de um modo razoável: compara-se o paradigma central com as teorias alternativas). </i>E Feyerabend diz ainda que Kuhn parece ser da mesma opinião, que a proliferação já se manifesta antes da revolução e ainda a protege, porém isto significa que o relato original é falso, a proliferação na verdade precede a revolução. A proliferação não só precede imediatamente a revolução, bem como se acha presente o tempo todo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">A transição da pré-ciência para a ciência não substitui a proliferação, nem a critica universal da pré-ciência pela tradição de solução de enigmas de uma ciência normal. A ciência madura une duas tradições, que estão quase sempre separadas<i>, (a tradição da crítica filosófica pluralística e uma tradição mais prática que explora as possibilidades de um material dado sem ser impedida pelas dificuldades que podem surgir e sem dar atenção a maneiras alternativas de pensar). </i>Para Popper a primeira tradição esta inteiramente ligada à cosmologia dos pré-socráticos, e a segunda é exemplificada pelos membros de uma sociedade fechada em relação ao mito básico.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Para Kuhn a ciência madura consiste na sucessão de dois modelos diferentes de pensamento e ação. Nisto Feyerabend considera uma descoberta genuína, mas para ele esta errada. Ele sugere o modelo de Lakatos, que a relação correta é uma relação de simultaneidade e interação, a isto ele propõe:</span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> </span><i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">(Falarei, portanto, do componente normal e do componente filosófico da ciência e do período normal e do período da revolução).<o:p></o:p></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">O ponto de vista de Kuhn se mostra fascinante, porém, ao mesmo tempo é insatisfatório, pois o que Feyerabend diz estar investigando, não é o tamanho de certo elemento da ciência, mas sua função. Também diz que não nos impressionemos com o fato de que a maioria dos cientistas consideraria o componente critico situado fora da ciência propriamente dita, e com isto mostra a falta de agudeza filosófica. O componente normal, grande, esta bem entrincheirado, e assim também é sua resistência à mudança.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Quanto à mudança do próprio componente normal, ele não seguira um modelo claramente reconhecível e lógico. Kuhn como outros filósofos da ciência, acredita que uma grande mudança deve exibir uma lógica própria, deve existir um elo entre o fato da mudança e o conteúdo da idéia que esta em mudança, as mudanças do componente filosófico, podem ser explicadas como o resultado de argumentos claros e sem duplos sentidos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">As revoluções devem ser entendidas como manifestações de uma mudança do componente normal, a ciência poderia ser mais produtiva se houvesse em seu caminhar pessoas mais razoada.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span">Feyerabend criticou o Kuhn e, de certo modo o Lakatos, e neste momento entra em defesa de Kuhn contra o Lakatos, ele vai sustentar que, a ciência, deveria ser mais irracional do que ele e o Lakatos estão preparados para admitir. A ciência tem aspectos distintos, e não pode separada em instantes do resto da historia da filosofia da ciência, os argumentos contrários clareiam características diferentes que nela existem.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">No falseacionismo ingênuo, a teoria é julgada assim que é introduzida na discussão</span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> (</span><i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Lakatos dá tempo à teoria, permite que ela se desenvolva, permite que ela mostre sua força oculta, e só a julga "depois de muito tempo")</span></i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">. Ele utiliza padrões críticos, que possibilitam um intervalo de hesitação, e são aplicados depois que ocorrem as transferências “progressivas” ou “degenerativas”. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Assim há uma facilidade de observar que os padrões desse gênero, quando combinados com um limite de tempo, só têm força prática, porém dando lhe um pouco de tempo, ira reaparecer o argumento contrario ao falseacionismo ingênuo sem importância. (<i>Deste modo, os padrões que Lakatos deseja defender ou são vãos, ou podem ser criticados por motivos muito semelhantes ao que conduziram a eles em primeiro lugar).</i> Agora uma de duas coisas pode ser feita. Esquecer os padrões permanentes, ou a segunda opção, que parece ser da preferência de Lakatos, que é reter tais padrões como ornamento verbal, colocando-o em igualdade com Popper.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">O próprio Popper enfatiza:</span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> (</span><i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">os padrões não são sempre adotados na base do argumento. As crianças, diz ele, "aprendem a imitar os outros”.</span></i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> </span><i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Considerações semelhantes aplicam-se aos adultos que desejam continuar aprendendo que estão decididos a expandir seus conhecimentos e sua sensibilidade)</span></i><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">. Isto poderá fazer com que multipliquem os padrões de reações, incluindo os padrões de argumentação, pode ser um processo inteiramente natural, como aumentar de tamanho.</span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> </span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> A única função do discurso<i> </i>racional talvez consista em aumentar a tensão mental que precede <i>e </i>causa<i> </i>a explosão comportamental</span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">. </span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Depois de uma analise de possíveis fontes de padrão, Popper indaga sobre o que devemos aceitar, assim, ele chega à conclusão de que, <i>(devemos confiar apenas provisoriamente no que quer que aceitemos, recordando sempre que estamos de posse, na melhor das hipóteses, da verdade (ou correção) parcial, e fadados a incorrer pelo menos em algum erro ou julgamento incorreto em algum lugar, não só com respeito a fatos, mas também com respeito aos padrões adotados; em segundo lugar, só devemos confiar (ainda que provisoriamente) em nossa intuição se tivermos chegado a ela em conseqüência de muitas tentativas para usar a imaginação, de muitos erros, de muitos testes, de muitas dúvidas e da crítica investigadora”). </i>A nós cabe a tarefa de preenchê-la, com a troca de argumentos, ora com um, ora com outro.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Popper e Lakatos rejeitam a "psicologia das multidões", afirmam o caráter racional de toda ciência. Segundo Popper, há a possibilidade de chegar a um julgamento sobre qual das duas teorias se<i> </i>aproxima mais da verdade. De acordo com Lakatos, as características aparentemente fora da razão da ciência, só ocorrem no mundo material e no mundo do pensamento, não se fazem presente no “terceiro mundo” de Platão e de Popper. É nesse “terceiro mundo”, que se verifica o crescimento do saber e que se torna possível um julgamento racional de todos os aspectos da ciência.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">O cientista, infelizmente, também lida com o mundo da matéria e do pensamento, e as regras que criam ordem no terceiro mundo, podem ser totalmente inadequadas à criação da ordem nos cérebros dos seres humanos vivos. Os numerosos desvios do caminho reto da racionalidade, que observamos na ciência atual, bem podem ser necessários se quisermos alcançar o progresso com o material quebradiço e indigno de confiança (instrumentos, cérebro, etc.) que temos a nossa disposição. Não há necessidade de argumentar que a verdadeira ciência pode diferir da sua imagem do terceiro mundo precisamente nos sentidos que possibilitam o progresso. Pois o modelo do Popper, de um enfoque da verdade, ruirá, até nos limitarmos exclusivamente a idéias. Ruirá devido às teorias incomensuráveis.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">As teorias podem ser interpretadas de maneiras diferentes. Elas serão comensuráveis em algumas interpretações, incomparáveis <st1:personname productid="em outras. N ̄o" st="on">em outras. Não</st1:personname> se limita a convidar-nos a repensar o comprimento, a massa e a duração inobservados;<i> </i>ela parece encerrar o caráter relacionai de <i>todos </i>os comprimentos, massas e durações, observados ou inobservados, observáveis ou inobserváveis. <i>(Elas expressam idéias metodológicas que precisamos criticar se quisermos aumentar nossa liberdade vis-à-vis das ciências).<o:p></o:p></i></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Se um realista desejar apresentar um relato unificado de questões observáveis e inobserváveis, e empregará os termos mais abstratos de qualquer teoria que esteja considerando para esse fim. Empregará esses termos a fim de <i>dar </i>significado a sentenças de observação, ou a fim de substituir-lhes<i> </i>a interpretação costumeira. Contra isso se assinala que os termos teóricos recebem sua interpretação por estar ligados a uma linguagem observacional preexistente ou a outra teoria que já esteve ligada a uma linguagem de observação dessa natureza e que, sem essa conexão, eles são destituídos de conteúdo<i>. (O sistema T [que consiste nos axiomas da teoria e nas regras de derivação é por si mesmo um sistema postulado não-interpretado. [Seus] termos obtêm apenas uma interpretação indireta e incompleta pelo fato de estarem alguns ligados pelas [regras de correspondência] C a termos observacionais</i>"). Então, se os termos teóricos não possuem "interpretação independente", não podem ser usados para corrigir a interpretação dos enunciados de observação, que é a sua única fonte de significado. Sendo assim, se entende que o realismo, é uma doutrina impossível.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Quando surge a suspeita de que as observações interpretadas em função de uma nova teoria já não podem ser utilizadas para refutar a mencionada teoria. <i>(Essa suspeita é abrandada assinalando-se que as predições de uma teoria dependem de seus postulados, das regras gramaticais associadas bem como das condições iniciais</i>).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Sabe-se também que, admitido o ingresso da incomensurabilidade na ciência já não podemos decidir se uma nova concepção explica o que se presume que explique, ou se vagueia por campos diferentes. Pois assim que se</span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> </span><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">admite o fato da incomensurabilidade, não se formula a pergunta que fundamenta a objeção. Supõe-se que a relatividade explica as partes válidas da física clássica e, portanto, não pode ser incomensurável com ela que ela nos forneça um relato correto do mundo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: -6.8pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span">Teorias incomensuráveis, por conseguinte, podem ser refutadas por referência as suas próprias espécies respectivas. O conteúdo delas não pode ser comparado. Nem é possível fazer um julgamento de verossimilhança a não ser dentro dos confins de uma teoria particular. Não se pode aplicar nenhum dos métodos que Popper deseja utilizar para racionalizar a ciência, o que se pode aplicar a refutação, é grandemente reduzido em sua força. O que sobra, são julgamentos estéticos, julgamentos de gosto, e nossos próprios desejos subjetivos</span><i><span class="Apple-style-span">.</span><o:p></o:p></i></span></div>
</div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-8464441252824474232010-12-25T20:10:00.003-02:002012-10-21T01:45:50.875-02:00Epoché<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span">Epoché é um termo grego que significa “parada”, “obstrução” e foi muito utilizado na filosofia cética. A Górgias, um dos representantes da sofística grega, é atribuída a postura conhecida como cética, outro grego, Pirro, acompanhante de Alexandre Magno em suas viagens de conquistas ainda naquele século, veio a conhecer muitos povos como diferentes valores e crenças, passando desde então a caracterizar o pensamento conhecido como cético, que, confrontando a diversidade das convicções que animavam os homens, bem como diferentes filosofias tão contraditórias, foi abster-se, no final, de aderir a qualquer certeza.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span">O cético, que vem de <i>Skeptiko</i>, em grego, significa “quem observa”, “quem considera”, conclui, nos casos mais radicais, pela impossibilidade do conhecimento, e nas tendências mais moderadas, pela suspensão provisória de qualquer juízo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span">Ao reconhecermos a subjacente postura de estranhamento que possibilita qualquer “afastar-se” desta ou daquela concepção da realidade, pensamos poder ter, assim, identificado uma possível filiação filosófica da <i>epoché </i>husserliana com impulso pré-socrático que marca a transição do pensamento mítico para o pensamento filosófico.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span">Como vimos, a epoché tem origem no ceticismo grego antigo e hoje é conceito-chave na fenomenologia contemporânea. Sexto Empírico que foi um dos principais céticos e, segundo ele trata-se do estado de repouso mental, sem nada afirmarmos e nada negarmos, explorando o quanto não sabemos, para melhor atingirmos a imperturbabilidade. Então epoché seria uma maneira de olharmos, observamos o enigma e o mistério sem resolvê-los, ao contrario protegendo-os. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span">“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”. Trata-se de síntese do projeto fenomenológico, epocalmente lembrando que olhar não implica necessariamente ver assim como ver não implica necessariamente reparar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span">Com isso somos alertados de que o olhar humano pode ser mentiroso e a percepção humana pode se dar fundamentalmente ilusória.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span">Protágoras ao dizer que “o homem é a medida de todas as coisas”, isto é, que todo conhecimento é subjetivo, logo, não há verdade objetiva, estabelecera as bases do relativismo que alimentaria os céticos e, em conseqüência, a epoché.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span">A suspensão do juízo caracterizava a atitude dos céticos gregos, especialmente Pirro. Para os céticos, a epoché era a única atitude capaz de levar à imperturbabilidade. Eles afirmavam que duvidar do caráter bom ou mau de todas as coisas leva o indivíduo a não querer nem rejeitar coisa alguma, tornando-se imperturbável.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span">Descartes ao fundar o metodo moderno efetua epoché tão sistematica quanto a dos céticos gregos, porém seu objetivo final era duvidar do ceticismo e suspender a suspeita, para chegar a certeza, ou seja, Descartes metodicamente duvidava de tudo para tentar acabar de uma vez com a duvida.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span">Na filosofia moderna, especialmente na obra de Edmund Husserl e outros fenomenologistas, o termo epoché adquire um significado diferente. Ao invés de efetivamente chegar a negar a existência, a epoché fenomenológica implica na "contemplação desinteressada" de quaisquer interesses naturais na existência. Em outras palavras, a suspensão de juízo fenomenológico não põe em dúvida a existência, mas se abstem de emitir juízos sobre ela, sua epoché não é cética, ele diz que não há sujeito mais realista do que o fenomenólogo, tem certeza de que esta aqui, de que é um homem, que vive em um mundo real e que dele tem experiência efetiva.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span"><span lang="PT">Husserl conclui que duas seriam as condições de combater o poder de fascinaçao e a influencia de uma fé, duas seriam as condiçoes de uma epoché fenomenologica: primeiro, tomar consciencia da fé através da reflexão que a tematiza e a põe em questão; segundo, operar, por um ato de liberdade, mudança de atitude e suspender, sem negar, a tese geral da existencia, a certeza da nossa fé no mundo</span>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="line-height: 150%;"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<b><span lang="PT"><span class="Apple-style-span">QUESTÕES<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<b><span lang="PT"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></b></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<b><span lang="PT"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></b></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span">a) Em Descartes, é possível afirmar que o conhecimento é subjetivo e que a verdade objetiva não existe. Justifique sua resposta. <o:p></o:p></span></b></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">
