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A verdadeira sabedoria é saber o quão pouco nós realmente sabemos.

Sócrates

10/06/2010

A Verdade absoluta na concepção de René Descartes e Thomas Kuhn


Ao debruçarmos no texto, entraremos em alguns pontos de suma importância no que diz respeito a possibilidade de conhecermos a verdade absoluta nas filosofias de René Descartes e de Thomas Kuhn, destacando de forma concisa e objetiva os pontos escolhidos para apresentação do trabalho, para que se tenha uma maior compreensão da matéria ora em estudo.
René Descartes, sábio francês, considerado um dos fundadores da Filosofia Moderna, nascido em La Haye, Touraine, aos oito anos entrou para o colégio La Flèche, fundado por Henrique IV, onde estudou Línguas Clássicas, lógica, ética, matemática, física e metafísica, cujo ensino, mais tarde viria a criticar.
Desde a mais tenra idade, mostrou-se um tipo meditativo, impressionando seus mestres pela profundidade e independência de seu caráter e pela insistência em não aceitar sem reflexão os ensinamentos e opiniões recebidas, seu pai, não soube reconhecer como era um gênio, nem mesmo depois de seus escritos tornarem-se célebres, mas costumava chama-lo de “meu pequeno filósofo”.
Aos 17 anos, havia aprendido tudo que ensina nas escolas naquela época, em 1916 abandonou os estudos regulares, desiludido que estava dos livros serviu na Holanda como voluntário nos exércitos de Maurício de Nassau, passando, depois, ao serviço de vários príncipes alemães.
Entre 1619 e 1620, em uma cidade próxima de Ulm ou Neuberg, no Denúbio, é que deve ter tido a intuição da Geometria Analítica e de um novo método para a organização de uma filosofia. Isso depois do encontro com Isaac Beeckman e, segundo a tradição, através da revelação que se manifestara em três sonhos sucessivos, o qual ele relata ter tido uma “revelação” ou iluminação intelectual, que iria marcar toda sua produção a partir de então.
Numa noite, após horas de reflexão sobre o todo o conhecimento que havia adquirido até aquele dia, ele caiu em uma espécie de transe sonambólico, tendo um lampejo súbito, onde via, ou melhor, percebia os alicerces de uma ciência maravilhosa, que prometia ser um método para unificação de todo o saber, e que desenvolveria em sua produção, tendo sido cristalizado, em parte, em seu clássico “Discurso do Método”.
Publicado originalmente em 1637 o Discurso do Método de René Descartes é uma das mais famosas obras da literatura filosófica, sendo por muitos considerado o texto fundamente da ruptura cultural que da origem a Filosofia Moderna. O texto é composto de seis partes onde o autor, partindo de um relato de sua biografia intelectual, expõe de maneira clara e sucinta os grandes traços de seu novo sistema filosófico. Para encontrar a verdade absoluta é preciso estabelecer o que é verdade. Descartes sugere que devemos duvidar de tudo, encontrando a verdade através da razão.
O conhecimento não deverá ser construído a partir das certezas externas, sempre falíveis, mas sim da única certeza exata. Descartes parte da certeza inicial de sujeito pensante, nela descobre Deus como uma idéia inata, concluindo a partir disso a impossibilidade do erro absoluto e propõe como forma de superação a adoção das regras metodológicas que se dividem em quatro: a) não aceitar nada que não seja evidente e evitar a prevenção e a precipitação; b) dividir um problema em “n” partes quantas forem possíveis e necessárias (análise); c) conduzir o pensamento por ordem, partindo dos objetivos mais simples para os mais complexos (síntese); d) efetuar enumerações tão completas de modo a ter certeza de não deixar nenhum elemento no esquecimento.
Plenamente convencido do potencial da razão humana, propunha-se a criar um método novo, cientifico do conhecimento do mundo e substituir a fé cega pela razão e pela ciência. Recorre para isso, à dúvida como método de raciocínio, com a ajuda do qual poderia livrar-se de todas as idéias preconcebidas ou noções habituais e estabelecer verdades irrefutáveis.
Mas, ao duvidar de tudo, reconhece que duvidar significa pensar, assim, chega à famosa conclusão: “Penso, logo existo”, partindo do achado da existência de seu próprio “eu”, percebe que mundo exterior existe igualmente.
Com a teoria do conhecimento, Descartes torna-se o pai do racionalismo, crê que os sentidos não nos dêem mais que uma representação confusa dos objetos, podendo, assim, induzir-nos ao erro.
Thomas Samuel Kuhn, nasceu em Cincinnati, em Ohio, EUA. Foi um físico cujo trabalho iniciou sobre a história e filosofia da ciência, tornando-se um marco importante no estudo do processo que leva ao desenvolvimento cientifico.
Em seu caminho de investigação sobre a verdade, acreditava ele que o ser humano está inserido em diferentes tipos e níveis de cultura, assim como as comunidades científicas, que por sua especificidade estão intimamente ligadas, cada qual a um paradigma específico, o que compromete definitivamente sua visão sobre o mundo e a realidade encontrada na natureza. De forma que, seus conceitos, fórmulas matemáticas, emoções, metáforas e imagens não passam de uma interpretação particular sobre um fato, impedindo a obtenção de uma verdade definitiva e absoluta sobre qualquer investigação.
Outro argumento que reforça sua teoria é o fato de que o progresso científico demanda a superação de uma tese sobre outra, configurando uma sucessão de probabilidades que evidenciam o aspecto unidirecional e irreversível da ciência. Concomitantemente a isso, observa-se que o desenvolvimento científico não se configura em um processo gradual em direção à verdade absoluta, pois não está em correspondência direta com a natureza, mas, como dissemos, são interpretações paradigmáticas e particulares da natureza.
Assim, segundo Kuhn deveria se abandonar a concepção de verdade absoluta, pois esta não passa de uma especulação redundante sobre a verdade. Adotando ao invés dessa uma postura um tanto relativista, dando maior importância a princípios como o de identidade e o de não contradição.
Em suma, filósofo ressalta que os paradigmas enfraquecem a idéia de verdade absoluta, sendo ela mesma de difícil comparação quando referenciada a eles. Não existe “verdade”, mas várias verdades, tantas quantas abordagens científicas existirem com seus conceitos próprios, ou seja, os cientistas caminham assim para uma compreensão cada vez maior do que é o mundo em-si-mesmo, mas isso não quer dizer que seja possível se chegar à verdade última sobre ele.
De acordo com sua linha de pensamento, Kuhn acredita que a evolução pode ser tanto um ato criativo como destrutivo e defende que a ciência não evolui em direção a algo, mas o contrário, ela se afastaria de algo. Daí, a ciência não seria nada mais do que uma expressão da estrutura de poder dominante.
Para Kuhn, a ciência poderia acabar. Sendo reflexo dessa estrutura dominante, a ciência não teria por que procurar a Resposta. Aqueles que dominam na sociedade utilizariam a ciência para seus próprios propósitos. Para praticar a ciência pura, seria necessário reunir certas condições sociais e econômicas, o que estaria se tornando cada vez mais difícil. Kuhn conclui afirmando que não se pode achar a Resposta, pois todas as teorias seriam falsas.
Conclui-se, portanto, que Descartes em seu Método para o raciocínio correto é principalmente "nunca aceitar qualquer coisa como verdade se essa coisa não pode ser vista clara e distintamente como tal. Descartes assim implica a rejeição de todas as idéias e opiniões aceitas, a determinação a duvidar até ser convencido do contrario por fatos auto evidentes. Outro preceito é "Conduzir os pensamentos em ordem, começando com os objetos que são os mais simples e fáceis de saber e assim procedendo, gradualmente, ao conhecimento dos mais complexos.