<b><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span">Na tentativa de conciliara ciência e fé, Descartes deparou-se com obstáculos difíceis de serem transpostos. Ele acreditava que a verdade não pode ser buscada na natureza, pois a forma como esta se torna acessível aos homens é através dos sentidos, que são pouco confiáveis, mas, por outro lado, a ciência, enquanto projeto de domínio sobre a natureza, começava a apresentar evidencias de sua possibilidade, ou seja, para Descartes o progresso científico era um fato, que, entretanto, não podia obter sua fundamentação no plano empírico da existência, e, muito menos, nos dogmas religiosos, por outro lado, as experiências particulares eram incapazes de fundamentar uma verdade universal, e por outro lado, as verdades da fé mostravam-se cada vez mais distantes do processo em que avançava o conhecimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span">O passo revolucionário dado por Descartes, foi o de reconhecer a subjetividade como campo em que se estabelecem as relações entre conhecimento e verdade, ou entre a ciência e fé. Ao se deparar com a oposição entre verdades da fé e verdades da ciência, ele recusa este confronto e propõe que esta questão seja deslocada para o âmbito do sujeito. Embora o fundamento da verdade permaneça transcendente, as condições de possibilidade do conhecimento passam a ser atribuídas ao sujeito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span">b) Em que consiste a postura cética de Descartes? <o:p></o:p></span></b></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">
<b><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span">A postura cética do Descartes consiste em fazer uma espécie de anti-epoché, apóia-se no instrumento do ceticismo para depois negá-lo, seu objetivo final era duvidar do ceticismo e suspender a suspeita para chegar à certeza, ou seja, Descartes metodicamente duvidava de tudo para tentar acabar de uma vez com a dúvida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span class="Apple-style-span"> <o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span">c) Caracterize o ceticismo humano. <o:p></o:p></span></b></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span"><br /></span></b></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">
<b><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></b></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span">O ceticismo é estabelecido como método a partir de Pirro quatro séculos antes de Cristo. Pirro afirma que o homem em busca da felicidade deve fazer três perguntas: 1) – qual é a natureza real das coisas; 2) quais disposições convém adotar a respeito; 3) que conseqüências resultarão desta atitude. A estas perguntas devem-se dar as seguintes respostas: as coisas são equivalentes e indiscerníveis umas das outras, não se nos revelando nem pelas sensações nem pelos juízos, isto significa que não se deve confiar nem na razão nem nos sentidos, evitar de emitir a opinião que seja, permanecendo em estado de afasia completa, alcançando a ataraxia<span lang="PT">.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span"> Para Pirro o belo e o feio, ou o justo e o injusto não existem, uma coisa não é mais significativa do que a outra, uma não é mais do que a outra. A afasia, conduz a epoché, isto é a suspensão do juizo,enquanto a ataraxia, como ausencia de perturbaçao, conduz a adiaphoria, ou seja, a indiferença. Ao abandonarmos a pretensão de controle e onisciencia, encontramos serenidade frente as vicissitudes do mundo<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span"> Ceticismo é olhar à distância, examinar, observar, é a doutrina que afirma que não se pode obter nenhuma certeza absoluta a respeito da verdadee, o que implica numa condição intelectual de questionamento permanente e na inadmissão da existência de fenômenos metafísicos, religiosos e dogmas. O termo originou-se a partir do nome comumente dado a uma corrente filosófica originada na Grécia Antiga.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span">O ceticismo costuma ser dividido em duas correntes: <i>Ceticismo filosófico</i> - uma postura filosófica em que pessoas escolhem examinar de forma crítica se o conhecimento e percepção que possuem são realmente verdadeiros, e se alguém pode ou não dizer se possui o conhecimento absolutamente verdadeiro. <i>Ceticismo científico</i> - uma postura científica e prática, em que alguém questiona a veracidade de uma alegação, e procura prová-la ou desaprová-la usando o método científico.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span lang="PT"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">
<span lang="PT"><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span">d) Qual é o sentido da expressão “redução fenomenológica”? <o:p></o:p></span></b></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span"><br /></span></b></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">
<b><o:p><span class="Apple-style-span"> </span></o:p></b></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span">Pela redução deixamos de dirigir o nosso olhar para os objetos tomados em si mesmos, para dirigir a atenção para os atos da consciência que nos permitem chegar até eles. A redução fenomenológica é uma conversão do olhar que nos permite chegar ao objeto vivendo-o segundo seu sentido para nós, segundo o valor que lhe atribuímos e sobre o qual não negamos nossa responsabilidade.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span">Husserl contrariando a duvida cartesiana diz que a redução não é provisória, O que se procura é uma atitude que ofereça um olhar despolarizado dos objetos, liberando-os da reificação ao percebê-los como unidade de sentidos, ele quer converter todo o fato bruto em essência vivida, abrindo campo para a epoché, para esta espécie de eclusa reflexiva que bloqueia a atitude ingênua e permite, ao olhar, olhar o próprio olhar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span">Faz-se necessário, então, revelar a consciência a si mesma, pondo a descoberto sua vida anônima para assinar a pressuposição do mundo e transformar em juízo consciente o preconceito natural.</span><span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-65997726911166402972010-09-19T00:49:00.007-03:002012-10-17T18:08:17.931-03:00Hegel e a realização plena da metafísica (Heidegger)<div>
<br /></div>
<div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">O propósito de Heidegger é, a partir desse percurso, estabelecer uma discussão com a obra de Hegel, pois nela a Metafísica reúne todas as forças essenciais da história do pensamento ocidental. Em Hegel, a Metafísica atingiu seu ponto mais alto e está, a partir dele, completada. Até Hegel, encontra-se a história da plenificação da metafísica e, depois dele, no século XIX, o projeto que visa a sua inversão a partir das obras de Kierkegaard e, sobretudo, Nietzsche.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Heidegger pretende esclarecer em que medida a Metafísica entrou, no século XX, no ápice de seu processo de consumação, reivindicando uma reflexão cuja tarefa será reconquistar a tradição em sua essência impensada para o futuro. Não se deve, portanto, interpretar a Metafísica<i> </i>a partir da tradição, mas pensar a “Metafísica” através de uma compreensão originária do que se apresenta como impensado em sua história.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Para isso, Heidegger se debruça sobre os grandes textos da tradição, mas para trazer à linguagem aquilo que neles permaneceu esquecido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Essa preleção é relevante para observarmos o caráter ambíguo do termo “Metafísica” na obra de Heidegger até os anos 30. De “Ser e Tempo” até a preleção de 1935, intitulada “Introdução à Metafísica”, o autor tentará efetuar uma fundação crítica da Metafísica, ou seja, dar um novo conteúdo à palavra “Metafísica” a partir de uma outra posição face ao ser, redescoberto em seu sentido originário: o tempo. Porém, mais tardiamente, o termo “Metafísica” será definitivamente identificado com a tradição e contraposto aos termos “pensamento”, “pensamento essencial”, “outro pensamento” ou “pensamento do ser”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">A Metafísica pensa o ser sob a forma da substancialidade e da subjetividade sem, contudo, interrogar-se pelo ser em vista daquilo que o determina como tal. A Metafísica, desde o começo até sua plenitude, busca somente fundar a verdade do ente em seu desvelamento, mantendo fora de questão o ser ele mesmo e naquilo que lhe é próprio: o velamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">O projeto condutor da Metafísica, onde se movimenta a história do Ocidente, é trazer à enunciação (<i>lógos</i>) o ente em seu ser (<i>ontos</i>), tornando manifesta a sua entidade a partir de sua causa suprema e do seu fundamento mais elevado: Deus (<i>théos</i>). Deste modo, trata-se de uma <i>onto</i>-<i>teo</i>-<i>logia</i>, isto é, da busca pela enunciação lógico-categorial da entidade do ente que, por sua vez, determina-se a partir do seu fundamento transcendente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Com o fim da Metafísica, oculta-se um outro começo para o pensamento a partir de um outro horizonte de questionamento do ser em sua diferença referente ao ente. Assim, Heidegger considera que a filosofia se estrutura em torno de uma dinâmica histórica entre o passado e o futuro que insere a época presente no desafio de um fim e no apelo de uma transformação. É por isso que uma discussão com a obra hegeliana nos fornece o senso da nossa atualidade histórica e uma apreensão do núcleo no qual se reúne o todo da história da Metafísica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">A segunda preleção, do semestre de inverno de 1933/1934, repete o texto várias vezes alterado da preleção pronunciada no semestre de inverno de 1931/1932 com o mesmo título. Após uma introdução sobre a questão da essência da verdade, Heidegger divide a preleção em duas partes: a primeira parte consiste em uma interpretação da célebre “Alegoria da caverna”, narrada por Platão no diálogo “República” (<i>Politéia</i>), e a segunda parte apresenta uma reflexão sobre o diálogo Teeteto visando à questão sobre a relação entre verdade e não-verdade bem como entre <i>episteme</i> e <i>dóxa</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Para Heidegger, o conceito de verdade da Metafísica só tem olhos para a verdade da essência e nunca para essência da verdade. Quando pensamos na palavra “verdade”, concebemos imediatamente a forma derivada da verdade do conhecimento e da enunciação. Heidegger, porém, pensa a verdade como desvelamento que, por sua vez, é algo mais originário que a verdade no sentido da <i>veritas</i>. <i>Alétheia</i> é a palavra grega pronunciada na origem do pensamento ocidental e que nos dá o aceno para a essência impensada da verdade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">A verdade enquanto <i>veritas</i> se inscreve no empenho por presentificar no pensar e no dizer aquilo que o ente é tal como é. Trata-se de garantir a adequação (<i>adaequatio</i>) entre o pensar e o ente tal como é, mas a “verdade predicativa” é sempre derivada, pois para que o ente possa se revelar na proposição tal como ele é, é preciso, em primeiro lugar, que ele tenha se manifestado naquilo que é em si mesmo e antes de qualquer determinação proposicional. É somente porque o ente já sempre se abriu como presente na livre dimensão do desvelamento que ele se presta à determinação predicativa. Só na dimensão prévia desse desvelamento em que o ente se faz presente <i>como tal</i> que é possível instaurar uma referência com ele <i>tal como é</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">O fenômeno originário da verdade só é possível com base na abertura (<i>Da</i>) do ser (<i>sein</i>) na qual o homem descobre a si mesmo sempre já lançado como ser-no-mundo. Ser verdadeiro é, então, deixar e fazer ver o ente em seu estar aberto, retirando-o do velamento. Assim, a verdade só é possível com base na abertura do ser, e o homem é a estância que o ser carece para sua abertura. O fenômeno originário da verdade pertence à constituição ontológica do homem (<i>Dasein</i>), pois descobrir o ente em seu desvelamento é constitutivo de sua abertura factual em um mundo específico no qual ele está lançado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Por esta via, a verdade é originariamente um destino da finitude do homem e não tem nada a ver com a sobriedade e a indiferença de proposições demonstradas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Segundo Heidegger, a metafísica platônica expressa o combate fundamental entre essas duas dimensões da verdade (predicativa e manifestativa). E é na “Alegoria da caverna”, com seus quatro estágios de libertação e retorno da caverna, que esse combate se expressa de modo mais agudo e elevado. É só no retorno daquele que se liberta que se mostra efetivamente a situação do homem na caverna subterrânea diante das sombras projetadas ao fundo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Somente ao libertado aparece o modo como tal circunstância não é contingente e, muito menos, imputável ao mero engano, pois ela nasce de um comportamento do homem para com a verdade que, desde “Ser e Tempo”, Heidegger denominou como “decadência” ou “dissimulação”. Trata-se de um modo de encobrimento ou não-verdade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Na caverna, o desvelamento não desaparece, mas desenraiza-se ou deturpa-se, pois se mostra no modo da aparência. Esse encobrimento reside no modo de ser com os outros e na ocupação cotidiana do homem com este ou aquele ente em seu caráter revelado. Nesse processo de libertação, o libertado vê que estar na verdade e ser o lugar (<i>Da</i>) da manifestação do ser (<i>Sein</i>) não significa ser um ente presente-subsistente, mas estar inserido numa dinâmica de apropriação de si mesmo, de ter que vir a ser, a cada vez, o poder-ser que se é, precisando sempre e a cada vez liberar as suas próprias possibilidades existenciais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p> </o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="color: black; layout-grid-mode: both; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">REFERÊNCIAS<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">PIEPER</span></b><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">, Frederico. </span></b><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Metafísica, Epistemologia e Linguagem</span></b><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">. 2ª edição, Guia de Estudos. Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo: Ed. do Autor, 2010.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> </span></b></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Disponível em:</span></b><a href="http://www.4shared.com/file/89169063/e1c043a0/SumaQ75.html"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><span class="Apple-style-span">http://www.4shared.com/file/89169063/e1c043a0/SumaQ75.html</span></span></b></a><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> </span></b></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Disponível em </span></b><a href="http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31732007000200013"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><span class="Apple-style-span">http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31732007000200013</span></span></b></a><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> </span></b></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">BUZZI</span></b><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">, Arcângelo R. </span></b><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Introdução ao Pensar, </span></b><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">o Ser, o Conhecimento, a Linguagem, 2ª Edição, Petrópolis. Ed Vozes. 1991. <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> </span></b></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">CHAUÍ</span></b><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">, Marilena. </span></b><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Convite à Filosofia, </span></b><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">13ª Edição, São Paulo. Ed Àtica. 2008.</span></b><b><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div>
</div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-84289526994624296192010-07-10T19:24:00.005-03:002012-10-17T18:09:25.064-03:00Racionalismo e Empirismo como Teorias do Conhecimento na Modernidade<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: 0.9pt; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Ao debruçarmos neste texto, estaremos entrando em uma disciplina que visa apontar comparações entre as teorias explicativas do conhecimento, nos pensamentos de René Descartes (racionalismo) e David Hume (empirismo), tendo como objetivo uma maior compreensão das teorias ora em estudo. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">O Filósofo francês René Descartes, considerado “Pai do Racionalismo”, empreendeu significativa revolução na epistemologia que, nada mais é que o conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico, visando a explicar os seus condicionamentos, sistematizar suas relações, esclarecer os seus vínculos, e avaliar os seus resultados e aplicações. A Filosofia busca o “discurso universal”, abandona o reino da doxa (opinião) para chegar ao lógos (razão), pois o discurso racional é próprio da Filosofia.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Alguns conceitos são relevantes nesta nossa empreitada: o processo dedutivo, estudado por Aristóteles na Antigüidade, foi retomado por Descartes e pelo racionalistas do século XVII como a única fonte de conhecimento segura. O processo cognitivo dedutivo consiste em, partindo de premissas ou postulados iniciais, chegar a conclusões lógicas verdadeiras. Obviamente, para que a conclusão seja verdadeira, é obrigatório que as premissas sejam válidas.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Nos primórdios da revolução científica, a necessidade de formular um método geral de pensamento científico foi arduamente perseguida, pois era necessário explicar a natureza da inteligência e da criatividade. Estamos nos referindo a ambiciosa empreitada de especificar com exatidão as etapas necessárias para se chegar a um método cognitivo correto.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Descartes debruçou-se sobre a questão de elaborar um “método científico” de pesquisa que garantisse a legitimidade dos resultados, pois Método refere-se a um conjunto de regras capazes de evitar erros e garantir a validade dos resultados. Erigir as bases da epistemé: eis a hercúlea tarefa de Descartes!</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Dentre as principais obras de Descartes destacamos: “Meditações Metafísicas” e o “Discurso sobre o Método”, que visa a bem conduzir a própria razão e buscar a verdade das ciências. Os quatro preceitos do Método empreendido por Descartes são: 1º) Clareza e distinção (“nunca aceitar algo como verdadeiro que eu não conhecesse claramente como tal; ou seja, de evitar cuidadosamente a pressa e a prevenção, e de nada fazer constar de meus juízos que não se apresentasse tão clara e distintamente a meu espírito que eu não tivesse motivo algum para duvidar dele”; 2º) Análise (“repartir cada uma das dificuldades que eu analisasse em tantas parcelas quantas fossem possíveis e necessárias a fim de melhor solucioná-las”, chegando aos elementos mais simples); 3º) Ordem (“o de conduzir por ordem meus pensamentos, iniciando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para elevar-me, pouco a pouco, como galgando degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e presumindo até mesmo uma ordem entre os que não precedem naturalmente uns aos outros”. Defende a dedução como forma de ampliar o saber, do mais simples ao mais composto) e 4º) Enumeração (“efetuar em toda parte relações metódicas tão completas e revisões tão gerais nas quais eu tivesse a certeza de nada omitir”. Para que todos os elementos sejam considerados e para verificar se a visão total está de acordo como as regras que foram aplicadas).</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Os pressupostos de Descartes revelam-se em sua célebre frase: cogito, ergo sum, penso (duvido), logo existo, sintetiza sua brilhante conclusão de que o pensamento é uma realidade em si mesmo, uma substância, distinta e diferente da matéria. Há duas substâncias finitas (res cogitas e res extensa) e uma finita (Deus). Substância (res) adquiriu um conceito fundamental no século XVII: de natureza simples, absoluta, concreta (realidade intelectual) e completa. Somos portanto uma substância (res) pensante (cogito) e também uma substância (res) que possui corpo, matéria (extensa).</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Este dualismo cartesiano evidencia que cada indivíduo reconhece a própria existência enquanto sujeito pensante: nossa essência é a razão, o ser humano é racional. O cogito é a consciência de que sou capaz de produzir pensamentos, é um meio pragmático de dar início ao conhecimento. Estamos afirmando, portanto, uma verdade existencial. Há uma coincidência entre meu pensamento e minha existência. Existencial (cogito) é intelectual, para pensar é preciso Ser. A certeza da minha incerteza é infinitamente superior à certeza da matemática. As idéias matemáticas possuem referências necessárias a conteúdos (formas), já o cogito é capaz de fazer abstração de todo conteúdo.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">O primeiro conceito de Descartes, portanto, denomina-se “dualismo cartesiano”, admitindo a existência de duas realidade: alma (res cogitans) e corpo (res extensa). A independência entre alma e corpo conduzirá a uma nova separação: sujeito e objeto. O segundo conceito de Descartes refere-se ao “idealismo”: o conhecimento é possível a partir das idéias: sujeito - idéia (representação mental na presença ou não do) - objeto.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Voltando ao método, a lição mais preciosa de Descartes é a de começar duvidando absolutamente de tudo, a não confiar nos sentidos e exemplifica como eles podem nos enganar.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Já o filósofo David Hume </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">ganhou destaque por seu empirismo “total” que recorreu a um princípio de que se servirá largamente em todas as suas análises, o hábito ou costume, pois quando descobrimos uma certa semelhança entre idéias que por outros aspectos são diferentes, empregamos um único nome para indicar. Forma-se assim em nós o hábito de considerar unidas de alguma maneira entre si as idéias designadas por um único nome; assim o próprio nome suscitará em nós não uma só daquelas idéias, nem todas, mas o hábito que temos de considerá-las juntas e, por conseguinte, uma ou outra, segundo a ocasião. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Dessa maneira, ele é um empirista, no sentido que a percepção repetida e habitual de uma determinada impressão ou fato nos leva a elaborar idéias sobre os fenômenos naturais, através de generalizações indutivas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">As conclusões indutivas são percepções repetidas que nos chegam da experiência sensorial, saltamos para uma conclusão geral, da qual não temos experiência sensorial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">A certeza das proposições que se relacionam com fatos não é, portanto, fundada sobre o princípio de contradição. O contrário de um fato é sempre possível. “O sol não se levantará amanhã” é uma proposição não menos inteligível nem mais contraditória do que a outra “o sol levantar-se-á amanhã”. Por isso é impossível demonstrar a sua falsidade. Todos os raciocínios que se referem à realidade ou fatos fundam-se na relação de causa e efeito. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Ora, a tese fundamental de Hume é que a relação de causa e efeito nunca pode ser conhecida a priori, isto é, com o puro raciocínio, mas por experiência. (ler texto Investigação sobre o entendimento Humano, p. 140 conceito experiência – Hume).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 3cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;">Porém, a experiência não nos ensina mais que sobre os fatos que experimentamos no passado e nada nos diz acerca dos fatos futuros. E dado que, mesmo depois de feita a experiência, a conexão entre a causa e o efeito permanece arbitrária, esta conexão não poderia ser tomada como fundamento em nenhuma previsão, em nenhum raciocínio para o futuro. Pois, o curso da natureza pode mudar, os laços causais que nos testemunhou podem não ser verificados no futuro. Desse modo, a experiência diz respeito sempre ao passado, nunca ao futuro.</span></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-26537762742551711972010-06-23T13:41:00.004-03:002012-10-21T01:43:06.839-02:00Livre Arbítrio<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: .9pt; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-right: .9pt; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none; text-indent: 3.0cm;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Santo Agostinho era possuidor de um coração extremamente inquieto e tinha em seu pensamento questionamentos que amenizassem sua ansiosa busca por respostas a tudo o que dizia a respeito à relação do homem com Deus.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Agostinho nasceu no ano de 354, em Tagaste, África do Norte, filho de Patrício, pagão, batizado na hora da morte, e Mônica, de quem recebeu educação cristã.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">No que diz respeito ao Livre arbítrio, Agostinho utiliza-se da inspiração adquirida a partir das leituras de obras filosóficas que fizera de Cícero, Porfírio ou Plotino para argumentar de forma racional, portanto filosófica, na sua obra Do Livre Arbítrio. Os argumentos de Santo Agostinho, bem como seu raciocínio, são sempre cristãos, o que nos leva a concluir que a obra em questão é fruto de sua fé e de sua inteligência.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Agostinho apoia-se nas Escrituras Sagradas para fundamentar todos os seus argumentos e utiliza-se da filosofia, ainda que tudo venha a ser filtrado por sua reflexão pessoal, para racionalmente argumentar sobre os fatos de que trata em sua obra. Agostinho faz uso de uma máxima, adaptada da passagem de Isaías, capítulo 7, versículo 9, para fundamentar sua doutrina: “Nisi credideritis, non intelligetis” (“Se não crerdes, não entendereis”), e O Livre Arbítrio é escrito sob este prisma.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Em sua obra, Agostinho persiste na necessidade de somar à inteligência a substância da fé. O douto filósofo, para não encurtar o caminho, procura não recorrer à fé, sem que se possa alcançar a inteligência, com a intenção de mostrar que a fé não é negada pela razão, ou vice-versa, mas que, sendo a verdade universal e eterna, pode ser captada finalmente por ambas.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">No início de seu diálogo com Evódio, este lhe pergunta se seria Deus o autor do mal. Agostinho passa, então, a discorrer sobre a natureza do mal, objetivando, antes de responder à indagação do amigo, saber qual o objeto de sua investigação, para depois procurar a resposta sobre a origem desse objeto.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Agostinho conduzirá Evódio à compreensão de que o mal não possui substância, que o mal não é nada, afirmando que não existe outra realidade que não seja a vontade própria e o livre arbítrio que torne a mente humana escrava das paixões, pois “Sem o livre arbítrio, não haveria mérito ou demérito, glória nem vitupério, responsabilidade nem irresponsabilidade, virtude nem vício”, diz Agostinho.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">A questão é introduzida por Evódio, que deixa claro que adota os mesmos princípios que Agostinho adotara em sua juventude. Evódio, ansiando por encontrar uma origem do mal, pergunta a Agostinho se Deus seria o criador do mal, já que tudo o que existe foi criado por Deus – e já que o mal existe.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Agostinho, com sua lógica, faz então a diferença entre os dois conceitos de mal: o malum culpae, que seria o mal praticado por aqueles que, por sua própria culpa, afastam-se do sumo Bem, “adorando e servindo às criaturas em lugar do criador”, surgindo por intermédio da vontade livre do homem que se permite seduzir pelas paixões, e o malum poenae, que seria uma conseqüência do malum culpae, pois a quem se afasta do Bem não resta outra recompensa senão aproximar-se do mal e privar-se da presença da Verdade.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Com isso, Agostinho aponta que a causa dos males que praticamos é, pois, o livre arbítrio, e a causa dos males que sofremos, o justo julgamento divino. Com relação aos males que sofremos como frutos do juízo de Deus, Agostinho nos diz que seu único objetivo seria o bem, pois visa restabelecer a ordem em nossas vidas.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">No entanto, agir objetivando a restituição à ordem perdida não é um mal, sendo considerado como tal apenas por aqueles que são “vítimas” de tal correção e que não se dão conta de que serem corrigidos por Deus é um bem.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Agostinho ressalta ainda, que onde Deus seria culpado por ter dado ao homem a capacidade de escolher entre o bem e o mal com o seu livre-arbítrio, Agostinho diz a Evódio que o mal se traduz em desejo culposo (concupiscência), como nos casos de adultério, homicídio e sacrilégio, considerados graves pela Igreja. Ainda que os membros do nosso corpo se tornem instrumentos de mal e se empenhem em coisas más, não deixam de ser, em si, um bem; da mesma forma, o livre-arbítrio. Deus só poderia ser culpado se o mal tivesse suas raízes na essência do livre-arbítrio; porém, o mal está em um defeito de si mesmo, num desfalecimento da vontade, que se deixa seduzir pelos bens sensíveis, pelos deleites, postos acima do bem supremo que é Deus.