Recomenda recapitular a "cadeia de raciocínio" para se estar certo de que não há omissões. Propõe também preceitos metodológicos complementares ou preparatórios da evidência: o preceito da análise (dividir as dificuldades que se apresentem em tantas parcelas quantas sejam necessárias para serem resolvidas), o da síntese (conduzir com ordem os pensamentos, começando dos objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para depois tentar gradativamente o conhecimento dos mais complexos) e o da enumeração (realizar enumerações de modo a verificar que nada foi omitido).
Thomas Kuhn parece não acreditar que se possa achar a Resposta. Para Kuhn, os cientistas não conseguem nem entender uns aos outros, ficando presos em suas próprias teorias.
Mais do que isso, os cientistas nunca questionariam os paradigmas. As anomalias encontradas seriam simplesmente ignoradas. No entanto, quando acumuladas, essas anomalias criariam um novo paradigma. E esse novo paradigma também teria suas anomalias, e assim por diante. Para Kuhn, a conversão de um cientista a esse ou àquele paradigma segue critérios subjetivos.

5 comentários:

  1. Gostei muito desse texto, encontrei tudo que precisava . Parabés!

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  2. Disse Jesus eu sou o caminho a verdade e a vida !portanto Jesus sim e a verdade absoluta

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  3. Disse Jesus eu sou o caminho a verdade e a vida !portanto Jesus sim e a verdade absoluta

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