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">É importante deixarmos claro que há uma distinção, ainda que sutil, entre liberdade e vontade, ou livre arbítrio, pois para Agostinho vontade e livre arbítrio são a mesma coisa e fazem parte da essência do homem. Comparando a liberdade com o livre arbítrio, a diferença é que o livre arbítrio seria a capacidade de escolha que está presente no homem e a liberdade como à eficácia que essa escolha alcança ao aderir à verdade.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Assim, a liberdade, seria a capacidade que o homem tem de escolher o bem e evitar o mal. Consequentemente, a liberdade do homem se realiza plenamente quando este adere, por livre vontade, ao bem, afastando-se do mal; quando se distancia da ausência e acolhe o Ser.<u1:p></u1:p></span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 13.75pt; margin-right: .9pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify; text-indent: 3.0cm;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Agostinho eleva sobremaneira a vontade do homem; sabe que nada na natureza, principalmente a mais excelente das criaturas, pode ser contrário a Deus. O homem ainda que mutável e criado do nada, apenas pode falhar por ser livre em sua vontade.</span></span></span></span><span style="color: #2a221a;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-16118152937774839312010-06-10T18:19:00.001-03:002012-10-21T01:44:39.210-02:00A Verdade absoluta na concepção de René Descartes e Thomas Kuhn<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Ao debruçarmos no texto, entraremos em alguns pontos de suma importância no que diz respeito a possibilidade de conhecermos a verdade absoluta nas filosofias de René Descartes e de Thomas Kuhn, destacando de forma concisa e objetiva os pontos escolhidos para apresentação do trabalho, para que se tenha uma maior compreensão da matéria ora em estudo.<u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span class="resenha1"><span style="color: black; font-family: Arial;">René Descartes, sábio francês, considerado um dos fundadores da Filosofia Moderna, nascido</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="color: black; font-family: Arial;"> <st1:personname productid="em La Haye" st="on"></st1:personname></span></span><st1:personname productid="em La Haye" st="on"><span class="resenha1"><span style="color: black; font-family: Arial;">em La Haye</span></span></st1:personname><span class="resenha1"><span style="color: black; font-family: Arial;">, Touraine, aos oito anos entrou para o colégio</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="color: black; font-family: Arial;"> <st1:personname productid="La Fl│che" st="on"></st1:personname></span></span><st1:personname productid="La Flèche" st="on"><span class="resenha1"><span style="color: black; font-family: Arial;">La Flèche</span></span></st1:personname><span class="resenha1"><span style="color: black; font-family: Arial;">, fundado por Henrique IV, onde estudou Línguas Clássicas, lógica, ética, matemática, física e metafísica, cujo ensino, mais tarde viria a criticar.<u1:p></u1:p></span></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span class="resenha1"><span style="color: black; font-family: Arial;">Desde a mais tenra idade, mostrou-se um tipo meditativo, impressionando seus mestres pela profundidade e independência de seu caráter e pela insistência em não aceitar sem reflexão os ensinamentos e opiniões recebidas, seu pai, não soube reconhecer como era um gênio, nem mesmo depois de seus escritos tornarem-se célebres, mas costumava chama-lo de “meu pequeno filósofo”.<u1:p></u1:p></span></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span class="resenha1"><span style="color: black; font-family: Arial;">Aos 17 anos, havia aprendido tudo que ensina nas escolas naquela época, em 1916 abandonou os estudos regulares, desiludido que estava dos livros serviu na Holanda como voluntário nos exércitos de Maurício de Nassau, passando, depois, ao serviço de vários príncipes alemães.<u1:p></u1:p></span></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span class="resenha1"><span style="color: black; font-family: Arial;">Entre 1619 e 1620, em uma cidade próxima de Ulm ou Neuberg, no Denúbio, é que deve ter tido a intuição da Geometria Analítica e de um novo método para a organização de uma filosofia. Isso depois do encontro com Isaac Beeckman e, segundo a tradição, através da revelação que se manifestara em três sonhos sucessivos, o qual ele relata ter tido uma “revelação” ou iluminação intelectual, que iria marcar toda sua produção a partir de então.<u1:p></u1:p></span></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span class="resenha1"><span style="color: black; font-family: Arial;">Numa noite, após horas de reflexão sobre o todo o conhecimento que havia adquirido até aquele dia, ele caiu em uma espécie de transe sonambólico, tendo um lampejo súbito, onde via, ou melhor, percebia os alicerces de uma ciência maravilhosa, que prometia ser um método para unificação de todo o saber, e que desenvolveria em sua produção, tendo sido cristalizado, em parte, em seu clássico “Discurso do Método”.<u1:p></u1:p></span></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black; font-family: Arial;">Publicado originalmente em 1637 o Discurso do Método de René Descartes é uma das mais famosas obras da literatura filosófica, sendo por muitos considerado o texto fundamente da ruptura cultural que da origem a Filosofia Moderna. O texto é composto de seis partes onde o autor, partindo de um relato de sua biografia intelectual, expõe de maneira clara e sucinta os grandes traços de seu novo sistema filosófico. Para encontrar a verdade absoluta é preciso estabelecer o que é verdade. Descartes sugere que devemos duvidar de tudo, encontrando a verdade através da razão.<u1:p></u1:p></span></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black; font-family: Arial;">O conhecimento não deverá ser construído a partir das certezas externas, sempre falíveis, mas sim da única certeza exata. Descartes parte da certeza inicial de sujeito pensante, nela descobre Deus como uma idéia inata, concluindo a partir disso a impossibilidade do erro absoluto e propõe como forma de superação a adoção das regras metodológicas que se dividem em quatro: a) não aceitar nada que não seja evidente e evitar a prevenção e a precipitação; b) dividir um problema em “n” partes quantas forem possíveis e necessárias (análise); c) conduzir o pensamento por ordem, partindo dos objetivos mais simples para os mais complexos (síntese); d) efetuar enumerações tão completas de modo a ter certeza de não deixar nenhum elemento no esquecimento.<u1:p></u1:p></span></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black; font-family: Arial;">Plenamente convencido do potencial da razão humana, propunha-se a criar um método novo, cientifico do conhecimento do mundo e substituir a fé cega pela razão e pela ciência. Recorre para isso, à dúvida como método de raciocínio, com a ajuda do qual poderia livrar-se de todas as idéias preconcebidas ou noções habituais e estabelecer verdades irrefutáveis.<u1:p></u1:p></span></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black; font-family: Arial;">Mas, ao duvidar de tudo, reconhece que duvidar significa pensar, assim, chega à famosa conclusão: “<i>Penso, logo existo</i>”, partindo do achado da existência de seu próprio “<i>eu</i>”, percebe que mundo exterior existe igualmente.<u1:p></u1:p></span></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black; font-family: Arial;">Com a teoria do conhecimento, Descartes torna-se o pai do racionalismo, crê que os sentidos não nos dêem mais que uma representação confusa dos objetos, podendo, assim, induzir-nos ao erro.<u1:p></u1:p></span></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span class="apple-style-span"><span style="color: black; font-family: Arial;">Thomas Samuel Kuhn, nasceu em Cincinnati, em Ohio, EUA. Foi um físico cujo trabalho iniciou sobre a história e filosofia da ciência, tornando-se um marco importante no estudo do processo que leva ao desenvolvimento cientifico.<u1:p></u1:p></span></span><span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Em seu caminho de investigação sobre a verdade, acreditava ele que o ser humano está inserido em diferentes tipos e níveis de cultura, assim como as comunidades científicas, que por sua especificidade estão intimamente ligadas, cada qual a um paradigma específico, o que compromete definitivamente sua visão sobre o mundo e a realidade encontrada na natureza. De forma que, seus conceitos, fórmulas matemáticas, emoções, metáforas e imagens não passam de uma interpretação particular sobre um fato, impedindo a obtenção de uma verdade definitiva e absoluta sobre qualquer investigação.<u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Outro argumento que reforça sua teoria é o fato de que o progresso científico demanda a superação de uma tese sobre outra, configurando uma sucessão de probabilidades que evidenciam o aspecto unidirecional e irreversível da ciência. Concomitantemente a isso, observa-se que o desenvolvimento científico não se configura em um processo gradual em direção à verdade absoluta, pois não está em correspondência direta com a natureza, mas, como dissemos, são interpretações paradigmáticas e particulares da natureza.<u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Assim, segundo Kuhn deveria se abandonar a concepção de verdade absoluta, pois esta não passa de uma especulação redundante sobre a verdade. Adotando ao invés dessa uma postura um tanto relativista, dando maior importância a princípios como o de identidade e o de não contradição.<u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Em suma, filósofo ressalta que os paradigmas enfraquecem a idéia de verdade absoluta, sendo ela mesma de difícil comparação quando referenciada a eles. Não existe “verdade”, mas várias verdades, tantas quantas abordagens científicas existirem com seus conceitos próprios, ou seja, os cientistas caminham assim para uma compreensão cada vez maior do que é o mundo em-si-mesmo, mas isso não quer dizer que seja possível se chegar à verdade última sobre ele.<u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">De acordo com sua linha de pensamento, Kuhn acredita que a evolução pode ser tanto um ato criativo como destrutivo e defende que a ciência não evolui em direção a algo, mas o contrário, ela se afastaria de algo. Daí, a ciência não seria nada mais do que uma expressão da estrutura de poder dominante.<u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Para Kuhn, a ciência poderia acabar. Sendo reflexo dessa estrutura dominante, a ciência não teria por que procurar a Resposta. Aqueles que dominam na sociedade utilizariam a ciência para seus próprios propósitos. Para praticar a ciência pura, seria necessário reunir certas condições sociais e econômicas, o que estaria se tornando cada vez mais difícil. Kuhn conclui afirmando que não se pode achar a Resposta, pois todas as teorias seriam falsas.<u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Conclui-se, portanto, que Descartes<span class="apple-converted-space"> <st1:personname productid="em seu M←todo" st="on"></st1:personname></span><st1:personname productid="em seu Método" st="on">em seu Método</st1:personname><span class="apple-converted-space"> </span>para o raciocínio correto é principalmente "nunca aceitar qualquer coisa como verdade se essa coisa não pode ser vista clara e distintamente como tal. Descartes assim implica a rejeição de todas as idéias e opiniões aceitas, a determinação a duvidar até ser convencido do contrario por fatos auto evidentes. Outro preceito é "Conduzir os pensamentos em ordem, começando com os objetos que são os mais simples e fáceis de saber e assim procedendo, gradualmente, ao conhecimento dos mais complexos.<o:p></o:p></span></div>
<u1:p></u1:p> <br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Recomenda recapitular a "cadeia de raciocínio" para se estar certo de que não há omissões. Propõe também preceitos metodológicos complementares ou preparatórios da evidência: o preceito da análise (dividir as dificuldades que se apresentem em tantas parcelas quantas sejam necessárias para serem resolvidas), o da síntese (conduzir com ordem os pensamentos, começando dos objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para depois tentar gradativamente o conhecimento dos mais complexos) e o da enumeração (realizar enumerações de modo a verificar que nada foi omitido).<u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Thomas Kuhn parece não acreditar que se possa achar a Resposta. Para Kuhn, os cientistas não conseguem nem entender uns aos outros, ficando presos em suas próprias teorias.<u1:p></u1:p><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Mais do que isso, os cientistas nunca questionariam os paradigmas. As anomalias encontradas seriam simplesmente ignoradas. No entanto, quando acumuladas, essas anomalias criariam um novo paradigma. E esse novo paradigma também teria suas anomalias, e assim por diante. Para Kuhn, a conversão de um cientista a esse ou àquele paradigma segue critérios subjetivos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-37098576540741685722010-06-10T17:52:00.002-03:002012-10-21T01:46:26.604-02:00Protágoras<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Protágoras de Abdera (Abdera, <st1:metricconverter productid="480 a" st="on">480 a</st1:metricconverter>.C. - Sicília, <st1:metricconverter productid="410 a" st="on">410 a</st1:metricconverter>.C.) foi quem cunhou a frase "o homem é a medida de todas as coisas", tendo como base para isso o pensamento de Heráclito. Tal frase expressa bem o relativismo tanto dos Sofistas em geral quanto o relativismo do próprio Protágoras. Se o homem é a medida de todas as coisas, então coisa alguma pode ser medida para os homens, ou seja, as leis, as regras, a cultura, tudo deve ser definido pelo conjunto de pessoas, e aquilo que vale em determinado lugar não deve valer, necessariamente, <st1:personname productid="em outro. Esta" st="on">em outro. Esta</st1:personname> máxima também significa que as coisas são conhecidas de uma forma particular e muito pessoal por cada indivíduo, o que vai contra, por exemplo, ao projeto de Sócrates de chegar ao conceito absoluto de cada coisa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Assim como Sócrates, Protágoras foi acusado de ateísmo (tendo inclusive livros seus queimados em praça pública), motivo pelo qual fugiu de Atenas, estabelecendo-se na Sicília, onde morreu aos setenta anos. Um dos diálogos platônicos tem como título Protágoras, onde é exposto um diálogo de Sócrates com o Sofista. Protágoras foi amigo pessoal de Péricles.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Filósofo sofista e legislador grego, natural de Abdera, cidade litorânea entre a Macedônia e a Trácia, o mais antigo e o mais destacado sofista, criador do método da antilogia. Com magistério em várias cidades, viajou por toda a Grécia e esteve várias vezes em Atenas, onde alcançou grande sucesso como legislador e professor. Foi-lhe confiada por Péricles, a tarefa de preparar a legislação para a nova colônia de Túrion, no Golfo de Tarento, Sul da Itália (<st1:metricconverter productid="444 a" st="on">444 a</st1:metricconverter>. C.). Ensinou por muito tempo em Atenas tendo como princípio básico de sua doutrina a célebre frase: "O homem é a medida de todas as coisas e daquelas que são, enquanto são; e daquelas que não são, enquanto não são", usada pelos humanistas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Idealizador dos mestres sofistas, grupo de mestres gregos que sobreviviam profissionalmente do ensino de ciências, foi um sábio profícuo, do mesmo porte do seu conterrâneo e contemporâneo atomista Demócrito. Acusado de ateísmo, teve de fugir de Atenas, onde foi processado e condenado por impiedade, e a sua obra sobre os deuses foi queimada em praça pública. Refugiou-se então na Sicília, onde morreu com cerca de setenta anos (<st1:metricconverter productid="410 a" st="on">410 a</st1:metricconverter>. C.), dos quais, quarenta dedicados à sua profissão. Platão deu seu nome a um dos seus diálogos e sua principal obra foi As antilogias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-44662814743095284172010-06-01T14:45:00.002-03:002012-10-21T01:47:26.506-02:00Os Sofistas<div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<b><u><span style="color: black; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;">Sofistas<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div align="center" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: center;">
<b><u><span style="color: black; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></u></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">A crescente demanda por uma educação mais apurada na Grécia por volta do século V a.C. fez surgir uma classe de mestres da cultura intitulados "Sofistas". Eram mais uma classe profissional do que uma escola propriamente dita e, como tal, se espalharam pela Grécia e promoveram muita rivalidade profissional e intelectual. Essa demanda educacional era de fato devida à busca de um conhecimento genuíno, mas refletia com maior propriedade um desejo por um aprendizado espúrio que levaria ao sucesso político. Os sofistas andavam pela Grécia, de cidade em cidade, fazendo discursos, formando discípulos e participando de debates. Por seus serviços os sofistas cobravam altas taxas e foram, na verdade, os primeiros gregos a cobrarem dinheiro para transmitir seus conhecimentos. Os sofistas não eram, falando em termos técnicos, filósofos, mas ensinavam tudo aquilo que se lhes demandasse. Eram tópicos variados como retórica, política, gramática, etimologia, história, física e matemática. Logo alcançaram o status de mestres da virtude no sentido de que ensinavam as pessoas a desempenharem seus papéis dentro do Estado. Protágoras de Abdera, nascido em cerca de <st1:metricconverter productid="445 a" st="on">445 a</st1:metricconverter>.C. é considerado como o primeiro Sofista. Outros que se destacaram foram Górgias de Leontini, Pródico de Ceos e Hípias de Elis. Onde quer que eles aparecessem, especialmente em Atenas, eram recebidos com entusiasmo e muitos se ajuntavam para ouvi-los. Até mesmo pessoas como Péricles, Eurípides e Sócrates desfrutavam de sua companhia.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">A carreira mais popular na Grécia naquela época era a habilidade na política. Assim, os sofistas concentraram seus esforços no ensino da retórica. Os objetivos dos jovens políticos que eles treinavam eram o de persuadir as multidões de tudo o que quisessem que elas acreditassem. A busca da verdade não era a sua prioridade. Consequentemente os sofistas se empenhavam em providenciar um estoque de argumentos sobre qualquer que fosse o assunto, ou ainda para provar qualquer posição. Se vangloriavam de sua habilidade de fazer com que o pior parecesse melhor, de provar que preto era branco. Alguns sofistas como Górgias garantiam que não era necessário ter nenhum conhecimento sobre um determinado assunto para dar respostas satisfatórias em respeito a ele. Portanto, Górgias respondia com ostentação a qualquer questionamento que lhe faziam sobre qualquer assunto. Para obter seus fins, utilizava de linguagem evasiva. Dessa maneira, os sofistas tentavam envolver, enredar e confundir seus oponentes e até mesmo, se isso não fosse possível, derrotá-los por mera força e violência. Buscavam também sobrepujar-se por intermédio de metáforas rebuscadas, figuras de linguagem inusitadas, epigramas e paradoxos, isto é, sendo em geral mais astutos e sagazes ao invés de sinceros e verdadeiros. Através de Platão ficamos sabendo que havia um certo preconceito sobre o título de "sofista". Na época de Aristóteles esse título sustenta um significado de insolência à medida que define "sofista" como uma pessoa que faz uso da razão de maneira falsa para obter lucros.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Com o renascimento da eloqüência grega (aproximadamente século II d.C), o nome "sofista" passa a ter nova acepção. Nessa época esse nome era aplicado aos profissionais da oratória que apareciam em público com grande pompa e faziam seus discursos ora preparados antecipadamente, ora de improviso. Da mesma forma que os primeiros sofistas, deslocavam-se de lugar para lugar e eram aclamados com aplauso e menções honrosas por seus contemporâneos, incluindo Imperadores Romanos. Dion Crisostom, Herodes Áticus, Aristides, Lucian e Filostratus são os destaques desse grupo que despontou nessa segunda fase da escola sofista, um período que se estende por todo o século II.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial;">Protágoras<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Protágoras nasceu em Abdera - pátria de Demócrito, cuja escola conheceu - pelo ano 480. Viajou por toda a Grécia, ensinando na sua cidade natal, na Magna Grécia, e especialmente em Atenas, onde teve grande êxito, sobretudo entre os jovens, e foi honrado e procurado por Péricles e Eurípedes. Acusado de ateísmo, teve de fugir de Atenas, onde foi processado e condenado por impiedade, e a sua obra sobre os deuses foi queimada em praça pública. Refugiou-se então na Sicília, onde morreu com setenta anos (<st1:metricconverter productid="410 a" st="on">410 a</st1:metricconverter>.C.), dos quais, quarenta dedicados à sua profissão. Dos princípios de Heráclito e das variações da sensação, conforme as disposições subjetivas dos órgãos, inferiu Protágoras a relatividade do conhecimento. Esta doutrina enunciou-a com a célebre fórmula: O homem é a medida de todas as coisas. Esta máxima significava mais exatamente que de cada homem individualmente considerado dependem as coisas, não na sua realidade física, mas na sua forma conhecida. Subjetivismo, relativismo e sensualismo são as notas características do seu sistema de ceticismo parcial. Platão deu o nome de Protágoras a um dos seus diálogos, e a um outro o de Górgias.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial;">Górgias<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Górgias nasceu em Abdera, na Sicília, em 480-<st1:metricconverter productid="375 a" st="on">375 a</st1:metricconverter>.C. - correlacionado com Empédocles - representa a maior expressão prática da sofística, mediante o ensinamento da retórica; teoricamente, porém, foi um filósofo ocasional, exagerador dos artifícios da dialética eleática. Em 427 foi embaixador de sua pátria em Atenas, para pedir auxílio contra os siracusanos. Ensinou na Sicília, em Atenas, em outras cidades da Grécia, até estabelecer-se em Larissa na Tessália, onde teria morrido com 109 anos de idade. Menos profundo, porém, mais eloqüente que Protágoras, partiu dos princípios da escola eleata e concluiu também pela absoluta impossibilidade do saber. é autor da obra intitulada "Do não ser", na qual desenvolve as três teses: Nada existe; se alguma coisa existisse não a poderíamos conhecer; se a conhecêssemos não a poderíamos manifestar aos outros. A prova de cada uma destas proposições e um enredo de sofismas, sutis uns, outros pueris.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">No Górgias de Platão, Górgias declara que a sua arte produz a persuasão que nos move a crer sem saber, e não a persuasão que nos instrui sobre as razões intrínsecas do objeto <st1:personname productid="em questão. Em" st="on">em questão. Em</st1:personname> suma, é mais ou menos o que acontece com o jornalismo moderno. Para remediar este extremo individualismo, negador dos valores teoréticos e morais, Protágoras recorre à convenção estatal, social, que deveria estabelecer o que é verdadeiro e o que é o bem.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial;">Pródico<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Pródico foi sofista e retórico nascido na cidade jônica de Julius <st1:personname productid="em Ceos. Foi" st="on">em Ceos. Foi</st1:personname> contemporâneo de Demócrito e Górgias e também discípulo de Protágoras. Tornou-se conhecido Reporta-se que entre seus discípulos estão incluídos Sócrates, Eurípides, Teramenes e Isócrates. Foi sofista no sentido pleno de educador independente com seu nome sendo associado ao ensino da arte do sucesso na política e na vida privada. Em seus ensaios de estilo literário destacou o uso apropriado da palavra e a acurada discriminação dos sinônimos. é freqüentemente ironizado por Platão por sua linguagem. Platão também faz insinuações a respeito do prospecto da abertura de sua escola que levou Pródico a ganhar sua riqueza. Aristófanes, contudo, o descreve como o mais memorável filósofo naturalista pelo seu caráter e sabedoria. Na realidade, Pródico era humanista e teve uma visão notável de discernimento da estreita conexão entre a religião e a agricultura. Os únicos títulos atestados de obras de Pródico são "Sobre a natureza", "Sobre a natureza do homem" e "Horai". Sua obra mais famosa foi "A Escolha de Hércules" e era freqüentemente citada. O texto original se perdeu, mas sua substância está contida na Memorabilia de Xenofon (2:1:21). Pródico foi condenado à morte sob a acusação de corrupção da juventude ateniense. Cícero aponta algumas de suas doutrinas como subversivas a todo tipo de religião. Fala-se que Pródico explicava a origem da religião através da personificação de objetos naturais.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial;">Hípias<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<b><span style="color: black; font-family: Arial;"><br /></span></b></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Arial;">Sofista grego de Elis e contemporâneo de Sócrates. Ensinou nas cidades da Grécia , especialmente <st1:personname productid="em Atenas. Tinha" st="on">em Atenas. Tinha</st1:personname> a vantagem de possuir uma memória prodigiosa e era altamente versado em todos os segmentos de conhecimento de sua época. Trabalhava com toda a forma de literatura existente. Elaborou ainda sua primeira composição de diálogos. Nos dois diálogos Platônicos que receberam seu nome (Hípias Maior e Hípias Menor) é representado como excessivamente orgulhoso e arrogante.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 72.0pt;">
<span style="font-family: Arial;">Hípias é lembrado pelos seus esforços em relação à universalidade. Era inimigo de toda sorte de especialização e apareceu em Olímpia glamorosamente trajado com um costume desenhado por ele mesmo e combinando com seu anel. Estava sempre preparado para discursar a qualquer um sobre qualquer assunto. Desde astronomia até história antiga. Um homem assim tinha de ser dotado de uma grande memória e sabemos que ele inventou um sistema mnemônico. Apesar disso tudo, havia um lado mais sério de sua personalidade. Essa era uma época em que todos ainda eram muito otimistas em relação a quadratura do círculo. Ele inventou a curva conhecida até hoje como quadratriz que resolveria o problema mecanicamente descrito. Hípias parece ser o precursor da idéia da lei natural como fundação da moralidade, distinguindo a natureza das convenções arbitrárias ou modistas, diferenciando de acordo com os diferentes períodos e regiões onde surgiam, impostas pela arbitrariedade humana e sempre obedecida à força. Sustentava que existe um elemento de direito comum às leis de todos os países e que constitui sua base essencial. Dizia ainda que o bem e o sábio de todas as nações são elementos inatos e que deveríamos ver os cidadãos como membros de um único Estado. Essa idéia vai ser desenvolvida mais tarde pelos Cínicos e também pelos Estóicos, passando depois para os juristas em cujas mãos tornou-se um instrumento que favoreceu a conversão da lei romana em legislação de um povo.<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-48145381296007331762010-04-07T19:59:00.004-03:002012-10-21T01:51:46.562-02:00Os pré-socráticos na filosofia antiga<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;">DOS FILÓSOFOS DA NATUREZA AOS SOFISTAS</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 16.0pt; mso-bidi-font-size: 14.0pt;"></span></b></div>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><b>Este trabalho foi desenvolvido para apresentação no curso de filosofia da Universidade Metodista do Estado de São Paulo - Campus EAD de Londrina-Pr.</b></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><b>Equipe: Agustavo Caetano dos Reis</b></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><b> Henrique Ferraz da Batista</b></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><b> Anderson Francisco Proença</b></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><b>Vale destacar que o trabalho foi feito em equipe, mas o seu desenvolvimento foi realizado pelo acadêmico Agustavo C. dos Reis.</b></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><b><br /></b></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><b>INTRODUÇÃO<o:p></o:p></b></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><b><br /></b></b></div>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> <div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 54.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">“[...] por meio dessas interpretações dos pré-socráticos fica evidente que a compreensão prévia do que é filosofia determina o teor do diálogo com a tradição, de forma que estudar a história da filosofia antiga já é um exercício filosófico.” Assim se manifesta o Professor Frederico Pieper Pires em seu texto apresentado no material de apoio, (PIEPER, 2009, p. 30,31). Muitas críticas existem quanto ao modo de pensar filosófico, inclusive hoje em dia a Filosofia é tida como “[...] a ciência </span>com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual’. Ou seja, a Filosofia não serve para nada.” (CHAUI, 1999, p.12). Ao nos aprofundarmos no campo da história da Filosofia nos embebemos de suas origens e de seus desbravadores e assim podemos começar a refletir de maneira proveitosa e percebermos o quanto a Filosofia é importante e mais, o quanto os Filósofos antigos foram cruciais para o desenvolvimento do pensar da humanidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 54.0pt;">
O texto abaixo inspirado na obra de G. Reale, (REALE, 1990 p. 29-84) procura demonstrar essa colocação abrindo um parênteses curto e suscinto sobre os filósofos da época pré-socrática e trazer à lume uma pequena parcela da contribuição importante que os mesmos deixaram para a humanidade.<span style="mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b>APRESENTAÇÃO<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Ao nos debruçarmos por sobre a obra filosófica de Giovanni Reale “Antiguidade e idade média – Os pré-socráticos e os sofistas”, nos deparamos com a forma simples e objetiva com a qual o autor conduz o leitor a compreender melhor o mundo filosófico antigo. Ele passeia do mais antigo até o mais recente dos pensadores, em especial será analisado o período pré-socrático e os filósofos da natureza; assim como sua transição para o pensamento sofista, procurando compreender suas características em comum e seus distanciamentos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Igualmente, importa ressaltar que ao buscarmos responder à indagação proposta para a atividade, fica distante a possibilidade de apresentarmos um trabalho totalmente impessoal (embora em grupo – precisamos concordar com o cerne da ideia), por tal, procuramos da melhor forma possível tentar escapar dessa armadilha. Senão vejamos:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Segundo Reale, <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 138.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">[...] o pensamento de Tales e dos primeiros físicos, o “princípio” é “aquilo do qual derivam originariamente e no qual <i style="mso-bidi-font-style: normal;">se ultimam</i> todos os seres”, é “<u>uma realidade que permanece idêntica</u> no trasmutar-se de suas alterações”, ou seja, uma realidade “que continua a <u>existir imutada</u>, mesmo através do processo gerador de todas as coisas”. (Grifo nosso).<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right; text-indent: 42.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Assim, pode-se perceber que Tales, o primeiro Filósofo de Mileto, é quem iniciou o labor com a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">physis</i> e por tal, a trabalhar com a natureza; essa sua vereda deu origem aos filósofos considerados como físicos ou naturalistas, baseando sua afirmação no puro raciocínio lógico, quando os demais tinham base na imaginação ou no mito. A racionalidade era a base de Tales em contrapartida com as outras crenças fantásticas e poéticas que alicerçavam o pensamento mitológico. Tales define sua máxima em que a água, ou o úmido que era presente nas formas de vida é a fonte de vida e de todas as coisas, tendo um princípio formador divino. Assim, ele marca este período em apresentar a forma de vida como proveniente de origem única.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Olhemos um pouco para Anaximandro (também de Mileto) para quem o problema do princípio é mais profunda e defende que a água deriva do infinito, mas ainda fixo na natureza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Outro dos sábios de Mileto foi Anaxímenes que raciocinava que o “princípio” deveria ser pensado como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ar infinito</i>, ou substância aérea ilimitada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Heráclito de Éfeso, pensava que “tudo se move, tudo escorre”, nada permanece imóvel e fixo, sem exceção. Segundo Reale: “O devir ao qual tudo está destinado caracteriza-se por uma contínua passagem de um contrário ao outro: as coisas frias esquentam, as quentes esfriam [...]”, e assim sucessivamente. Tudo é um e do um deriva tudo. Entretanto, verificamos que ele ainda adjudica ao fogo “natureza” de todas as coisas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Chegamos – para sermos sucintos – assim à Pitágoras e, por reflexo, aos pitagóricos, ou seja, os <i style="mso-bidi-font-style: normal;">que eram chamados </i>ou<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> que se chamavam</i>, filósofos que procuravam juntos a verdade e assim não se diferenciavam uns dos outros. Os pitagóricos chegam aos números e assim o indicaram como sendo o princípio – ao invés da água, do ar ou do fogo. A regularidade matemática de todas as coisas acabou sendo uma descoberta importante que mudou o pensamento espiritual do Ocidente. Para o pensamento pretérito, o número era uma coisa real, e por tal é que veio a ser considerado o “’princípio” das coisas. Os pitagóricos também se destacaram por outra maneira de pensar; sua ciência era fomentada como um meio para um este consistindo na prática de um tipo de vida capaz de purificar e libertar a alma do corpo, segundo Reale.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Já Xenófanes se dispunha a refutar o antropomorfismo<b> (</b></span>forma de pensamento que atribui características e/ou aspectos humanos a Deus, deuses, elementos da natureza e constituintes da realidade <st1:personname productid="em geral. Nesse" st="on">em geral. Nesse</st1:personname> sentido, toda a mitologia grega, por exemplo, é antropomórfica.) e denunciar as afirmações errôneas da religião tradicional, todavia, ainda mantinha restrito à Filosofia derivada da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">physis.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Parmênides se apresenta como um renovador radical. Na Filosofia da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">physis</i> a cosmologia recebe uma transformação para uma <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ontologia</i>, ou seja, uma teoria sobre o ser. Assim, o ser de Parmênides é “todo igual”, eis que o “o ser se amalgama com o ser”, sendo impensável “um mais de ser” ou “um menos de ser”.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Zenão, por sua volta, fundou o método da dialética a qual maravilhou os antigos. Segundo Reale, “Os seus argumentos mais conhecidos são os que refutam o movimento e a multiplicidade”. Ainda consoante o autor: “[...] Longe de serem sofismas vazios, esses argumentos constituem poderosos empinos do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">logos</i>, que procura contestar a própria experiência [...].</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Melisso de Samos sistematizou a doutrina eleática; defendeu que o ser deve ser “infinito” eis que não possui limites temporais tampouco espaciais. Reale escreve que “[...] o eleatismo se concluiu com a afirmação de um Ser eterno, infinito, uno, igual, imutável, imóvel, incorpóreo [...]”.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Empédocles era considerado um dos físicos pluralistas, que procurou resolver a aporia eleática. Segundo ele, não existem “nascimento” e “morte” e sim algumas substâncias que permanecem eternamente iguais: água, ar, terra e fogo, as quais ele chamou “raízes de todas as coisas”. Introduziu ainda as força do amor e da amizade bem como do ódio e da discórdia, como consequência da união (ou separação) dos elementos anteriores, fixados pelo destino.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Anaxágoras (de Clazômenas) seguiu tentando resolver a dificuldade da eleática. Atribui-se a ele o termo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">homeomerias</i> qual seja, por sua vez, “partes semelhantes”, “partes qualitativamente iguais”. Para Anaxágoras: “Tudo está em tudo”, tal como o pão que ao ser ingerido passa a ser cabelo, pele, olhos... Tudo está no ser desde sempre e para sempre.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Por sua volta, Lêucipo e Demócrito, buscaram resolver essas questões do eleatismo mantendo-se na natureza e assim chegaram à descoberta do conceito do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">átomo</i>. “Reafirmaram,” – escreve Reale – “a impossibilidade do não-ser, sustentando que o nascer nada mais é do que ‘um agregar-se de coisas que já existem’ e o morrer ‘um desagregar-se’[...]”. Esse átomo a que eles se referiam levava o selo do modo de pensar especificamente grego, indicando uma forma <i style="mso-bidi-font-style: normal;">originária</i>, ou ainda, a forma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">visível</b> ao intelecto. (Destaque nosso). Os atomistas colocaram o mundo “ao saber do acaso”.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Terminando por combinar as idéias dos Filósofos anteriores, Diógenes e Arquelau (aquele de Apolônia, este de Atenas), ainda mantêm-se ligados à <i style="mso-bidi-font-style: normal;">physis</i>. Diógenes sustentava que se os princípios fossem muitos, de natureza diferente entre si, não se poderiam misturar nem agir um sobre o outro, necessitando que tudo nascesse por transformação oriunda de um mesmo princípio. Ele combinou a inteligência com o princípio-ar. Com esse último raciocínio, Reale encerra os físicos para ingressar no mundo dos sofistas, sob uma ótica um tanto quanto otimista.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Os sofistas eram considerados os especialistas do saber, entretanto, os sofistas foram duramente criticados pelos Filósofos Platão e Aristóteles – e até mesmo por Sócrates, que por sua vez era um sofista, ou pelo menos se valia das estratégias sofistas para seus discursos – pois acreditavam que os sofistas eram superficiais, aparentes e pior, não-efetivos, eis que suas buscas pela verdade eram desinteressadas e almejavam lucro com o ensinar. A inconsistência das ideias dos sofistas foi considerada tão terrível que entenderam que o pensamento grego passou por uma grave decadência.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Entretanto, Reale ressalta que W. Jaeger entende que os sofistas não eram tão ruins assim, Reale destaca o seguinte trecho de Jaeger: “[...] os sofistas são um fenômeno tão necessário quanto Sócrates e Platão; aliás, sem eles, estes ao absolutamente impensáveis”. Os sofistas foram considerados o protótipo dos primeiros Professores atuais, trabalhavam e recebiam para passar conhecimento. Os sofistas tiram de lugar o eixo da reflexão filosófica da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">physis</i> – um dos pontos principais, se não o principal, na diferença entre os naturalistas (físicos) e os sofistas. – e do cosmos para o homem como membro de uma sociedade. Entende o autor que a sofística tenha feito a cultura do homem, nascendo, assim, um período humanista da filosofia antiga.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Os físicos haviam chegado ao seu limite e não conseguiram responder a tudo e isso facilitou o surgimento do sofismo, bem como fermento de ordem social, econômica e cultural. Os sofistas respondiam às reais necessidades dos jovens da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">polis</i>. Como já foi lembrado, com eles a objetivação prática das doutrinas sofistas solucionam o problema educacional e o compromisso pedagógico emerge para um plano superior, de destaque. Defendem que a virtude se funda no saber e não no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">status</i> social. Romperam um esquema social que limitava o saber, a cultura à camadas nobres, levando (o saber) à público – muito embora público este pagante. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Assim, os estreitos limites da cidade não tinham mais razão de ser, estenderam o conhecimento para fora dos portões da Grécia. Tinham uma notável liberdade de espírito, segundo Reale, em relação à tradição, às normas e comportamentos; confiavam nas possibilidades da razão. E não estavam só, assim como os pitagóricos, “eram um complexo de esforços independentes para satisfazer, com meios análogos, a necessidades idênticas”, de acordo com o citado L. Robin.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Protágoras, para nomearmos alguns dos sofistas conhecidos, defendeu a tese de que “o homem é a medida de todas as coisas, daquelas que são por aquilo que são e daquelas que não são por aquilo que não são”, ou seja, o princípio do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">homo mensura.</i> Protágoras pretendia negar a existência de um critério que discriminasse ser e não-ser, verdadeiro e falso e esse critério uno é o homem, assim, o bem e o mal, seria o útil e o danoso, o melhor e o pior seriam o mais útil e o mais danoso, sendo o útil um conceito relativo.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Górgias se destaca pela retórica, partindo do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">niilismo</i> – descrença absoluta – para construir a sua retórica. Na nossa parca opinião, Górgias foi um radical sensacional, pois ele enxerga o óbvio: todos os filósofos anteriores que falaram e disseram sobre o ser, o fizeram de tal modo que se anulavam reciprocamente! Por isso, ele deixou seu raciocínio da seguinte forma: diante de tanta contradição, o ser não existe, assim só existe o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">nada</b> (destaque nosso). Outro ponto era o de que se o ser fosse existente, ele não poderia ser reconhecido ou conhecido pelo homem, pois o não-ser é impensável. Se fosse pensável ele – o ser – seria inexprimível, pois a verdade não pode ser transmitida através do verbo. Górgias ainda demonstra uma ética da situação, onde os deveres variam de acordo com o momento. A retórica de Górgias é definida como a arte de persuadir.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Pródico também mestrou-se na arte dos discursos. Baseava-se na sinonímia, ou melhor, na distinção entre vários sinônimos.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Fica claro aqui que os sofistas se contrapuseram à natureza com a lei. Isso ocorre principalmente em Hípias, em Élida e <st1:personname productid="em Antifonte. H■pias" st="on">em Antifonte. Hípias</st1:personname> ensinou a arte da memória e tinha um conhecimento que abrangia todo o saber (enciclopédico), mas, o interessante era que ele defendia a natureza, pois entendia que ela unia o homem ao passo que a lei exercia força contrária. Nasceu o direito natural e o direito estabelecido pelo homem. Veja que Antifonte pensa que a natureza é a verdade e que a lei é opinião, estando em antítese uma com a outra. Antifonte pode ter sido um dos precursores da libertação posterior dos escravos, pois defendia a igualdade entre todos os homens.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Mas os sofistas foram corrompidos quando a antilogia de Protágoras culminou por gerar a eurística, a arte da controvérsia com palavras que tem por fim a própria controvérsia. Assim quem soubesse discursar melhor e defender sua opinião, mesmo que absurda, poderia vencer um debate.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Bem ainda nos baseando na obra de Reale, concluímos que os sofistas realizaram uma mudança das pesquisas da natureza para o homem, abrindo uma vereda para a moral. Os naturalistas já vinham também tecendo sua obra projetiva de mudanças, quando criticaram as questões antropomórficas do divino como “princípio”. Os sofistas também rejeitaram os velhos deuses, mas também a busca do “princípio” na natureza, assim caminharam para negar o divino em favor do homem. Os naturalistas contrapuseram o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">logos</i> – razão - às aparências, só nele reconhecendo a verdade. Os sofistas rejeitaram a razão como pensamento. Assim, Reale defende que essas tentativas de acertos e erros, terminaram por fazer com que se perdesse o ser e a verdade. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sabemos que fomos “profundamente” superficiais, mas urge exercitarmos nossa capacidade de síntese e não desenvolvermos um tratado aqui.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
CONCLUSÃO</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Conclui-se, portanto, que a Filosofia Antiga possui como marca de origem o período pré-socrático, que engloba em especial, a Filosofia da Natureza. Nesta fase, começou a se pensar racionalmente abandonando a mitologia, o que marcou a história do pensamento. Mais adiante, a Filosofia passou a ser mais ética, política, social, representada pelo movimento Sofista, voltado à sabedoria. Ambos ocuparam-se de um pensamento racional, porém distanciaram-se em fazer abordagens diferenciadas. Contudo, o papel de cada período filosófico, apresenta-se de forma relevante ao construir não somente a história da filosofia, como seu próprio caráter pensante. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b>REFERÊNCIAS<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
CHAUI, Marilena. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Convite à filosofia. </b>São Paulo-SP, Ática, 1999.<span style="mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
PIRES, Frederico Pieper. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Os pré-socráticos</b>. Guia de Estudos. Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo: Ed. do Autor, 2009.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">REALE, Giovanni. <b>História da filosofia</b> – Antiguidade e idade média – Os pré-socráticos e os sofistas. São Paulo-SP. Ed. Paulus, 1990. P. 29-84.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<o:p> </o:p></div>
</b>Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-28578831733064483862010-04-04T00:36:00.006-03:002017-03-22T16:49:39.318-03:00O Medo do Desconhecido<div>
<br /></div>
<div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><b>INTRODUÇÃO</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="color: black;">Falar de medo é algo imprescindível, pois todos de alguma forma são atingidos por ele, e sofrem problemas devido ao medo, ele esta por toda a parte e a cada instante, a angustia nos faz pressentir a ameaça de morte e de nulidade do mundo. Nos ensinamentos de Epicuro para alcançar a felicidade era necessário libertar-se do medo</span><span style="color: black;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="color: black;">Neste texto tentaremos entender as causas do medo e as suas conseqüências, sendo que o medo é uma reação humana universal e que pode acarretar vários problemas na vida do ser humano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="color: black;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="color: black;"><b>APRESENTAÇÃO</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Ao tentarmos entender o medo, podemos dizer que o medo é um sentimento que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">No entanto podemos destacar algumas reações que o medo provoca que são reações físicas como descargas de adrenalina, aceleração cardíaca e tremor, podendo provocar atenção exagerada a tudo que ocorre ao redor, como depressão e pânico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">O medo é uma reação humana universal, explicada biologicamente como sendo a proteção dada ao individuo em caso de perigo. É uma emoção que a pessoa experimenta quando colocado frente a uma ameaça a sua vida ou a seu corpo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Contudo, o que se tem por objetivo neste trabalho é abordar o medo do desconhecido, </span><span style="color: black;">o ser humano tem pavor do desconhecido. Aquilo que nunca experenciamos pode nos conduzir à morte. Por isso, desde muito cedo, o homem receou a natureza. Ela era toda inexplicável em épocas primitivas. Por temer sua imprevisibilidade tentamos até hoje domina-la. Depois sofisticamos o medo criando o misticismo – misticum provém da mesma raiz latina de misterium. Este sistema de criar um mundo que não poderia ser visto ou controlado por simples mortais dava um poder infinito àqueles que diziam que conseguiam manipula-lo. Devido à força que o misticismo possuía, ele acabou sendo institucionalizado em forma de religiões. Hoje, elas estão aí para provar o poder que o desconhecido pode exercer sobre nós.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 138pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 138pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 10.0pt;">“O medo é nosso rei e ninguém escapa ao seu domínio”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 138pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 10.0pt;">(Jean Marot).</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: right; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: right; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Nos primórdios da humanidade todas as realidades, particularmente a natureza, eram muito mais inquietantes, desafiadoras, assustadoras e complexas para os primeiros homens: tudo era completamente desconhecido. Podemos dizer que nos primórdios o sentimento do ser humano em relação ao mundo era de medo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Era, portanto, necessário, explicar o mundo para superar o medo. A complexidade do mundo circundante, ao longo de milhares de anos, possibilitou aos diferentes grupos humanos produzir diversas explicações mítico-religiosas. Podemos dizer que o medo foi cedendo lugar ao mito e à religião. Esse processo perdurou até o advento da filosofia. A Filosofia nasceu como indagação sobre a origem das coisas pela razão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Com isso, a filosofia estóica propõe ao homem um viver de acordo com a lei racional da natureza a indiferença (<i>apatehea) </i>em relação a tudo que é externo ao ser, acreditando desta forma, que a razão é o meio que o homem torna-se livre e feliz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Para Epicuro o medo da morte e dos deuses é algo que afasta o homem da felicidade, e para que o homem venha alcançar a felicidade é preciso se libertar desse medo. O epicurismo em sua filosofia propunha uma vida de continuo prazer como chave para sua felicidade, não se preocupando com o que é desconhecido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">É interessante ressaltar o sistema filosófico epicurista, pois o</span><span style="color: black;"> medo afasta a coragem de ser feliz, de ir de encontro ao aquecimento humanitário. Faz-nos perder a aparência agradável da expressão e depois que nossas estrelas perdem o brilho, sobra uma canção interminável de lamentos. Tudo obra do medo profundo. Que penetra no espírito e retira a paz que o libertaria por completo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">No mundo de hoje, o espírito defronta-se por todos os lados com avisos e ameaças que, com razão, exigem cautela. Quando se experimenta o medo, coloca-se em ação grande número de reações psicossomáticas, cujo único fim é auxiliar a pessoa a fugir do perigo ou combate-lo. Nas situações que nos intimidam ou ameaçam a oportunidade de alcançarmos à felicidade ou o sucesso, a sensação na boca do estomago, a umidade nas palmas das mãos, a palpitação do coração, em resumo, a sensação do medo pode bem acercar-se de todos nós.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">O medo do desconhecido e a necessidade de dar sentido ao mundo que o cerca levaram o homem a fundar diversos sistemas de crenças, cerimônias e cultos, muitas vezes centrados na figura de um ente supremo, que o ajudam a compreender o significado último de sua própria natureza. Mitos, superstições ou ritos mágicos que as sociedades primitivas teceram em torno de uma existência sobrenatural, inatingível pela razão, equivaleram à crença num ser superior e ao desejo de comunhão com ele, nas primeiras formas de religião.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Religião (do latim religio, cognato de religare, "ligar", "apertar", "atar", com referência a laços que unam o homem à divindade) é como o conjunto de relações teóricas e práticas estabelecidas entre os homens e uma potência superior, à qual se rende culto, individual ou coletivo, por seu caráter divino e sagrado. Assim, religião constitui um corpo organizado de crenças que ultrapassam a realidade da ordem natural e que tem por objeto o sagrado ou sobrenatural, sobre o qual elabora sentimentos, pensamentos e ações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Mas o que é o medo afinal de contas, um estado emocional, um mecanismo de origem natural do qual foram dotados todos os seres vivos, ou algo exclusivamente humano? Ter medo é uma condição essencialmente racional e emocional, pois só podemos temer aquilo que conscientemente seja capaz de nos fazer algum tipo de mal, algo conhecido. Sabemos o que sentimos quando a sensação de medo toma conta de nós, e é quase certo que também sabemos o porquê, pois não podemos imaginar um receio sem motivo. Uma coisa é certa, como não existe medo sem causa, à causa de qualquer medo é o próprio medo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Podemos perceber isso no exato momento em que estamos sentindo algum tipo de medo. A causa nesse momento pouco importa, mas o que estamos sentindo importa e muito. Fazendo isso, vamos ver o medo em atividade, o que ele causa em nós, o que estamos sentindo diante de sua manifestação. Se de um lado temos a causa que faz o medo explodir de dentro de nós, observar o que estamos sentindo naquele momento parece ser mais sensato do que evitar a causa; aquilo que origina esse medo. Evitando a causa, afastamos o temor, o que nos impede de ver o que é o medo. Questionar por que sentimos medo de alguma coisa, só tem algum valor prático se primeiro examinamos que tipo de sensação é aquela que estamos sentindo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Observar o que sentimos no exato momento do medo, é o mesmo que investigar a validade de sua causa, e não a origem, pois isso não ajuda em nada a superarmos nossos receios. Podemos deduzir que uma causa de medo é um trauma infantil qualquer, mas isso não resolve o problema. Apenas deixando o medo se manifestar a cada momento, sem rejeitá-lo ou afastar sua causa, pode nos ajudar a transcendê-lo de uma vês por todas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Assim, como na natureza não existe o estado medo, ou alegria, ou ódio, ou qualquer outro, posso concluir que eu sou o responsável pela existência de todos estes estados. Se todos estados emocionais do homem demandam um motivo para existir, estes motivos foram criados pelo próprio homem. Realização pessoal ou coletiva são condições que não existem na natureza. A natureza não tem sentimentos, não sofre, não criou os motivos que angustiam e levam o homem ao medo e ao sofrimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Medo do desconhecido, como me livrar de algo que desconheço? Certamente que não há como. Preciso então ignorar o que há por trás do conceito insegurança, pois isso não importa, e sim o que sinto. Ciente do que sinto quando estou inseguro, poderei compreender o que é insegurança, saberei por que me afeta; saberei qual a sua causa, saberei o que fazer para enfrentar e transcender o problema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify; text-indent: 42pt;">
<span style="color: black;">Conclui-se, portanto, que o medo toma proporções gigantescas por uma distorção na nossa mente, quando enfrentado ele se reduz a uma simples ilusão facilmente quebrada. Nesse caso, a expectativa sempre supera a realidade. O difícil nesse processo é manter a decisão de vencê-lo, pois quando o enfrentamos vemos que a proporção gigantesca do medo na realidade é bem mais reduzida que imaginávamos, e com isso, caminharemos rumo a sucesso de nossas realizações pessoais e profissionais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: center;">
<span style="color: black;">REFERÊNCIAS<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;">
<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;">BUZZI, Arcângelo R. <b>Introdução ao Pensar -</b> O Ser, o Conhecimento, a linguagem<b>.</b>Petrópolis, Editora Vozes, 20ª Ed. 1991.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;">PIRES, Frederico Pieper. <b>O</b> Guia de Estudos. Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo: Ed. do Autor, 2009.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;">NETTO, Samuel Pfromm. <b>Psicologia da Adolescência</b>. São Paulo - SP. Livraria Pioneira São Paulo, 3ª Ed. 1973.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;">CAPRIO, Frank S. <b>Ajuda-te Pela Psiquiatria. </b>Guia Prático para viver de maneira mais sábia e saudável. São Paulo, 11ª Ed. Ibrasa. 1966.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black;">Disponível <> acesso em 28 set 2009.</span></div>
</div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-48208386115789462182010-03-31T15:03:00.005-03:002012-10-21T01:54:19.536-02:00O Espaço da Política nas Teorias de Marx e Foucault<div>
<br /></div>
<div>
<h1 style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<a href="" name="_Toc172266842"></a><a href="" name="_Toc96409028"></a><a href="" name="_Toc96408761"></a><a href="" name="_Toc93473123"><span style="font-family: Arial;"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">1</span></span><span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span></span><span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">INTRODUÇÃO</span></span></span></a><span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><o:p></o:p></span></span></h1>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">No texto ora apresentado, tentaremos fazer uma breve reflexão sobre os conceitos de poder, nas teorias de Karl Marx e Foucault, destacando de forma concisa o poder e a política na modernidade, a partir da delimitação do poder em ambas as teorias, teorizando sobre o próprio conceito de política na modernidade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo">
<span style="font-family: ";"></span></div>
<h1 style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<a href="" name="_Toc172266843"><span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"><b><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">2 </span></span></b><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">DESENVOLVIMENTO</span></span></span></a><span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><o:p></o:p></span></span></h1>
<div class="Pargrafo">
<span style="font-family: ";"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"> </span></o:p></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Ao debruçamos no texto, vemos que Foucault deixou de considerar a história de uma ciência como o desenvolvimento linear e continuo, e sim como uma espécie de rede, onde informações de origens e naturezas variadas estão conectadas e interagindo entre si, não havendo um término determinado. Para ele, a análise percorre todo o campo do saber que, por si só, é infinito. A esta espécie de “arqueólogo do saber” chamou “genealogia do poder”. Há uma ruptura entre moderno e o clássico, onde antes havia conceitos gerias e abstratos, partindo para algo concreto e específico.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Mais do que a teoria do poder, Foucault propõe regras ou cautelas metodológicas. Diferentemente das concepções correntes, Foucault pretende explicar o poder sem o rei como sua fonte, mostrando sua dependência na noção de um soberano, defini-se poder em Foucault como uma relação assimétrica que institui a autoridade e a obediência, e não como um objeto preexistente em um soberano, que usa para dominar seus súditos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Foucault trata principalmente do temo do poder, rompendo com as concepções clássicas deste termo. Para ele, o poder não pode ser localizado em uma instituição ou no Estado, o que ternária impossível a “tomada de poder” proposta pelos marxistas. O poder não é considerado como algo que o individuo cede a um soberano (concepção contratual jurídico-político), mas como uma relação de forças. Ao ser relação, o poder esta em todas as partes, uma pessoa esta atravessada por relações de poder, não pode ser considerada independente delas. Para Foucault, o pode não somente reprime, mas também produz efeitos de verdade e saber, constituindo verdades, práticas e subjetivas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Para analisar o poder, Foucault estuda o poder disciplinar e o biopoder, e os dispositivos da loucura. Para isto, em lugar de uma analise histórica, realiza uma genealogia, um estudo histórico que não busca uma origem única e casual, mas se baseia no estudo das multiplicidades e das lutas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">As críticas e analises feitas por Foucault são pertinentes principalmente em relação ao significado de categorias de análise como soberania; mecanismo de poder; efeitos de verdade, regras de poder; etc., categorias essas de fundamental importância para a analise e compreensão do funcionamento do Estado e dos problemas cotidianos do homem comum.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">O marxismo compreende o homem como um ser social histórico e que possui a capacidade de trabalhar e desenvolver a produtividade do trabalho, o que diferencia os homens dos outros animais e possibilita o progresso de sua emancipação da escassez da natureza, o que proporciona o desenvolvimento das potencialidades humanas. A luta comunista se resume à emancipação do proletariado por meio da liberação da classe operária, para que os trabalhadores da cidade e do campo, em aliança política, rompam na raiz a propriedade privada burguesa, transformando a base produtiva no sentido da socialização dos meios de produção, para a realização do trabalho livremente associado, abolindo as classes sociais existentes e orientando a produção sob o controle social dos próprios produtores de acordo com os interesses humanos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">O marxismo influenciou os mais diversos setores da atividade humana ao longo do século XX, desde a política e a pratica sindical até a analise e interpretação de fatos sociais, morais, artísticos, históricos e econômicos. O marxismo foi utilizado desvirtuadamente como base para as doutrinas oficiais utilizadas nos paises socialistas, nas sociedades pós-revolucionária.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Contrastando com Foucault, que admite ter o poder ser lado positivo, produtivo, não acredita como Marx, que o poder vem destinado a supliciar os homens ainda que relativo à uma classe social, seu real objetivo esta em adestrar, aprimorar o corpo humano. Em relação à modernidade, teoriza que o seu objetivo econômico e político é o aumento: dar aos homens um aproveitamento econômico e diminuindo a política. Marx relata exatamente o contrario: a aumentar a força política operaria é necessário e, com isso, vem o achatamento da burguesia, como uma conseqüência da história natural do capitalismo. Ele quer destruir as idéias dominantes, porque elas pertencem à elite. O proletariado, como povo apátrida, conseguiria o advento de ser a classe dominante e, enfim, a conquista da democracia, mesmo rompendo com idéias tradicionais como um todo, fundamentalmente relacionando-se ao direito de propriedade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo">
<span style="font-family: ";"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"> </span></o:p></span></div>
<div class="Pargrafo" style="line-height: normal; margin-left: 4cm; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">“... ao longo de sua obra, Marx, nos dá além de uma analítica do capital-capitalismo e seu respectivo modo de vida, uma chave para a compreensão de sua manutenção. Explorando, dentre outros elementos, o fascínio que o homem passa a ter nesse sistema pela mercadoria (a ponto de retificar tudo à sua volta, inclusive a si mesmo), e demonstrando que as idéias criadas no interior do sistema capitalista falseiam a realidade concreta e promovem uma alienação do individuo em vários níveis do seu meio social, Marx evidencia alguns elementos que justificam a permanência do sitema capitalista de produção na cidade como estrutura econômica nos últimos séculos...” (Suzi Piza).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="line-height: normal; margin-left: 4cm; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo">
<span style="font-family: ";"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"> </span></o:p></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Enquanto empreende sua analise e critica do sistema capitalista, deixa cada vez mais claro o que esse modo moderno de produção e reprodução da vida material que tem como lógica intrínseca a necessária marginalização da maioria dos indivíduos que vivem submetidos a ele, excluindo-os de sues principais benefícios<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Marx olha a modernidade, e examina o poder de uma classe dominante sobre os demais, estuda o marco-poder, o grande poder, o poder de uma classe economicamente forte que se utiliza de grandes meios políticos, como o Estado, para exercer o seu poder sobre a sociedade como um todo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Foucault, cerca de um século depois, responde de alguma maneira a mesma questão, em pequenas respostas, o poder de investigar para compreender a modernidade é o micro-poder. A resposta de Foucault é simples: corpos dóceis. Só corpos fabricados para esse sistema, criados para esse modo de vida, constitui, sustenta e faz permanecer esse modo de vida, com isso nos põe diante dos olhos os micro-procedimentos físicos, matérias, empíricos e principalmente cotidianos de adestramento do corpo para que ele se torne o corpo moderno adequado para a vida moderna.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Para Foucault é a docilidade é necessário para o novo habitat moderno, é conquistar através de mecanismos matérias simples e bem determinado, ela é o resultado óbvio de ima teoria do adestramento pratico no homem moderno.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">No entanto podemos ver que Foucault dedica um capítulo de sua obra para a produção dos mencionados corpos dóceis necessários à construção de uma sociedade disciplinar calcada nos princípios vigilantes e puníveis, pois todos aqueles que presenciavam uma punição, ficavam alerta, com isso, se tinha o alcance de um controle social.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo">
<span style="font-family: ";"></span></div>
<h1 style="margin-left: 0cm; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><a href="" name="_Toc172266853"></a></span><a href="" name="_Toc93473128"><span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"><b><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">3</span></span></b><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">C</span></span></span></a><span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">ONCLUSÃO</span></span></span><span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><o:p></o:p></span></span></h1>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Contudo podemos concluir que Marx crê que o saber é obstruído por modernidades de praticas sócias, sendo a religião como meio de alienação, Foucault crê que são justamente nossas práticas sociais enquanto instrumento de determinada modalidade de poder que engendram o sujeito e também todo um conjunto de formas de conhecimento e de obtenção da verdade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Pargrafo" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><br /></span></span></div>
<div class="Pargrafo">
<span style="font-family: ";"></span></div>
<h6 style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><a href="" name="_Toc172266854"></a></span><a href="" name="_Toc140052054"><span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">REFERÊNCIAS</span></span></span></a><span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><o:p></o:p></span></span></h6>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">PIEPER, Frederico. </span><b><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Sobre o Conhecimento, a Lógica e a Ética – Leituras de Filosofia</span></b><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">. Guia de Estudos. Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo: Ed. do Autor, 2009.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Times New Roman';"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"> </span></o:p></span></div>
<div class="Referncias" style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="mso-ansi-language: PTfont-family:";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Wikipédia, </span></span><span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia_pol%C3%ADtica. Acesso em: 21 de out. 2009.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Referncias" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div>
<div class="Referncias" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">____</span></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;"> </span><span style="font-family: ";"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333;">http://www.scielo.br/pdf/ln/n70/a04n70.pdf. Acesso em: 21 out. 2009.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="Referncias" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: ";"><br /></span></div>
</div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6015935701605501455.post-36148200913485687872010-03-31T14:55:00.004-03:002012-10-21T01:54:53.351-02:00Os Excertos da Metafísica de Aristóteles<div>
<br /></div>
<div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
1 – INTRODUÇÃO<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 54.0pt;">
No texto, tentaremos mostrar de forma concisa como se formalizou uma filosofia do ser que veio a se chamar metafísica, e apontar alguns aspectos significativos do termo metafísica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 54.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 54.0pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
2 - APRESENTAÇÃO<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Ao nos debruçarmos por sobre o texto ora apresentado, tentaremos mostrar como se formalizou uma filosofia do ser que veio a se chamar metafísica. É sabido que o termo “<i>metafísica”, </i>significa “<i>o que esta alem da física”, </i>isso não significa que a metafísica denuncia um gosto malsão por formulas abstratas, ao contrario, mostra que a razão, procura princípios que sejam de conhecimento sólido.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
É interessante ressaltar, que Aristóteles usava a expressão “filosofia primeira”, ou ainda “teologia”, em oposição à “filosofia segunda”, e não propriamente o termo metafísica.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
A palavra metafísica procede de Andronico de Rhodes, que colecionou, pela primeira vez, os escritos de Aristóteles, no ano de <st1:metricconverter productid="70 a" st="on">70 a</st1:metricconverter>.c. escreviam-se, então, ao final dos tratados de física, especulações abstratas que passaram a ser conhecida com o nome de <i>meta da physica (depois da física), </i>dos domínios da física.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Entretanto, ao definir a tarefa da filosofia primeira, que precisamente é a ciência que se ocupa das realidades que estão acima das realidades físicas, Aristóteles em sua visão de que toda tentativa do pensamento humano em ultrapassar o mundo empírico para alcançar uma realidade meta-empírica passou a ser denominada “metafísica”.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Vale destacar, que a metafísica subdivide-se em dois ramos: Ontologia, estudo sistemático e racional dos últimos fundamentos do ser; e Cosmologia, que tem por finalidade proporcionar uma visão racional e compreensiva do Universo.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
A metafísica também tenta esclarecer as noções de como as pessoas entendem o mundo, incluindo a existência e a natureza do relacionamento entre objeto e suas propriedades, espaço, tempo, causalidade, e possibilidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
3 - QUESTÕES</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b>3.1 - Por que a sabedoria é o conhecimento das causas?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
A Sabedoria e uma busca da verdade, pois o verdadeiro conhecimento cientifico é um conhecimento das causas, sendo que não se conhece a verdade sem conhecer a causa. Em razão disse, podemos destacar a experiência de trabalhadores manuais, que se utilizam da habitualidade, não sabendo o que fazem, já os que possuem a capacidade de ensinar, possuem sobre tudo a ciência e não a experiência.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b>3.2 - Por que a Filosofia pode ser considerada a ciência (ou o conhecimento) da verdade?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><o:p> </o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Aristóteles procura justificar que a Verdade tem um principio primeiro, principio este que é a causa das demais coisas. Aqui, a facilidade e a dificuldade andam juntas em seu estudo, pois não conseguimos atingi-la verdadeiramente. Cada um procura a verdade individual, subjetiva, que atenda somente às suas expectativas particulares. O fato de buscarmos uma verdade inteira, universal, que possa ser conceitual, mostra o quanto é difícil à tarefa de sua busca.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Assim, também a Filosofia detém papel importante no conhecimento da Verdade, pois ela é o objetivo do conhecimento teórico, e do conhecimento prático, é a ação. Esses conhecimentos, teóricos e práticos, perseguem a mesma meta, porém, nenhum deles consegue conhecer o Ser, pois eles se encontram além do conhecimento, o mesmo se pode afirmar da verdade. Aristóteles deduz que há um principio primeiro do qual derivam todas as outras coisas.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Porque o fim da ciência teórica é a verdade, enquanto o fim da pratica é a ação, pois os que visam à ação, mesmo que observe como estão as coisas, não tendem ao conhecimento do que é eterno.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b>3.3 - Por que Aristóteles considera a Filosofia a ciência (ou conhecimento) do ser?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Para Aristóteles, existe uma ciência que considera o ser enquanto ser, e as propriedades que lhe competem enquanto tal, pois ela não se identifica com nenhuma das ciências particulares, nenhuma das outras ciências considera universalmente o ser enquanto ser, mas, delimitando uma parte dele.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
No entanto, para Aristóteles o modo de ser que interessa à ciência é o ser por si mesmo, de modo que Aristóteles afirma que o ser da natureza existe, é real, para isso é preciso demonstrar que o objeto da física é um ser real e verdadeiro, sendo para tanto um papel da filosofia.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b>3.4 - O que significa dizer que o “ser tem muitos significados”?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Em se tratando do ser ter muitos significados, podemos destacar que o ser de um lado significa essência, que é algo que determinamos, e de outro lado, significa qualidade ou quantidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
Mesmo em se tratando de tantos significados, o primordial dos significados é a essência, que indica a substancia de fato, pois quando perguntamos à qualidade de alguma coisa, dizemos que é boa ou má.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 42.0pt;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
REFERÊNCIAS<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
BUZZI, Arcângelo R. <b>Introdução ao Pensar, </b>o Ser, o Conhecimento, a Linguagem, 2ª Edição, Petrópolis. Ed Vozes. 1991. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p>PIEPER, Frederico. <b>Sobre o Conhecimento, a Lógica e a Ética – Leituras de Filosofia</b>. Guia de Estudos. Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo: Ed. do Autor, 2009.</o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p>ARISTÓTELES, <b>Metafísica, </b>Edição de G. Reale, SP, Loyola, 2002.</o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Disponível em: <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles"><span style="text-decoration: none;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;">http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles</span></span></a>. Acesso em 14 set 2009.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Anderson Francisco Proençahttp://www.blogger.com/profile/14001304524715695912noreply@blogger.com0